domingo, 28 de fevereiro de 2021
ANTES QUE O PALCO SE APAGUE
QUE CULPA POSSO TER
QUE CULPA POSSO TER se minhas referências baianas me acompanham desde a mais tenra idade?
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
SE EU QUISER FALAR COM DEUS
Acabei de ouvir esta música que um querido amigo mandou para mim, sabedor que é da importância em ouvi-la para que não nos permitamos esquecer que, até mesmo para falar com Deus, precisamos estar despidos das falsas necessidades, dos lamentos, das culpas e da arrogância, parceiras cotidianas que fecham a bendita porta de acesso a liberdade em apenas ser um ser, precisando falar com Deus.
Elis Regina chora ao cantar "Casa no Campo"
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021
E o galo não cocoricó...
O tempo lá vai passando, deixando como lastro, apenas lembranças e este óbvio da vivência, jamais foi capaz de conscientizar a criatura humana que insiste em se apegar ao ontem, fazendo dele, muitas vezes seu carrasco.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
SILENCIO E ESPERA
São quatro e trinta da manhã e o silêncio esta absoluto, nem o galo a distância, nem o sabiá na amoreira e sequer como de costume neste horário, posso escutar os pássaros em bando se aproximando.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
O PODER DA MÚSICA NOS MEUS ESCRITOS
Das artes, acredito que a música é a única sem fronteiras, capaz de ir de encontro sem limites a todos os povos, a todas as demais artes, fazendo a mais completa interação já vista, sem que necessariamente, precise possuir uma letra que a acompanhe, se bem que a meu ver, todo compositor cantarole alguma forma de poema ao compô-la, dando sentido e emoção a cada nota, mas posso estar escrevendo a maior bobagem, no entanto, gosto de pensar que camuflado em cada musicista, haja um grande poeta, pois somente assim, consigo achar lógica nas belíssimas obras possíveis de serem encontradas.
GATINHA MANHOSA
Rapaz... Que
ódio não poder desmaiar por causa do calor e ser amparada pelos lindos garotos
do colégio militar, fosse nos jogos da primavera ou no ônibus, no retorno para
casa sob o sol de quarenta graus.
Lá estava a
Regininha sempre forte e resistente, incapaz de ser abalada, quando na realidade,
tudo que eu mais desejava era ser fraquinha e dengosa, afim de que, um rapazola
viesse me salvar.
Estou rindo
sozinha com estas lembranças, nesta madrugada de muito calor, já podendo ouvir
os pássaros a distância e o safado do sabiá se fazendo presente com o seu bom
dia estrondoso, escondidinho na amoreira, dando-me a impressão que, ou ele chega
muito cedo ou mora por aqui mesmo, pois é sempre o primeiro a me saudar, e eu,
simplesmente, adoro.
E aí,
imaginativa sem medidas, penso que de repente, se eu fosse como uma gatinha
dengosa, os meus pássaros que me acompanham desde sempre, talvez não estivessem
tão próximos, afinal, pela lei natural da vida, gatos comem pássaros.
Mas eu
queria tanto ter sido como as gatinhas dengosas, aduladas, paparicadas e sendo
consideradas frágeis e ao invés disso, tudo que eu ouvia, a começar pelo meu pai,
era: “Menina valente, você vai ser uma grande mulher”.
Muitos anos
depois, diante da repetição amorosa de meu pai, perguntei afrontosamente a ele:
Poxa pai, que
grande mulher coisa nenhuma, qual a vantagem que eu levo nisso?
Sua resposta
foi curta, mas tão pratica quanto ele:
Livre como
os pássaros que você ama...
Pois é, mas
ainda assim, como uma romântica incorrigível, penso neste instante, que ser uma
gatinha manhosa, tem suas vantagens, afinal, existe sempre alguém querendo
alisar, enquanto, uma grande mulher, só suscita admiração.
Eu queria
desmaiar, suar frio e precisar ser amparada pelos lindos meninos do colégio militar
que estavam presentes nos retornos da escola e nos sonhos de uma adolescente
que se tornaria uma eterna gatinha enrustida, esperando ser alisada por algum
rapazola, príncipe ou guerreiro, mesmo que não fosse do colégio militar.
Que coisa,
viu!!!
O dia
clareou e eu de tão absorta no passado, sequer me apercebi e, ao olhar através
da janela para este azul celestial, creio que sou uma ingrata, afinal, mesmo
não tendo sido uma gatinha dengosa, ainda assim, não sei porque razão, o
universo me abraçou a cada amanhecer, atraindo para a minha vida o simplesmente
exclusivo em forma de raras e preciosas mãos e almas que incansáveis, me alisam,
mesmo que estejam a distância, como os sons de meus pássaros, tornando-nos,
absolutamente próximos.
domingo, 21 de fevereiro de 2021
SABORES DE MINHA VIDA
Nesta tarde, sentada na mesinha branca da varanda
lateral, degusto uma das deliciosas e últimas carnudas e cheirosas mangas rosas
de meu quintal.
Meu Deus,
quase me é impossível descrever o prazer desta degustação de fim de tarde, ao
som dos clássicos de Debussy e a visão de meu pezinho de acerola já sem nenhum
fruto, mas que neste verão em muito contribuiu para que minhas referências de
sabores se mantivessem vivas.
As pitangas
neste ano me abandonaram e as frutas do conde, também, abrindo espaço para a
mangueira, o limoeiro e é claro para as minhas encantadoras amoras que disputei
arduamente com os pássaros abusados, mas de profundo bom gosto, isso não posso
negar.
Degustando
lentamente, uma a uma das fatias, reconhecendo a preciosidade de seu sabor,
remeteu-me a outros momentos de minha vida, onde o belo se fez presente,
pontuando instantes incríveis, não necessariamente em termos alimentares, mas
de absoluta qualidade que de alguma forma, associo aos sabores alimentares, aos
aromas inebriantes e as texturas inesquecíveis.
Nesta tarde,
meio que doentinha, mas com a mente repleta de vitalidade, revigoro-me através
das lembranças que me nutriram, formando em mim, um celeiro de paixão que me
fortalece e me impulsiona à vida.
Volto à memória
e me é impossível não lembrar das jabuticabas farturentas do mês de outubro em
Ouro Preto, docinhas como mel a explodir na boca ou das jacas maduras de
Guapimirim nos muitos verões que por lá passei ou dos cajus rasteiros do
serrado de Brasília.
E ao lembrar
das deliciosas frutas, como esquecer dos agitados esquilos do sítio de caeté que,
simplesmente, deixavam loucos os cachorros e das maritacas que como um relógio
pontualíssimo, chegavam em bando, numa estrondosa algazarra, para saborearem os
abacates nos finais de tarde, fruta que apesar de apreciar a textura e o aroma,
jamais tive afinidade com o seu sabor.
Hummm!
Deliciosa é a manga que saboreio, pensando que assim como as pessoas, quando
completas, saciam nem que seja, tão somente através das analogias que somos
capazes de fazer com seus sabores, aromas e texturas, remetendo-nos a um enorme
e inenarrável prazer e saciamento emocional.
Feliz de mim
que sou capaz de com minha apenas imaginação e lembranças, ir e vir nas
memórias, enriquecendo o aqui e agora.
EXALTAÇÃO
O fascínio
dos facínoras é justo o brilho que deles se despende em tudo que apresentam,
fazendo despertar permanente referência de sucesso, tudo que todos sonham em
ter.
Vez por
outra, o facínora deixa transparecer a neblina que envolve as suas intenções e
o breu de sua real personalidade, mas logo, as justificativas daqueles que
estão em seu entorno são criadas, afim de justificarem este seu lado tenebroso.
Penso em
tudo que favorece e mantém viva a imagem do facínora e percebo que
independentemente de já estarem mortos a milénios, ainda são exaltados,
exatamente porque, passam para a categoria da imortalidade, mantendo suas imagens
vivas, num misto sutil de herói e marginal, que fascina e continua a atrair
adeptos.
Penso também
que mesmo que eu vivesse mais um milhão de anos, ainda não conseguiria entender
a mente humana e sua necessidade assustadora em ter como modelo vivencial, o
sórdido e o maléfico, fazendo destas criaturas absolutamente danosas, espelhos
de condutas sociais.
Fala-se
tanto em Deus, santos e orixás, superlota-se templos, igrejas e terreiros e, no
entanto, retrocede-se a cada instante, quando diante de si, um facínora é
lembrado, como se não tivesse havido um Jesus, que com pisadas fortes e
atitudes firmes, não tivesse desmascarado o perspicaz e o ardiloso, o insensato
e o hipócrita, numa demonstração pragmática de uma saudável caminhada, mesmo
sem pompas e brilho a ofuscarem os olhos.
Fácil
lembrar dos nomes e das imagens de centenas de facínoras de todas as naturezas,
presentes ao longo da história da humanidade, pois são registrados de tempos em
tempos, através de livros, bustos, reportagens e filmes, mas impossível
recordar-se ou mesmo ter-se ouvido falar, naquelas criaturas que dedicaram suas
existências a tão somente, produzirem a vida e o brilho nos olhos alheios, como
se comum fosse através das ciências e das tecnologias, das artes e dos feitos
humanitários, fazer da vida, um todo em seus intentos maiores, pois a estes
falta o brilho do “ouro dos tolos” que encanta e seduz a uma humanidade idiota
que, insiste em justificar aplaudindo e copiando, o feio e o bruto em prol do “medíocre
colorido” que todo facínora jamais esquece de distribuir, através de seus
carismas pessoais.
“Perdoai-os
senhor, pois não sabem o que fazem”...
Será?
Bendita
quaresma que nos leva a meditar.
sábado, 20 de fevereiro de 2021
SINAIS...
No dia de
hoje, como nos demais de minha vida, sempre fui alvo de milagres divinos em que
Deus se utilizou de pessoas, pássaros, borboletas e infinitos outros elementos
para aliviarem qualquer maior tensão que eu pudesse estar sentindo.
Até mesmo
através da internet, que dizem ser fria e impessoal, tenho tido incontáveis
demonstrações de profundo carinho de pessoas que sequer conheço pessoalmente,
vindo a comprovar que de verdade a convivência é tão somente uma troca de
vibrações que podem ser amorosas ou não, dispensando para favorece-la,
distâncias ou proximidades.
E é esta
mesma vibração que aproxima qualquer outro tipo de relação e, por não haver uma
atenção mais profunda em relação aos fatos e suas características nos encontros
de qualquer natureza e apresentação, que acontecem inúmeras desavenças ou no
mínimo, desgastes e perdas de tempo, até porque, os sinais existem como poderosos
alertas.
Presunçosos
que somos em relação a nossa capacidade de raciocínio, somos aliciados a dispensar
os sentidos, utilizando-nos tão somente de nossa vontade que se ampara nas
necessidades e desejos, ambos com visões distorcidas das realidades de cada
criatura, uma vez que se encontram contaminados com os hábitos e costumes
sociais e culturais, que descaracterizam as reais necessidades, apesar das
mesmas permanecerem latentes, numa constante cobrança emocional.
As vibrações
são os fios condutores das energias individuais e precisam interagir
harmoniosamente no encontro com outra e este fato não se restringe apenas entre
humanos, mas em relação a tudo que possui vida, apenas ficando evidente quando,
se torna absolutamente explicito, criando uma espécie de repulsa, comum de ser
observado pela violência como se apresenta, mas que ainda assim, não é
devidamente entendido, sendo colocado no patamar de gostos e predileções.
Complicado?
Sim, se
pensar em fazer analises contínuas em qualquer tipo de relacionamento, mas se,
por outro lado for inserido na educação ou condução existencial das criaturas,
quando estas estão no primeiro estágio de aprendizado vivencial, o processo de
reconhecimento e identificação passa a ser tão naturalmente utilizável quanto,
o ato compulsivo de respirar, sem que seja necessário, pensar-se a respeito.
E aí,
torna-se simples, apesar de se estar num quadro complexo que é o contexto da
natureza humana em relação ao tudo mais que a cerca.
As texturas,
os aromas e os sabores, são os caminhos seguros de se chegar a um entendimento
mais preciso.
Quando este
entendimento chega na idade adulta, todo o processo se torna mais lento e
impreciso, uma vez que a criatura já estabeleceu critérios e escolhas que mesmo
que não a satisfaça, a mantém refém por indução de uma lógica oriunda da
conveniência pessoal que na realidade é social, baseada em gostos e falsas
necessidades.
Para um
sábado de fevereiro encalorado que sequer despontou no horizonte, este texto
poderia ser classificado como uma sacanagem da dona Regina, na exposição de
seus mergulhos existenciais, na busca dos entendimentos empíricos da real liberdade
em ser e existir.
O galo até desistiu
de cantar, deve ter enfiado a cabeça por entre as palhas do galinheiro, mas os
pássaros ariscos, já estão chegando com suas naturais algazarras, na busca de
seus alimentos e afinidades de todas as naturezas.
Viva a vida
e toda a capacidade vibratória em simplesmente se sentir existindo de forma
plena e absoluta, atraindo para si, tão somente, as benditas afinidades que de
tão legítimas, só tornam o ato contínuo de existir, uma preciosa relíquia.
Em outras palavras
para os existencialistas, no qual me enquadro, a liberdade de escolha é
determinante e esta, só ocorre com a devida competência se estiver com o
embasamento do conhecimento de si mesmo, ficando para cada criatura humana a
responsabilidade da condução de sua vida.
Então que
incoerência é esta, se a senhora dona Regina, começa este texto e no tudo mais
que já escreveu, gabaritando Deus a todas as bençãos recebidas em sua vida e ao
mesmo tempo, discorre e conclui falando em existencialismo?
Digo a todos
que imediatamente perceberam a incongruência, que nem mesmo os
existencialistas, conseguem deixar de carregar em suas posturas emocionais,
suas muletas de apoio, nem que seja, negando veementemente a existência de
Deus, mas jamais confessam, pois seria academicamente um absurdo.
No meu caso,
como não estou vinculada a qualquer lastro acadêmico, pois meus conhecimentos possuem
como embasamento experiências pessoais e pesquisas in loco de convivências variadas,
afirmo sem receios de críticas que utilizo-me de referências Divinas para
nominar minha mente, já que me é ainda, após tantos entendimentos, assustador pensar
que mergulhei tão fundo que, só eu posso enaltecer ou denegrir meus atos e
pensamentos, porque descruzei os braços, saí da inércia e busquei sem cerimônias
as minhas mais legítimas afinidades, sem esquecer que é bom demais pensar, já
que sou vaidosa, egocêntrica e moleca, que tenho um bendito Deus em minha
mente, favorecendo-me a cada instante e com o qual, posso ser absolutamente
autêntica.
Tudo se
resume na busca legítima de si e na aplicabilidade prática das realidades
encontradas, assim como na disposição em deixar fluir além de si, atraindo
inexoravelmente, tão somente as mais legítimas afinidades que se traduzem em
encontros maravilhosos de pura harmonia, onde as vibrações se fundem.
Ou seja:
Recebo na
mesma qualidade e proporção que ofereço.
Mas por
favor, não confundam com “coisas,” pois estas, são materiais e o
existencialismo trata das posturas emocionais, relacionando-as a mente, senhor
Deus de cada ser vivo.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021
FIDELIDADE
São quatro horas da manhã e até o momento, o galo do vizinho à distância não cantou, nenhum pássaro chegou ao jardim, mas a minha borboleta marrom fielmente permanece a meu lado, bem aqui no cantinho da sala de onde escrevo e juntas, esperamos o dia clarear, pois com ele, ambas receberemos uma nova luz neste caminho evolutivo, através da sempre certeza da existência de Deus.
Neste
instante em que acabo de acentuar a não chegada dos pássaros, eis que surge o meu
magnífico sabiá dando sinal de sua presença, mesmo não se deixando enxergar.
Insistente,
paro de escrever e olho atenta através da janela, tentando vê-lo, qual nada, o
sapeca está bem escondidinho e, certamente deve ter os seus motivos, até porque,
não emitiu mais nenhum ruido como uma provável pista.
Percebo que
estou com um pouco de falta de ar o que é comum em mim, quando me deixo
envolver pelas emoções que tomam proporções incríveis, justo, por serem como
ondas volumosas de conscientização, maiores que eu ou de qualquer outra
sensação que eu possa me ver envolvida, afinal, minhas mãos não são capazes de
acompanhar a rapidez de minha mente, quando esta, decide transcrever a vida em
toda a sua plenitude de graça e beleza, mesmo quando se apresenta como agora,
silenciosa e escura, mas detentora de todas as vibrações benditas deste
universo de meu Deus.
E então, constato
que na realidade não escrevo, apenas dedilho orações a cada amanhecer,
agradecendo pela vida singular que me foi oferecida em meio ao gigantismo do aparente,
apenas comum.
Percebo mais
uma vez que nada é comum nesta vida...
Tudo,
absolutamente tudo de verdadeira relevância me foi oferecido nesta minha
existência, com qual propósito?
Não sei
explicar, apenas sinto e agradeço rezando e me integrando sem reservas.
Esta
disposição e singularidade no pensar e no agir, abriu-me portas para o
inusitado, o belo e o encantador, também me escancarou o imponderável, o feio e
o assustador, como se os opostos tão distintamente presentes, me fossem explícitos
parâmetros, desafios contínuos às minhas opções do sim e do não.
Como não
amanhecer orando em agradecimento a um Deus que ao contrário do que pregam,
posso ver e sentir através das texturas, dos aromas e dos sabores que vivencio
a cada dia de minha longa vida, jamais permitindo-me banalizar a potencialidade
contida num simples gesto ou intenção, seja de um apenas humano como eu ou de
qualquer expressão de vida que diante de mim se anuncie?
Sim, sou
fiel em minhas orações matinais, pois é a única forma mais completa de
agradecer as infinitas atenções que recebo de mil formas e que me reforçam a
certeza de que através de meus olhos, ouvidos e sentidos, sou parte integrante e
vibratória desta maravilha que é a vida.
Já posso
escutar a orquestra que lá de fora, se integra ao som do piano que ouço, numa
sinfonia única que me é ofertada, tendo o abusado de meu sabiá, vez por outra
se fazendo notar, apenas para que eu não esqueça de que sou a pessoa mais amada
desta vida e que, através de minhas orações, atraio sempre o tudo de mais belo,
de mais inusitado e encantador, como fiéis companheiros de jornada, livrando-me
por todo o tempo dos antagonistas que possam se apresentar.
Bendito dia
que amanhece, bendita vida que me abraça.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
BOA NOITE
Nesta tarde de fevereiro, que me parece mais encalorado do que já me foi possível observar por estas bandas deliciosas de minha Itaparica, lá estava sentada em meu balanço em busca da brisa refrescante que chega do mar e aí, como sempre o bendito universo conspira a meu favor e de um instante para o outro, a amena brisa vai se transformando em vento forte, fazendo dobrar os galhos da amoreira, derrubando algumas das restantes mangas e farfalhando as folhas dos coqueiros, chegando a derrubar uma que estrondosamente, escarrapachou-se ao chão.
POSTERGANDO...
É uma
realidade emocional de grande parte das pessoas que postergam atitudes que
precisam ter em relação a isto ou aquilo, principalmente se o caso em questão,
não está incomodando mais do que o esperado e aí, em dado momento, vem
abruptamente a “surpresa” da constatação da pouca ou nenhuma consideração que
foi dispensada ao digamos “problema”.
Daí,
estar-se por todo o tempo em contínuas surpresas, seja por uma dor física que
se vai adiando a ida ao médico, seja aquela pessoa que te aporrinha em demasia,
seja ao companheiro(a) com o qual, já não se tem amor, seja pelo tratamento
frio e até grosseiro que se recebe em determinados locais, mas ainda assim,
seja aquele chefe abusivo que se esteja tolerando há anos e por aí vai...
Situações
que incomodam, mas que por um motivo ou outro, justifica-se postergar em função
disto ou daquilo que parece ser mais importante e, aí, em dado momento a coisa extrapola
e diante da criatura, o chão se abre, o mundo desaba e em questão de segundos,
a “coisa”, toma proporções de terremoto emocional, transformando-se em uma “grande
realidade”, quando é tão somente o resultado previsível do pouco caso que se
ofereceu a questão.
Portanto,
nesta quarta-feira de cinzas atípica, por causa da pandemia, que consigamos
fazer uma reflexão em relação a tudo ou parte do que nos amola em nossos
cotidianos, impulsionando-nos a simplesmente agir, segundo a lógica do bem
viver, preservando-nos das futuras desagradáveis “surpresas” que até podem
demorar, mas que com certeza, chegam.
domingo, 14 de fevereiro de 2021
UM NOVO AMANHECER
Bom dia, essa é a expressão que usamos como forma civilizadamente educada de nos dirigirmos aos demais, num gesto de interatividade e, no entanto, logo em seguida, somos capazes de empanar e até mesmo, exterminar com o dia de um outro alguém e esta dualidade que queiramos ou não admitir, reside em cada ser humano e de tempos em tempos, aflora com mais ou menos ênfase nas sociedades.
MEU SABIÁ
A tarde estava
indo embora, mas trouxe o meu sabiá fazendo a maior algazarra.
Parece
história, mas é real, meu bichinho cantava tão alto, pousado no galho da
amoreira que me foi impossível não ir ao seu encontro.
Corri para a
janela e conversei com ele, acreditando que entendia a minha imensa alegria,
pois, enquanto eu falava, ele respondia, se esgoelando sem parar.
OH, meu Deus
que felicidade!
Meu bendito
sabiá, veio somente me dar boa noite, neste domingo de carnaval.
Sabe lá, o
que é isso?
E que eufórico,
boa noite!!!!
Delícia esta
interação com a natureza que, repleta de amigos, não me deixa um só instante,
sozinha.
E aí, como
não ser uma escrevinhadora deste universo?
Como não
viver em contínuo estado de poesia?
Como não
enxergar “Deus” em toda esta maravilha?
A você que
me lê, o meu sorriso carinhoso e o meu mais doce e poético, boa noite.
sábado, 13 de fevereiro de 2021
O LÚDICO
O Carnaval
atípico está começando oficialmente hoje e eu, jamais pensei em viver para ver
o meu Brasil e minha Bahia silenciosos.
Que coisa,
viu!!!
Todos os
dias, uma surpresa, um aprendizado e aí, aflora em minha mente, algumas
diferenças entre o ontem e o hoje e, então, sorrio, afinal, tudo parece
absolutamente diferente, mas na realidade tudo é sempre igual na sua essência,
tão somente, diferenciando-se na apresentação.
Penso nas
canções, nos poemas e no amor, visitando um passado literário de lirismo mais
ingênuo, mais delicado ao se expressar, fruto de um ritmo de vida menos
corrido, menos competitivo, sem tantas influências globais, onde ainda era
possível olhar-se nos olhos mais demoradamente e deles extrair a essência de um
interior.
Mas a
necessidade de se ter um amor e nele poder se entregar, buscando afago e
aconchego, continua exatamente igual, mas são tantos atrativos e desvios,
tantos sins e tantos nãos que, não há espaço para o risco romântico do talvez.
E sem o
talvez, não há investimento amoroso, tudo passa a ser imediato e o amor,
precisa de tempo e de espaço para se estabelecer, precisa do lúdico para
colorir e incentivar o melhor de cada um, porque afinal, a paixão do tesão
inicial é como chuva de verão, refresca e é linda, mas tem tempo de findar e
para mantê-la sempre presente, só mesmo, muitas borboletas, beija-flores e
sabiás, como inspiração.
O lúdico é a
matéria prima de todo grande amor.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
DELÍCIA VIVER...
Maravilha é acordar e se não bastasse, alguém ainda se lembrou e mandou uma música para alegrar o meu coração.
Então, como não começar um dia repleto de inspirações?
Como é bom saber receber as mais doces e sensíveis
manifestações de carinho...
E aí, o sol brilha mais forte e até me parece que o brilho é
só para mim.
As águas mornas deste mar que amo, me recebem como uma
majestade.
E eu, sempre apaixonada, nele submerjo e em seguida emerjo,
ostentando pura vida.
Que delícia é viver, meu Deus!
Obrigada.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021
EM PAZ...
Para não fugir a uma velha regra de minha natureza energeticamente emocional que abala o físico, acentuando em cada filamento deste, as vibrações inerentes das absorções sensitivas.
Nesta manhã ainda de verão, acordo e me vejo com todo um filme sendo exibido diante de minha mente.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2021
UM ATÉ BREVE
Desde o dia 26 de dezembro que estou empenhada na escrita de minha autobiografia, onde narro passagens relevantes de minha vida, atendendo a um pedido de um precioso amigo que inclusive me sugeriu o título PERCEPÇÃO que, adaptei para PERCEBENDO A VIDA, onde narro em detalhes o quanto esta capacidade mental que desenvolvi com o auxílio de meus sentidos, abriu meu campo de visão interna e externa, sobre todos os aspectos que verdadeiramente acreditei serem relevantes, não só na estruturação de minha vida, quanto na condução da mesma.
domingo, 7 de fevereiro de 2021
APENAS SAUDADES...
Cheguei da praia que estava simplesmente deliciosa e estou aqui pensando, no quanto é difícil perder-se um amor de uma vida inteira.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021
NA COMPLETUDE DO APENAS SER.
Deus, que maravilha são os musicistas que com seus dedos ou sopros desenham harmonia em nossas mentes, transportando-nos aos nossos mundos interiores e com o poder mágico de lá retirar, tudinho que está nos amolando e apagando o bendito sorriso de nossos rostos, calando a doçura de palavras amorosas que poderíamos estar dirigindo a alguém e escurecendo o brilho de nossos olhos.
FALANDO DAS MARÉS
O dia amanheceu clarinho, prometendo sol pleno e já posso ver minha mangueira abraçada por ele,
em seu todo majestoso.
Que beleza,
meu Deus!
As vezes ele recua, tendo que duelar com as teimosas nuvens que mesmo fracas, insistem em se estabelecer neste espaço celestial e, enquanto assisto esta disputa de poderes, penso em mim e no muito que tive de duelar ao longo de minha vida, tanto e tão dolorosamente, que exauri minhas forças e já não duelo mais.
VINTE POEMAS DE AMOR
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021
HIBERNANDO
Não é a primeira vez e provavelmente não será a última em que frente ao imponderável, recolho-me como uma ursa, afim de um descanso necessário e de onde, posso melhor avaliar o meu entorno.
Minhas lembranças voam até 1992, quando, vi ruir o trabalho de anos a fio e que exigiu de mim, uma determinação que eu nem sabia que tinha, mas que foi desabrochando à cada necessidade.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2021
ANNA PAULA -MINHA PÉROLA
Duas semanas
com “casamentos de viúvas” diariamente e, tem dias que se dividem em duas
etapas, pois, apesar de preferirem se casar pela manhã, as vezes são tantas
noivas, que precisam buscar as tardes ensolaradas para deixarem rolar dos céus,
suas lágrimas de felicidade.
E aí, andar com o guarda-chuva na bolsa ou no carro é a única alternativa para não sermos surpreendidos com este espetáculo da natureza que apesar de encantar os nossos olhos, refrescar os nossos corpos, também cria probleminhas surpreendentes, como nos fazer sair correndo da praia, quando, lá estávamos felizes da vida.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021
SOLAS DOS PÉS
Num certo
momento e já faz muito tempo, senti dores nas solas dos pés, percebi também que
meus olhos ardiam, minha mente se confundia e o meu todo de mulher, pedia
socorro, como se de repente, cada parte de meu corpo se rebelasse e juntas, no
pátio de meu emocional, criavam um motim quase que incontrolável.
Como uma capitã
que comanda as manobras de si mesma, joguei a velha e pesada espada no chão, soltei
a armadura de nós de aço que cobria o meu corpo e libertei meus pés do couro
resistente que os aprisionavam.
Finalmente a
liberdade para ser apenas eu, sem olhar para trás, sem sequer pensar no futuro,
apenas regozijando-me com o presente, foi tudo que costurei nas minhas novas vestes.
Peguei o sol
e dele fiz um bordado, criando a minha nova textura.
Peguei as
estrelas e com elas ofereci brilho aos meus olhos.
Peguei as
flores, misturei-as e criei o meu aroma.
Peguei os
frutos e numa mágica alquimia, criei o meu sabor.
Não demorou
muito, vi o castelo ruir, afinal, sem guerreira para defende-lo, correndo a
cada instante eminente risco de morte, abandonado ficou a sua própria sorte,
tal qual, eu já estivera.
Olhei para
traz e me pareceu um sonho, dantesco, aterrorizador, pensar que lá, já estive e
quase por lá, ruí....
Pés
doloridos que me alertaram e abriram espaço para um reviver
Tá certo que
sem castelos, espadas e armaduras, sem esquecer dos tesouros, viver não tem
sido nada fácil, mas de verdade difícil, era quando tudo isso eu tinha, só me
faltando liberdade.
Respiro
fundo e me sinto viva, tendo o universo me atendendo a cada instante, permitindo-me
sorrir, chorar se necessário, tocando-me com amor, justo no meu emocional.
E sem o peso
e as dores que me consumiam, hoje eu posso amar, seja lá o que for, sem esperar
retorno, porque o que verdadeiramente importa é tão somente, o que sinto.
Que delícia é viver desnuda e de pés no chão.
Que delícia é confiar no amparo que me cerca
Que delícia é precisar de pouco e receber o máximo.
Bendito o momento, que já faz tanto tempo, que revoltados os
meus pés, pisaram de botas pela última vez.
ESTRANHAS SENSAÇÕES?
Falta-me o
ar e o coração parece querer sair pela boca e, no entanto, estou bem...
Conheço
essas reações físicas, pois as tenho sempre que estou emocionada,
independentemente se de alegria ou tristeza.
Sinto que é
uma forma de comunicação entre mim e o universo que, com suas poderosas emanações
vibratórias, sinaliza um acontecimento importante, sem ser específico, como um semáforo
mental e seu alerta amarelo.
Neste instante,
o dia acaba de clarear, ainda nublado, pois, acabou de chover um pouco, se bem
que fininho, não intimidando meus pássaros que como eu, resistem as intempéries
sem deixarem de cantar.
Enquanto
escrevo, divido minha atenção entre a orquestra de Glenn Miller e a orquestra
dos pássaros, sem que uma interfira na musicalidade do outro, apenas se
completam.
Assim
deveriam ser os grandes amores, apenas se completando...
Na tarde de
ontem, perdi outro texto, por descuido e desconhecimento das muitas teclas do
notebook que inadvertidamente esbarro e aí, lagrimas brotam sem qualquer freio,
afinal, cada perda é um hiato que se forma entre mim e a universalidade.
Preciso ter
mais atenção, mas como meu Deus, se minha mente, enquanto escrevo, voa
despudoradamente, seguindo pássaros e borboletas, viajando entre as lembranças
do passado, os sonhos de um futuro hipotético e um presente repleto de expectativas?
Como
encontrar o ponto do perfeito equilíbrio entre o lúdico e o real, se meu todo
de criatura humana é essencialmente emoção, que ora encanta, ora inebria, ora
assusta?
Tanto ainda
por fazer, tanto ainda por realizar e eu aqui, perdendo textos, desperdiçando emoções...
Não posso,
não devo e não vou...
O recado do
universo me foi dado entre linhas de um novo texto e, é bem assim que este
diálogo se mantém, mesmo que em algumas ocasiões atenta eu não estava para
compreender.
ESPLENDIDO GOZO
De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...
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Em respeito aos milhares de seguidores de minha página e especificamente das lives que posto no facebook, desde 19 de agosto de 2020, se...