Nesta manhã como geralmente faço, transcrevo o que minha mente me inspira e essa, atem-se aos temas delicados que tocam no coração ou nas vísceras, nesse caso em especial, provocando um certo mal-estar, já que são temas que fogem ao politicamente correto.
O curioso é que essa arte do disfarce não nasceu agora. Vem de longe, de tempos em que o ser humano já exercitava o seu lado ladino: sorria à frente, conspirava por trás; elogiava em público, minava em privado. O que antes era a hipocrisia das boas maneiras, passou a ser, a hipocrisia das boas causas.
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Luvas de pelica que escondem punhais
O mundo descobriu o “politicamente correto” e, como bons artesãos da aparência, os seres humanos passaram a encapar farpas com veludo.
Mas o verniz não elimina a farpa. Apenas a esconde.
Camuflagem que sorrateiramente foi se infiltrando nos núcleos familiares e, (não é de hoje), através das camuflagens interesseiras, das mentiras, ditas, como salvadoras e dos silêncios oportunistas, distanciando os sentimentos, destruindo emoções.
Todavia, talvez nenhum palco seja tão perfeito para essa encenação, quanto a política.
Na temporada eleitoral, vemos atores bem-penteados recitando falas bem ensaiada: “nunca abandonarei o meu partido”, “defenderei o povo até ao fim”. Mas nos bastidores, já medem o tamanho da cadeira na sigla vizinha e marcam jantares discretos com velhos adversários. Quando chega a hora, mudam de lado com a mesma naturalidade de quem troca de gravata ou no caso das mulheres, vestido e com um sorriso tão polido que mais parece ato de heroísmo.
E tudo começa a ser aperfeiçoado nos mandatos da vereança, onde os bem intencionados (alguns raros) e sinceros recém empossados, imediatamente se curvam aos escolados nas expertises das malandragens oficiais, já que se doutoraram através das sucessivas reeleições.
A deslealdade partidária e ao povo é tão normal que já não choca. E, por isso mesmo, o politicamente correto serve como a maquiagem perfeita: cobre as olheiras da incoerência, uniformiza o tom do discurso, esconde as manchas do oportunismo. No fundo, é menos sobre respeitar o eleitorado e mais sobre não perder o papel principal.
O povo, esse, ou não se apercebe ou finge que não se importa. Talvez porque já tenha aceitado que, por estas bandas, política é menos sobre ideais e mais sobre a sobrevivência de quem ocupa as cadeiras, claro. E assim, o povo em sua maioria esmolento, segue pagando através dos impostos, camuflados nos preços dos alimentos, combustíveis e etc. e tal, o bilhete, o cenário e o salário dos atores, cônjuges e rebentos, enquanto, a peça nunca muda.
“Entre vernizes e falsas verdades, a política transforma a incoerência em espetáculo e o público, continua aplaudindo e reverberando entre o Arrocha e o Pagodão, chancelados pelos espertinhos, surripiadores do erário público”, amparados pelas autoridades das supostas fiscalizações.”
Regina Carvalho- 8.8.2025 Tubarão- S.C
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