Este é um conflito que me acompanha desde que percebi que o tempo da juventude só permaneceu em minha mente.
A cada ano vivido, todo o manancial de experiências e buscas intelectuais foi se somando ao ponto de me surpreender, diante da expertise com a qual preciso administrar a vida sem me frustrar, compreendendo que faz parte do processo, quando se tem o privilégio de viver muito.
Às vezes, simplesmente não posso, porque o meu corpo já não aguentaria. Todavia, muitas vezes posso, mas a sabedoria da vivência garante que não devo.
A balança amorosamente sensata da mente que garante o equilíbrio, a razão e o amor em nossas vidas. 👇
Penso então que, de tudo o que fui aprendendo e vivenciando, compreender que administrar a minha vida exigia sensibilidade foi o maior ensinamento: respeitar os meus quereres, observando as reais necessidades. Afinal, nem tudo o que desejei ter ou ser se adequou ao meu bem-estar.
Vivendo e aprendendo, percebo a incrível “pegadinha” da vida: não tenho como fugir dela, pois é preciso admitir que a juventude da minha mente, embora sem rugas, amadureceu o suficiente para ser o sinalizador do que posso e do que não posso. Mas, mesmo quando posso, é preciso avaliar se devo, tal qual um semáforo numa avenida movimentada, assim como minha mente.
Às vezes, de pronto me aborreço com essa mente jovem e atenta que insiste em podar-me. No entanto, ela mesma me consola, mostrando-me o universo quase infinito do que juntas ainda podemos e devemos experimentar.
Há tempo para tudo. E não há nada mais importante nesta vida do que sermos senhores de nós mesmos.
Bom dia, aceitando e vivenciando o que se pode e o que se deve fazer.
Regina Carvalho – 28.08.2025 – Tubarão/SC
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