Nesta manhã ensolarada, mas absurdamente fria por estas bandas de Santa Catarina, cá estou agradecida pelo carinho que me envolve, mesmo à distância e aí, impossível não pensar na doce emoção da lealdade que só enriqueceu minha vida, já que em nenhuma ocasião, nasceu pronta, jamais foi imposta e muito menos, teve o seu florescer apressado, não, a lealdade só precisou ser plantada no terreno da confiança, regada com atenção e protegida do desgaste que o tempo inevitavelmente traz. Quando bem cuidada, cria raízes profundas que nem as tempestades arrancam.
👇👇👇Confiança de que vai crescer...
Ela se revela nos gestos discretos: no olhar que não desvia quando surgem as dificuldades, na palavra que defende o ausente, no silêncio que preserva segredos que não nos pertencem. É a certeza de que, quando o mundo pesa, existe um ombro que não cede, um ouvido que nos ouve, um gesto ou palavra que nos consola.
Mas quando a lealdade falta, o que antes era jardim torna-se deserto. Pequenas rachaduras de desconfiança crescem até se tornarem abismos. A comunicação, antes ponte sólida, vira um fio de arame frágil que se rompe ao menor peso. A ausência desse vínculo abre portas para violências emocionais sutis, um desprezo disfarçado, uma ironia que corta, um abandono invisível. E, em alguns casos, a ausência de lealdade alimenta tempestades mais graves, transformando o afeto em terreno hostil, onde as agressões de todas as ordens, encontram espaço para nascer.
A lealdade é o escudo invisível contra essas erosões. É o pacto silencioso de que não haverá punhaladas nas costas, nem mesmo quando o coração se sentir ferido. Ela não exige perfeição, mas compromisso. Não aprisiona, mas dá liberdade de ser inteiro, pois quem é leal não teme perder, e quem recebe lealdade não teme confiar.
Perder a lealdade é como ver um farol apagar-se no meio da noite: o caminho ainda existe, mas a travessia torna-se perigosa e incerta. Reconstruí-la, quando ainda possível, exige tempo, transparência e uma coragem que poucos têm, afinal, é preciso enfrentar não só o outro, mas também os próprios erros.
No fim, a lealdade é a casa que resistiu ao vento. Quem a constrói, vive seguro. Quem a destrói, vive à deriva.
Regina Carvalho- 10.8.2025 Tubarão- S.C
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