O fascínio
dos facínoras é justo o brilho que deles se despende em tudo que apresentam,
fazendo despertar permanente referência de sucesso, tudo que todos sonham em
ter.
Vez por
outra, o facínora deixa transparecer a neblina que envolve as suas intenções e
o breu de sua real personalidade, mas logo, as justificativas daqueles que
estão em seu entorno são criadas, afim de justificarem este seu lado tenebroso.
Penso em
tudo que favorece e mantém viva a imagem do facínora e percebo que
independentemente de já estarem mortos a milénios, ainda são exaltados,
exatamente porque, passam para a categoria da imortalidade, mantendo suas imagens
vivas, num misto sutil de herói e marginal, que fascina e continua a atrair
adeptos.
Penso também
que mesmo que eu vivesse mais um milhão de anos, ainda não conseguiria entender
a mente humana e sua necessidade assustadora em ter como modelo vivencial, o
sórdido e o maléfico, fazendo destas criaturas absolutamente danosas, espelhos
de condutas sociais.
Fala-se
tanto em Deus, santos e orixás, superlota-se templos, igrejas e terreiros e, no
entanto, retrocede-se a cada instante, quando diante de si, um facínora é
lembrado, como se não tivesse havido um Jesus, que com pisadas fortes e
atitudes firmes, não tivesse desmascarado o perspicaz e o ardiloso, o insensato
e o hipócrita, numa demonstração pragmática de uma saudável caminhada, mesmo
sem pompas e brilho a ofuscarem os olhos.
Fácil
lembrar dos nomes e das imagens de centenas de facínoras de todas as naturezas,
presentes ao longo da história da humanidade, pois são registrados de tempos em
tempos, através de livros, bustos, reportagens e filmes, mas impossível
recordar-se ou mesmo ter-se ouvido falar, naquelas criaturas que dedicaram suas
existências a tão somente, produzirem a vida e o brilho nos olhos alheios, como
se comum fosse através das ciências e das tecnologias, das artes e dos feitos
humanitários, fazer da vida, um todo em seus intentos maiores, pois a estes
falta o brilho do “ouro dos tolos” que encanta e seduz a uma humanidade idiota
que, insiste em justificar aplaudindo e copiando, o feio e o bruto em prol do “medíocre
colorido” que todo facínora jamais esquece de distribuir, através de seus
carismas pessoais.
“Perdoai-os
senhor, pois não sabem o que fazem”...
Será?
Bendita
quaresma que nos leva a meditar.
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