domingo, 28 de fevereiro de 2021

ANTES QUE O PALCO SE APAGUE

Hoje acordei ouvindo rock'n roll, como se fosse uma garota dos anos sessenta e o mais estranho é que, naquele tempo, eu não curtia, talvez porque meu irmão, fazia de mim seu par constante de ensaios cansativos na sala lá de casa, afim de afiar-se para fazer bonito com as meninas nos salões do sírio-Libanês e da AABB, nas famosas domingueiras, onde a mocidade de Ipanema e Leblon se reunia.
Tempos depois, já adolescente, também passei a frequentar, mas aí, a bossa nova predominava e meu gosto musical mais se afinou com o romantismo suave de Vinícius, Toquinho, Jobim e toda aquela gama de delícias que tinham o poder não só de me envolver emocionalmente, como de me servir de fundo musical, enquanto eu escrevia.
No entanto, hoje, nestes instantes estou embaladíssima neste delicioso gênero musical e não me faço de rogada, solto as minhas frangas interiores de um alguém que decidiu provar do tudo de bom que a vida e as circunstâncias podem oferecer, sem qualquer constrangimento, porque, afinal, o que tenho a perder?
Tempo? Já não tenho muito...
Ilusões, de que me serviriam, se não agora?
Sorrio safadamente vendo o dia amanhecer com uma juventude que o longo tempo, não foi capaz de apagar em mim.
E até o sabiá se calou e só me observa...
Bom dia, meus amores...Libertem suas luzes interiores e façam como eu, sejam apenas vocês, neste mundão de meu Deus, ao som do que quiserem, pois, o palco pode se apagar e aí...



 

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