domingo, 10 de agosto de 2025

LEALDADE - Elo que sustenta, muitas vezes o improvável...

Nesta manhã ensolarada, mas absurdamente fria por estas bandas de Santa Catarina, cá estou agradecida pelo carinho que me envolve, mesmo à distância e aí, impossível não pensar na doce emoção da lealdade que só enriqueceu minha vida, já que em nenhuma ocasião, nasceu pronta, jamais foi imposta e muito menos, teve o seu florescer apressado, não, a lealdade só precisou ser plantada no terreno da confiança, regada com atenção e protegida do desgaste que o tempo inevitavelmente traz. Quando bem cuidada, cria raízes profundas que nem as tempestades arrancam.

👇👇👇Confiança de que vai crescer...


Ela se revela nos gestos discretos: no olhar que não desvia quando surgem as dificuldades, na palavra que defende o ausente, no silêncio que preserva segredos que não nos pertencem. É a certeza de que, quando o mundo pesa, existe um ombro que não cede, um ouvido que nos ouve, um gesto ou palavra que nos consola.

Mas quando a lealdade falta, o que antes era jardim torna-se deserto. Pequenas rachaduras de desconfiança crescem até se tornarem abismos. A comunicação, antes ponte sólida, vira um fio de arame frágil que se rompe ao menor peso. A ausência desse vínculo abre portas para violências emocionais sutis, um desprezo disfarçado, uma ironia que corta, um abandono invisível. E, em alguns casos, a ausência de lealdade alimenta tempestades mais graves, transformando o afeto em terreno hostil, onde as agressões de todas as ordens, encontram espaço para nascer.

A lealdade é o escudo invisível contra essas erosões. É o pacto silencioso de que não haverá punhaladas nas costas, nem mesmo quando o coração se sentir ferido. Ela não exige perfeição, mas compromisso. Não aprisiona, mas dá liberdade de ser inteiro, pois quem é leal não teme perder, e quem recebe lealdade não teme confiar.

Perder a lealdade é como ver um farol apagar-se no meio da noite: o caminho ainda existe, mas a travessia torna-se perigosa e incerta. Reconstruí-la, quando ainda possível, exige tempo, transparência e uma coragem que poucos têm, afinal, é preciso enfrentar não só o outro, mas também os próprios erros.

No fim, a lealdade é a casa que resistiu ao vento. Quem a constrói, vive seguro. Quem a destrói, vive à deriva.

Regina Carvalho- 10.8.2025 Tubarão- S.C

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faz tanto tempo, mas ainda me lembro...

O que você quer ser quando crescer? Perguntou minha mãe em tom solene... Como seria possível aos seis anos responder a tal pergunta? Mas eu ...