terça-feira, 12 de agosto de 2025

BASTA UMA GOTA...

Acordei pensando nas magoas que alteraram minhas emoções e que não controlei e que me trouxeram desgastes e riscos desnecessários, quando, bastaria que eu tivesse tentado esclarece-las, e não deixar que elas morassem aparentemente quietas, como água parada num copo esquecido. Não transbordavam, não chamavam atenção. Apenas ficaram lá, ocupando espaço dentro de mim. No início, pareciam inofensivas, quase transparentes e sob o meu controle.

Mas bastava uma gota, uma palavra atravessada, um silêncio frio, um gesto descuidado. Então, o copo se rompia. A mágoa, já saturada, se derramava em vingança, repleta de raiva. 

E esta, sempre é veloz: “tomando o corpo, roubando o fôlego, obscurecendo o olhar”.

Nem sempre é a gravidade do ato que pesa, mas o acúmulo do que veio antes. O perigo é que tanto a mágoa quanto a raiva, partilham o mesmo vício: desequilibrar a alma.

E o equilíbrio, uma vez perdido, exige finalmente, o esforço da franqueza do esclarecimento e um tempo para se recuperar... 

Exige vontade de deixar a confiança voltar a se estabelecer, o que, nem sempre é possível de se conseguir...

Regina Carvalho- 12.8.2025 Tubarão S.C



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