quarta-feira, 21 de junho de 2023

PORCA ESPANADA

Nada mais é que um parafuso que teve sua fenda e cabeça danificadas por uso excessivo (remoção constante) ou aplicação incorreta.

Pois é...

De repente a minha querida amiga que já nos deixou, Marilza Massafelli, apelidou-me de porca espanada, justo por eu ser absolutamente desligada de tudo que fosse pratico da vida, como se eu vivesse noutro planeta, precisando ser lembrada a cada instante dos hábitos corriqueiros, como guardar datas, telefones, seguir determinadas regras de convivência, nomes das pessoas e ao mesmo tempo, discutir assuntos que a maioria sequer pensa a respeito.

Ela tinha razão, além de intimidade suficiente não só para chamar à atenção pelas minhas falhas constantes, como para me apelidar, o mesmo ocorrendo com meus filhos e marido.


Minha Anna Paula, vive dizendo: “Acorda mamãe”

Sou daquelas que se prepara para uma festa que já aconteceu no dia anterior ou que acontecerá no mesmo dia do mês seguinte. Portanto, aqueles que vivem ao meu redor, precisam estar atentos, para não embarcarem nas minhas seguidas confusões.

Muitas foram as ocasiões em que morri de vergonha por expressar verdadeiras barbaridades como aconteceu ontem em que a amiga Tereza Valadares, precisou me lembrar que a festa de São João é comemorada do dia 23 para 24 , porque a porca espada da Regina estava teimando que seria do dia 24 para 25.

-Regina isso é no Natal!!

Simplesmente ridícula essa minha incapacidade em reter o cotidiano seja lá do que for, isso sem esquecer de Consuelo Vellasco, minha amiga de uma vida inteira, que constantemente se irrita porque sou incapaz de lembrar dos nomes de pessoas e de fatos ocorridos no dia a dia do passado, em que não só eu estava envolvida, como sabe que foi relevante na época para nós.

Às vezes, meu constrangimento é tanto que fico me perguntando se meu raciocínio tem alguma deficiência, já que não consigo fixar na minha mente o que é absolutamente normal para os demais.

O que fazer com os meus critérios sobre relevância?

Provavelmente, haverá uma explicação científica, mas confesso que jamais procurei ajuda neste sentido, até porquê, não tive muito tempo cotidiano para pensar em mim e nas minhas deficiências e sim, no fato concreto de que eu, precisava aguentar o rojão do meu cotidiano, fosse do que fosse.

Não é sem razões práticas que reconheço que vivo na contramão, já que acordei neste friozinho as três da matina a mil por hora, depois de dormir maravilhosamente durante cinco horas, mesmo sem um amor pra me esquentar, filhos para aporrinhar, contas para pagar, o que me permitiria ter méritos em relação a paz que sinto. 

Que coisa, viu!!!

Este texto dedico a  minha querida e 

inesquecível amiga Dra. Marilza Massafelli que nos deixou em 01/09/2014 e que me apelidou de Porca Espanada.

Saudades dos intermináveis papos nas tardes em Itaparica.

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