domingo, 31 de agosto de 2025

EU E O SOL

Cinco horas sentindo o bendito sol atravessar todas as roupas que eu vestia para conter o frio sempre presente — frio teimoso que não se deixa vencer pelo esforço quase inútil do ameno sol em tocar meu corpo. Mas, enfim, pude senti-lo na pele do rosto, assim como nas minhas mãos e, de repente... ah, que prazer, meu Deus!

Nada mais importava além de deixar meus sentidos se entregarem, sem reservas, a este parceiro de vida que tão cedo me conquistou e a quem tão cedo me rendi. Lembro-me dos meus olhinhos de criança feliz, fixando-o sem medo, pois, ao fazê-lo, via estrelas douradas caírem sobre mim.


PORTAS E JANELAS DA ALMA

Eu não as vi, mas certamente me acordaram barulhentamente neste domingo, último dia do mês de agosto. Será que a primavera, apressada, chegou mais cedo, amenizando o frio e trazendo o sol translúcido, que invade portas e janelas, iluminando os amanheceres?

Bendito bando de maritacas, que sequer sabia existir por estas bandas.

E aí, como não lembrar da minha Itaparica, se cada movimento das estações se fazia notar com sua própria forma de ser e de me encantar? Como o prazer que eu sentia ao abrir a porta da copa e ser abraçada pela lindeza de um novo dia, através dos braços delicados e acolhedores do sol da primavera.


sábado, 30 de agosto de 2025

DEU RUIM...

Estou aqui desde as cinco horas, apenas com um pingado, escolhendo postagens para distraírem meus amigos e também buscando uma cena, uma palavra, uma música que me inspire, já que acordei sem a voz atiçada de minha mente, doando-me ideias.

Como costumam dizer hoje em dia: deu ruim...

Como nada que penso e sinto deixo passar batido, imagino que a razão deste vazio mental seja o fato de eu precisar sair às 9 horas. E quando tenho compromissos logo pela manhã, contrariando a nossa rotina, minha mente se revolta e, pimba: se fecha, privando-me de sua preciosa antecipada participação.


sexta-feira, 29 de agosto de 2025

PRA POUCA CONVERSA

Existem amanheceres, como o de hoje, em que o frio não vem apenas do clima, mas do coração. O corpo desperta, mas a alma ainda hesita em levantar-se. Entre cobertas e pensamentos dispersos, a inspiração se perde, restando apenas a sensação de tempo desperdiçado.

São nesses momentos que o medo surge como sombra não o medo das coisas grandiosas, mas aquele sussurro que me trava: o de não ser capaz, o de não pertencer, o de falhar. Ainda assim, levanto. Reconheço: estou pra pouca conversa.

Vivemos tempos em que o medo é quase sempre silenciado, disfarçado por coisas que brilham e seduzem: comprimidos coloridos, rótulos clínicos e diagnósticos rápidos.


quinta-feira, 28 de agosto de 2025

O que posso e o que não posso...

Este é um conflito que me acompanha desde que percebi que o tempo da juventude só permaneceu em minha mente.

A cada ano vivido, todo o manancial de experiências e buscas intelectuais foi se somando ao ponto de me surpreender, diante da expertise com a qual preciso administrar a vida sem me frustrar, compreendendo que faz parte do processo, quando se tem o privilégio de viver muito.

Às vezes, simplesmente não posso, porque o meu corpo já não aguentaria. Todavia, muitas vezes posso, mas a sabedoria da vivência garante que não devo.

A balança amorosamente sensata da mente que garante o equilíbrio, a razão e o amor em nossas vidas. 👇


quarta-feira, 27 de agosto de 2025

APARTHEID EDUCACIONAL: a ferida aberta do Brasil

No Brasil, vive-se há décadas um apartheid educacional silencioso. De um lado, escolas que oferecem apenas o mínimo, condenando milhões de crianças à exclusão cultural e social. Do outro, uma pequena elite que tem acesso a uma formação plena, enriquecida por arte, esporte e estímulo intelectual. Essa separação cruel perpetua a desigualdade e alimenta a violência que devora nossas cidades.

Imagino como seria diferente se as escolas incorporassem, desde cedo, a música, as artes e os esportes como pilares da formação humana. A beleza de um piano de Debussy, a disciplina do teatro, a cooperação do futebol ou do voleibol: tudo isso poderia ser a semente de uma geração mais equilibrada, criativa e sensível. Educação não é apenas instrução, é formação de seres humanos capazes de imaginar outros mundos possíveis.


terça-feira, 26 de agosto de 2025

NAS ASAS DA VIDA

Em algum momento da minha vida, que não sei precisar, mas que com certeza, foi na infância, crendo ter sido num instante crucial em que, lá estava a Regininha afoita, destemida, curiosa, questionadora, enroscando-se , camuflando-se e, protegendo-se rapidamente numa emoção que gostou de sentir e que, muito mais tarde, compreendeu tratar-se de uma tal de autoestima.

Sensação agradável que me fez entender que a natureza era diversa e infinita e eu, era parte daquele gigantismo que meus olhos eram capazes de enxergar e meu corpo, de sentir. 

Descobri fascinada que poderia escolher qualquer elemento deste fantástico universo para estar comigo, já que, na solidão de rapa do tacho de uma família de meia-idade, ansiava por companhia, espevitada como era.


segunda-feira, 25 de agosto de 2025

LAREIRA DE AMOR



Lareira de Amor

O domingo amanheceu

chuvoso, friorento...

Mas mãos invisíveis,

amigos distantes

desconhecidos entre si 

guiados pelos mistérios de Deus,

acenderam em mim uma chama.

Vieram em forma de palavras,

mensagens que abraçam,

gestos que aquecem

a alma inteira.

Não há frio que resista

a essa torrente de calor,

a esse rio de vibrações

que percorre o invisível mundo online,

onde tantos dizem ser impossível

doar ou receber amor.

O universo vibra.

E nele dançamos,

energias em movimento,

seres que aprendem,

sentem,

erram,

reconstroem.

Cada escolha é um caminho,

cada rota pode ser mudada.

Se dói, se fere,

há sempre outro rumo.

O bem e o mal circulam,

mas só nós decidimos

quem deixamos entrar

no coração.

E não precisamos de máquinas,

nem de telas luminosas.

Basta a mente,

basta o sentir,

esses parceiros eternos

que nos guiam em silêncio.

Hoje, agradeço.

Cada abraço enviado em palavras

transformou o frio em brasa,

a solidão em presença,

o dia cinzento

numa lareira de amor.

— Regina Carvalho

24.08.2025 – Tubarão – S.C.

A TERRA HÁ DE COMER...

Acordei nesta segunda-feira disposta e a pensar no quanto o ser humano é adaptável quando se propõe, simplesmente, a deixar rolar. Sem choramingo, sem dramatizações, apenas tentando extrair o melhor da realidade que se apresenta. Sim, porque sempre existe um “melhor”, basta reservar os grandes dramas para os capítulos seguintes e guardar, para o aqui e o agora, os prazeres de uma Odete Roitman, a cafajestice de um César e a babaquice da Fátima.

 “O drama só vale a pena quando nos diverte, fora disso, é desperdício de alma.”


domingo, 24 de agosto de 2025

APENAS – AMOR

Acordei com o sussurro da mesma chuva que, ontem à noite, me embalou o sono.

E, junto dela, a doce sensação de bem-estar que só o amor sabe semear.

Amor que caminha ao meu lado em silêncio, fiel companheiro,

seja nos dias de riso ou nas horas de sombra,

guardando minhas intenções,

não permitindo que se percam no labirinto das emoções.


sábado, 23 de agosto de 2025

CHACAL E POETA

Amanheci pensando

no quanto julgamos mal o outro,

sobretudo aquele que recusa a mesmice

e ousa ser diferente.

Eu, que sempre adorei voar

na garupa dos pássaros e das borboletas,

trago ainda os olhos voltados à terra,

nem sempre firme,

nem sempre segura.

Sou cronista viajante entre nuvens,

capaz de criar ideais de luz,

e no mesmo instante

mergulhar em realidades duras,

que assustam,

que ferem,

que me roubam os belos.

Essa dualidade me habita:

ora encanto, ora assusto.

Como confiar em quem se divide

entre a poeta que pinta o mundo de cores

e a crítica que arranca as máscaras,

expondo a podridão dos oportunismos,

os chorumes que enfeiam a vida?

Penso em Hitler, no Holocausto,

nas guerras de agora,

e não encontro diferença:

lá, a morte em fornos;

aqui, a morte à fome,

a céu aberto.

E neste sábado cinzento,

na solidão dos meus escritos,

sou párea,

sou deusa,

sou chacal das misérias humanas,

sou poeta da mesma vida.

Que coisa, viu!

Regina Carvalho — 23.08.2025

Tubarão, SC

Dualidade num mesmo mundo repleto de dúvidas e certezas, sonhos, realidades, poesias e mortes.




sexta-feira, 22 de agosto de 2025

PANTOMIMA JURÍDICA - NO PAÍS DO TRIO ELÉTRICO - DA FOME E DA IGNORÂNCIA CIDADÃ.

Não sei você que me lê, mas eu já não aguento mais ter que ver e ouvir a Globo em seus noticiários, repetir incessantemente, cada “PUM” que o Bolsonaro e seus aliados, inclusive internacionais dão.

Todo PUM é crime, merecendo toda a atenção do STF, do Congresso e é claro merecendo cobertura completa da poderosa ex quebrada Globo, massificando mentes com os mesmos PUNS que outrora foram desconsiderados através dos aromatizadores  interpretativos da Constituição como inconstitucionais, libertando das devidas punições os mesmos chacais que dilapidaram os cofres nacionais e que desde a posse em 1 de janeiro de 2023, na maior cara de pau, posam de defensores de uma democracia que só eles e seus aliados reconhecem como justa e legítima.


Raul Seixas

 21 de agosto de 1989: morre Raul Seixas. A música do dia de hoje foi Only You, de seu terceiro disco (05'13")



Realidade – Afrontosamente Óbvia

“Ver demais é a bênção e a maldição de quem não consegue fingir que a vida é simples.”

Neste final de tarde, escuto Richard Clayderman.

As melodias não me são novas.

Tenho a sensação de tê-las ouvido a vida inteira, como um fundo sonoro das minhas escritas emocionais.


quinta-feira, 21 de agosto de 2025

“Entre Estações”

Será que eu deveria ter-me preparado mais, pensando na velhice? Mas afinal, como é que se prepara?

Eu, enquanto jovem, tive tanto em que me ocupar que, sinceramente, não tive tempo de pensar num depois...

Preocupei-me tanto em proteger a mim e aos meus das tempestades dos invernos e dos sóis ardentes dos abrasadores verões, abrigando-me entre galhos e folhas da minha floresta pessoal, arando e semeando os solos férteis que fui encontrando pelo caminho, que jamais pensei no futuro, já que o plantio do aqui e agora, premente, exigia rigorosa dedicação.


quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Agosto Lilás

Encontro na secretaria de Ação Social da cidade de Pedras Grandes S.C para tratar do Agosto Lilás, referente a violência contra a mulher, sendo observado pela visão educacional de ambos os sexos a partir do ensino infantil. O projeto da jornalista Regina Carvalho, propõe mudar conceitos comportamentais atávicos da sociedade brasileira, através da conscientização da vida, num reconhecimento da potencialidade física, emocional e intelectual de cada criança.



MOEDA INDISCRIMINADA

Nesta quarta-feira, acordei pensando em Schubert e na sua Serenade, uma das músicas mais deliciosas que preciso ouvir de vez em quando no meu cotidiano. Ela traz-me uma espécie de paz que gosto de compartilhar com todos aqueles que acessam os meus perfis públicos. Hoje, especialmente, penso na responsabilidade social de todo aquele que tem o privilégio de se tornar público, esteja ele em qualquer palco, onde haja uma plateia.


terça-feira, 19 de agosto de 2025

EU E ELAS

Nasci no abraço das emoções,

no silêncio doce da infância,

onde o amor, em suas variações,

se fez escudo e esperança.

Quando a tristeza ameaçava,

ou a raiva vinha tentar,

era o amor que se erguia,

feito força a me guiar.

Hoje caminho serena,

acolhendo o que em mim se acende,

pois sei que cada emoção

é mestra que ensina e defende.

Regina Carvalho- 19.8.2025  Tubarão- S.C



PESSOAL E INTRANSFERÍVEL...

O dia sequer clareou e já escrevi uma poesia e a publiquei de tão empolgada que amanheci nesta terça-feira, pensando nas emoções que sempre povoaram todo o meu ser de criatura, inclusive, permitindo escolhe-las afim de permanecerem ao meu lado ou dentro de mim, não sei bem...

Desde muito cedo, ainda na infância, descobri que as emoções eram guias silenciosos das minhas posturas diante do tudo mais. Percebi nelas não apenas um reflexo dos acontecimentos, mas verdadeiros condutores da forma como me posicionava, como enxergava a vida e como me relacionava com os outros. Foi nesse tempo, em que a inocência ainda coloria os dias, que senti o despertar das emoções amorosas.


segunda-feira, 18 de agosto de 2025

O som que humaniza

O silêncio só é quebrado pelo som suave da misteriosa música clássica e pelos pássaros com os quais ainda não me familiarizei, mas que ouço e me confesso encantada. Penso então, no quanto fui privilegiada por ter tido uma mãe e irmão, altamente sensíveis ao acolhimento selecionadíssimo das músicas que pautaram a minha formação de pessoa num Rio de Janeiro efervescente dos anos 50/60, onde tudo de novo acontecia, inclusive uma ditadura militar que muitos se chocam, por ela não ter atingido a minha família e muito menos a mim que cresci em meio ao gigantismo de uma Ipanema e de uma Teresópolis, distintamente tranquilas e elegantes, tendo como vizinhos o Marechal Eurico Gaspar Dutra e o General Lot.


domingo, 17 de agosto de 2025

INDIVIDUALIDADE E CONVIVÊNCIA

Cada ser humano é um universo, assim como cada encontro deveria ser uma oportunidade única de se estabelecer na pratica a harmonia, no entanto, não é o que se constata na história humana, onde cada um estabelece os seus quereres, esperando que o outro se adapte a eles e quando, não acontece, o que é previsto, já que cada pessoa possui as suas próprias perspectivas, os conflitos se apresentam, principalmente, nas reações que envolvem sentimentos amorosos que são, geralmente, confundidos com posse.

Mas como esperar equilíbrio onde a consciência não floresce?


sábado, 16 de agosto de 2025

APESAR DE...

Acordei tarde, fugindo dos meus padrões cotidianos, afinal, o bendito frio de Tubarão, resolveu dar uma trégua neste amanhecer e então, serelepe como sempre fui, logo me animei a curtir as delícias de uma deliciosa e macia cama, mesmo que sem o meu Roberto que dentro de alguns dias, fará cinco anos de ausência física, o que poderia ser um enorme vazio, todavia, ele ao partir não esqueceu de deixar comigo a sua coragem para ser feliz, a sua doçura e elegância para estar sempre olhando para o melhor que a vida com o seu tudo mais, sempre tem para oferecer.

Então, com esta bagagem amorosa, cá estou, sorrindo e oferecendo o meu bom dia de autêntica felicidade por simplesmente ter acordado nesta manhã de ainda inverno, mesmo estando longe de minha ITAPARICA, Paraíso terreno, onde eu e ele, reencontramos o melhor de nós mesmos.

Descobri que sou como uma anáfora humana, aquela figura de linguagem que repete em versos escritos, falados ou apenas sentidos, o seu encantamento pela vida.

Bom dia.!. com um beijinho gostoso e safadinho desta carioca, sempre pronta pra vida. 

Regina Carvalho- 16.8.2025 - Tubarão S.C

👇👇👇 O cabelo despenteado, o rosto amarrotado, mas a alma...Esta, acordou arrumadinha.



sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Entre Alhos e Bugalhos

Confundem-se os passos,

num chão de pedras e flores,

onde a alma grita em silêncio

e o olhar quer apenas ser ouvido.

Misturam-se alhos aos bugalhos,

como se o fruto sadio

fosse apenas mais um,

exposto ao vento,

sem cuidado de mãos limpas.

Onde estão os homens educados?

Aqueles que sabem ver

sem devorar com os olhos,

que entendem que um sorriso

não é promessa,

que presença não é posse.

E que brincadeira, não é licença

E a mulher,

diante da grosseria travestida de graça,

respira fundo,

traça fronteiras invisíveis,

e com palavras firmes

devolve o peso ao dono.

Pois há quem confunda

liberdade com libertinagem,

amizade com permissão,

e emoção transparente

com terreno livre para colher.

O respeito,

ah, o respeito…

Regina Carvalho- 14.8.2025 Tubarão S.C



ORAI E VIGIAI

Estou neste instante, escutando o preciso Noturno de Chopin, melodia que tem a capacidade de abrir as minhas comportas emocionais, ligando-me com fios vibracionais invisíveis ao universo  de mim mesma, onde então, me sinto absolutamente segura.

Esta viagem, faço prazerosamente desde a minha infância, pois, por lá, tudo me é familiar e acolhedor, permitindo-me relaxar para sorrir ou chorar as alegrias e tristezas que sinto do lado de cá, neste território terreno, onde águas turbulentas, vez por outra, misturam-se as minhas, normalmente serenas.


Elegância em Extinção

Acordei pensando que a vida em sociedade sempre exigiu pequenas danças de gentileza: o “bom dia” que abre portas, o “por favor” que afasta arestas, o “obrigado” que encerra conversas sem fechar corações. Hoje, essas danças parecem fora de moda. Trocam-se os passos por cotoveladas verbais, respostas secas, olhares que pesam mais do que chumbo. A leviandade e a indiferença, ditam o tom.

Observo que as pessoas estão acabrunhadas e tristes e nem percebem...

Não é de agora que a violência existe, mas antes, ela vestia disfarces. Hoje, sai à rua despida, sem pudor, escrachada e com voz alta. No trânsito, na fila do supermercado, nas redes sociais...

 A agressividade tornou-se linguagem comum. Já não se trata apenas de brigas e crimes, mas da erosão silenciosa dos gestos elegantes...


quinta-feira, 14 de agosto de 2025

TESÃO PELA VIDA

Viver é acima de tudo descobrir o próprio valor amoroso, afim de estimular os valores dos demais, sejam eles, humanos ou não, criando uma rede de equilíbrio nas convivências, a partir de si, atenuando os efeitos das intempéries que infelizmente, estão sempre presentes. Afinal, milagres não caem do céu, pois, são resultados de contínuas ações mentais que produzem espiritualmente, vibrações benditas que proporcionam milagres também contínuos, mas que as atribulações cotidianas, tendem a obscurece-los, transformando os óbvios milagres em apenas, banalidades.

Essa mensagem, não se trata de filosofia de autoajuda, mas sim, resultado de experiências pessoais que mantiveram abertas as minhas portas existenciais, para que os milagres oriundos da universalidade, adentrassem continuamente em minha vida.

Afinal, se sou capaz de controlar minha vida social, financeira e amorosa com os recursos que disponho, também posso com um olhar, um sorriso, uma palavra, um apoio, uma intenção, por mais breve que possa parecer, mudar antes de tudo, o meu próprio caminhar, forrando os meus pés e as batidas do meu coração ansioso e moleque com as almofadas da paz interior, único meio de extrair até mesmo do improvável, preciosos milagres.

Acorde nas suas manhãs e diga: “Eu te amo” pra si mesmo olhando-se no espelho e depois, me conte, se você não sorriu...

“É preciso não esquecer que é através dos sorrisos e do bom humor que mantemos o gostoso tesão pela vida”.

Regina Carvalho- 14.8.2025 Tubarão-S.C



quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Faz tanto tempo, mas ainda me lembro...

O que você quer ser quando crescer?

Perguntou minha mãe em tom solene...

Como seria possível aos seis anos responder a tal pergunta?

Mas eu respondi, abrindo os braços rodopiando pela sala, num voo imaginário...

Minha meta era a liberdade que os pássaros simbolizavam pra mim.

Nada mudou com o passar do tempo, afinal, como qualquer pássaro, deliciei-me com o sol ardente, molhei-me e precisei me esconder das grandes tempestades, mas persistente, sobrevivi amando a vida, e nela me espelhando.

E agora, Regininha, o que quer ser até o fim dos tempos?

Continuar como um pássaro livre, levando em minha garupa, quem estiver disposto a voar...

Regina Carvalho- 13.8.2025 Tubarão S.C

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Saudades do calor do sol de minha Itaparica...



terça-feira, 12 de agosto de 2025

BASTA UMA GOTA...

Acordei pensando nas magoas que alteraram minhas emoções e que não controlei e que me trouxeram desgastes e riscos desnecessários, quando, bastaria que eu tivesse tentado esclarece-las, e não deixar que elas morassem aparentemente quietas, como água parada num copo esquecido. Não transbordavam, não chamavam atenção. Apenas ficaram lá, ocupando espaço dentro de mim. No início, pareciam inofensivas, quase transparentes e sob o meu controle.

Mas bastava uma gota, uma palavra atravessada, um silêncio frio, um gesto descuidado. Então, o copo se rompia. A mágoa, já saturada, se derramava em vingança, repleta de raiva. 

E esta, sempre é veloz: “tomando o corpo, roubando o fôlego, obscurecendo o olhar”.

Nem sempre é a gravidade do ato que pesa, mas o acúmulo do que veio antes. O perigo é que tanto a mágoa quanto a raiva, partilham o mesmo vício: desequilibrar a alma.

E o equilíbrio, uma vez perdido, exige finalmente, o esforço da franqueza do esclarecimento e um tempo para se recuperar... 

Exige vontade de deixar a confiança voltar a se estabelecer, o que, nem sempre é possível de se conseguir...

Regina Carvalho- 12.8.2025 Tubarão S.C



segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Outra Vez

Amar é como abrir a janela depois de uma tempestade:

o vento pode ser frio,

mas o ar é sempre novo.

Não importa quantas vezes o coração tropeçou,

ele ainda sabe dançar.

Cada cicatriz é um mapa,

não uma prisão.

A idade? Apenas um número.

As frustrações? Apenas capítulos.

O medo? Um visitante que não merece casa.

O amor não pede garantias,

pede entrega.

E quem escolhe amar,

mesmo depois de ter chorado,

já provou que é mais forte que qualquer dor.

Então, abra o peito,

olhe nos olhos do destino

e diga:

"Eu não tenho medo de ser feliz outra vez."

Regina Carvalho- 11.8.2025 Tubarão- S.C



domingo, 10 de agosto de 2025

AMOR X ESPINHOS

Estou aqui pensando nos relacionamentos amorosos que desaguam num mar de constantes atos de violência contra a mulher que, não necessariamente se pratica ferindo fisicamente a companheira, mas nem por isso, deixam de ser altamente danosos.

Todo e qualquer agressão física, teve como amparo, um anterior aliciamento psicológico, onde passo a passo a autoestima da mulher foi sendo enfraquecida através de ataques supostamente amorosos, levando a mulher a achar que era muitíssimo amada e protegida, quando na realidade estava sedo domesticada, aprisionada as vontades narcisistas do parceiro que a via, como sua propriedade. 


LEALDADE - Elo que sustenta, muitas vezes o improvável...

Nesta manhã ensolarada, mas absurdamente fria por estas bandas de Santa Catarina, cá estou agradecida pelo carinho que me envolve, mesmo à distância e aí, impossível não pensar na doce emoção da lealdade que só enriqueceu minha vida, já que em nenhuma ocasião, nasceu pronta, jamais foi imposta e muito menos, teve o seu florescer apressado, não, a lealdade só precisou ser plantada no terreno da confiança, regada com atenção e protegida do desgaste que o tempo inevitavelmente traz. Quando bem cuidada, cria raízes profundas que nem as tempestades arrancam.

👇👇👇Confiança de que vai crescer...


sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Nesta manhã como geralmente faço, transcrevo o que minha mente me inspira e essa, atem-se aos temas delicados que tocam no coração ou nas vísceras, nesse caso em especial, provocando um certo mal-estar, já que são temas que fogem ao politicamente correto.

O curioso é que essa arte do disfarce não nasceu agora. Vem de longe, de tempos em que o ser humano já exercitava o seu lado ladino: sorria à frente, conspirava por trás; elogiava em público, minava em privado. O que antes era a hipocrisia das boas maneiras, passou a ser, a hipocrisia das boas causas.

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Luvas de pelica que escondem punhais


quinta-feira, 7 de agosto de 2025

DISFARÇANDO O MEDO

Nesta quinta-feira, minha mente despertou pensando no “medo” que já senti em algumas ocasiões e que levei muito tempo para finalmente reconhece-lo, afinal, estava em sua maioria, disfarçado de outras emoções, sendo o mais comum, a prudência. Como filha praticamente única e rapinha do taxo, fui ensinada desde cedo a ter cuidado: cuidado com o que diz, em quem confia, com o que tenta.  Apesar de reconhecer que sim, a precaução é valiosa, evita quedas, frustrações e perigos. Todavia, como jamais fui muito “normalzinha”, também logo percebi a existência de uma linha ténue entre ser cauteloso e viver prisioneiro de um medo que me paralisaria.


quarta-feira, 6 de agosto de 2025

DECLÍNIO DAS “TERRAS RARAS”

São dez horas da manhã desta quarta-feira de um inverno rigoroso, onde já escrevi um texto, realizei alguns afazeres domésticos, pois, sou disciplinada, daquele tipo que levanta e antes mesmo de escovar os dentes, estica a cama e coloca a água para ferver para preparar o cafezinho, pois, sou metódica, executando as minhas digamos, obrigações, afim de privilegiar tudo que me faz feliz e me completa na maior parte do tempo, onde sou livre e sem compromissos rotineiros.  Portanto, não postergo absolutamente nada que seja maçante e sem graça, justo para me dedicar a escrever, estudar ou simplesmente não fazer aparentemente nada, além de observar a vida, os sistemas social e político e as pessoas de um modo geral.

Não sou daquelas pessoas que fuçam o dia inteiro algo para fazer, justo, para não pesarem, crendo e me denominando uma vagabunda mor. Todavia, com o tempo livre, estou sempre a disposição do meu desfrute pessoal ou de quem, precisar de mim.


UMA QUESTÃO DE ESCOLHA

Acordei lembrando dos meus amanheceres em Itaparica que jamais aconteceram sem a presença dos pássaros, fizesse sol ou chuva e toda esta lembrança acarretou-me uma pontinha de melancolia que logo tratei de espanar de mim, afinal, há muito entendi que quem manda em meus sentimentos e emoções, sou eu. 

Toda esta determinação foi criada, desenvolvida e fortificada, através da minha disciplina pessoal em jamais deixar que o belo, o justo e o agradável, deixasse de permear meus instantes de vida.


terça-feira, 5 de agosto de 2025

As Marés das emoções

Acordei nesta terça-feira, como sempre, agradecendo ao meu querido São Jorge, parceiro universal de minha vida, que desde que sou capaz de lembrar, jamais me deixou sozinha, socorrendo-me quando necessário e colaborando intensamente com as minhas mais difíceis escolhas.

Quando penso e clamo pelo meu São Jorge, sua imagem surge imediatamente transfigurada como Guapimirim ou como as Praias de Ipanema, repleta do verde que me envolve e do barulho das incansáveis ondas, que imediatamente me acalmam, transformando-me em um ser fiel e confiante, sabedora de que meu parceiro atuará em meu favor, revestindo-me da bendita paz, senhora única e absoluta, a fim de ofertar-me a não menos importante sabedoria para que eu possa discernir o que mais me convém.


segunda-feira, 4 de agosto de 2025

CORRENTES DA IGNORÂNCIA X DISFARÇADA TOLERÂNCIA

Por incrível que possa parecer a aqueles que me leem diariamente, ontem fui dormir no dia de hoje, pois, já passava da meia noite em que eu e minha filha, absortas, assistimos o documentário global sobre a vida da jornalista Glória Maria. Em dado momento falei: Vou escrever sobre isso...

E agora, seis horas depois, desperta e disciplinada, cá estou pensando que não escreverei sobre seus méritos jornalísticos pois, creio que tudo já foi dito, mas sobre a mulher negra, num mundo governado por brancos e aí, volto ao passado, quando minha família se estabeleceu em Itaparica (Bahia) e minha surpresa e a de meu marido ao constatarmos que apesar de ser um estado com maior concentração de negros do país, historicamente, só era governado por brancos.


domingo, 3 de agosto de 2025

O Silêncio das Perguntas

Numa manhã qualquer, que já não lembro exatamente quando, sentadinha em minha varanda, ouvindo os pássaros e apreciando o jardim, revi em um filme mental, as muitas atividades que desenvolvi até então, sem que nenhuma tenha me oferecido aquela sensação de completude que eu sentia necessitar, justo, por terem sido estimuladas, não por um desejo íntimo e pessoal, mas por um sistema que desde o início exigia de mim sucesso. Na realidade, todo este direcionamento, começou ainda na infância e se reforçou na adolescência, quando meu pai reconheceu em mim, fortes traços de autonomia e garra para atingir os meus objetivos repetindo como um mantra: “Você há de ser uma grande mulher”, o que mais tarde, transformou-se em: “Você é uma grande mulher”.


sábado, 2 de agosto de 2025

“TUDO POR AMOR”

São 19 horas desta sexta-feira friorenta em que estou vivenciando uma nova experiência existencial e, quando penso na minha idade e no quanto estou encarando numa boa, como se ainda fosse aquela trintona repleta de garra e determinação, penso que talvez ainda o seja, na mente e na alma, indiferente ao restante que mesmo na marra, segue firme acompanhando. 

Isso é incrível e extraordinário, surpreendendo-me, afinal, tudo é tão espontâneo e natural que só posso acreditar que sou de outro mundo... Uma extraterrestre? Talvez o seja, já que não houve nenhum intempere terreno que tivesse sido capaz de tirar de mim, o gosto pela vida, o prazer de amar.


O PANO QUE CAIU...

Em 1982, Ney Matogrosso cantou com voz de denúncia e sedução aquilo que todos sabiam, mas poucos ousavam dizer: muita coisa no Brasil acontecia por debaixo dos panos. Era o tempo dos gestos disfarçados, dos acordos selados no silêncio, dos podres cuidadosamente empacotados em discursos polidos.

A política era uma coreografia milimetricamente ensaiada. O público via a dança bonita no palco, mas ignorava ou fingia ignorar o que se passava nas coxias. Corrupção havia, claro. Mas havia também o cuidado com a aparência, o zelo pela máscara. A vergonha, ainda que fingida, existia.


sexta-feira, 1 de agosto de 2025

CARTAS SOBRE A MESA

Há um tempo em que o amor se escrevia em silêncio. Em olhares furtivos. Em cartas dobradas com cuidado. Havia margem para a dúvida, para o mistério, para o "quem será?". E havia, também, uma certa poesia na espera, no imaginar o outro por entre as frestas do que ele escolhia mostrar.

Mas esse tempo passou.

Hoje o amor vive à superfície, exposto como roupa em varal, sacudido ao vento das notificações e dos stories. Já não se espera uma carta, espera-se um “visto” azul. Já não se imagina a vida do outro, ela aparece-nos em sequência cronológica, com filtros, hashtags e reações de corações voadores.


Acordei cedo

...antes do dia clarear, e li um artigo que me tocou fundo por ser uma crítica sensível aos preconceitos que, mesmo disfarçados, continuam a...