quarta-feira, 6 de agosto de 2025

UMA QUESTÃO DE ESCOLHA

Acordei lembrando dos meus amanheceres em Itaparica que jamais aconteceram sem a presença dos pássaros, fizesse sol ou chuva e toda esta lembrança acarretou-me uma pontinha de melancolia que logo tratei de espanar de mim, afinal, há muito entendi que quem manda em meus sentimentos e emoções, sou eu. 

Toda esta determinação foi criada, desenvolvida e fortificada, através da minha disciplina pessoal em jamais deixar que o belo, o justo e o agradável, deixasse de permear meus instantes de vida.


Não foi do nada que este pensamento surgiu e se estabeleceu em minha mente e sim, através de um sábio e amoroso direcionamento que recebi ainda garotinha, onde os valores básicos existenciais, tendo a vida em seu poderoso e complexo todo natural, fossem minhas margens como foco maior de proteção e indução de posturas leves, mas resistentes aos novos valores que o sistema sempre em constante movimento, fatalmente me invadiria. 

Por ter sido de profundo valor ao longo de minha vida, compreendi tratar-se da disciplina prioritária a ser oferecida as crianças, fosse no ambiente doméstico, fosse no ensino formal. Afinal, compreender-se, enxergar-se e comparar-se a vida nas suas grandiosidades e infinitas peculiaridades, será sempre um meio natural de preservação pessoal, só compatível com a empatia em relação ao tudo mais.

Esta pratica, pode parecer mais uma teoria de autoajuda, ainda mais nos dias atuais, onde a vida, banalizou-se, num retrocesso assustadoramente primata, mesmo que ostentando uma evolução fantástica em relação as ciências e tecnologias, e a um tudo mais que não dependa de sentimentos amorosos.

E aí, estar a dezesseis dias sem ouvir os meus pássaros, enxergar o meu jardim, onde convivia com os farfalhares dos coqueiros e os bailados dos galhos flexíveis da amoreira, sem esquecer das texturas e aromas de meus amigos, poderiam ser motivos justificáveis para uma melancolia e até tristeza, no entanto, enquanto escrevo recordando, posso vê-los, ouvi-los e senti-los, através da mente e de meus sentidos, sempre capazes de armazenarem o tudo de bom que vivi ao lado desta preciosidades e então, sorrio, numa expressão física, mas acima de tudo vibracional e amorosa que envio a cada um de vocês que me lê. Beijos!

Regina Carvalho- 6.8.2025 Tubarão- S.C

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