O farfalhar agitado dos coqueiros chamou minha atenção, principalmente, pois com ele, veio também o vento fresco do amanhecer marinho que sem qualquer cerimônia foi adentrando pela casa, chegando-se até a mim que, já sentada e debruçada em minha mesa de reflexões ao pé da janela da sala,vi-me envolta num prazer inigualável que, imediatamente, fez-me agradecer a Deus por estar ouvindo e sentido a mais autêntica de suas manifestações, que na maioria das vezes, nos alerta para o que verdadeiramente importa em nossos universos pessoais.
Seguindo este raciocínio penso nas pessoas e, novamente, preciso agradecer, porque, afinal, tenho aprendido com as manifestações da natureza que de tudo e de todos sempre é possível nos alimentarmos de sabedoria e amor, bastando tão somente enxergarmos o melhor que ela apresenta, extraindo egoisticamente parte de suas riquezas para completar a nossa própria, assim como doarmos um pouco do nosso melhor para o enriquecimento do outro, pois nesta troca de qualidades, aperfeiçoamos os nossos melhores e enfraquecemos o que, infelizmente, trazemos de rançoso e que certamente a muitos não agrada.
Desta vez, o vento que farfalhou os coqueiros, árvores e até mesmo agitou os passarinhos, não veio sozinho, trouxe consigo uma rápida e refrescante chuva, talvez para nos lembrar que não há sol que sempre dure e tão pouco chuva que permaneça, afinal, o intercalar de ambos, nutre a vida e a todos nós.
Que neste domingo, já tão próximo do Natal, esqueçamos um pouco dos presentes comprados e nos encantemos com as nossas próprias realidades, presentes da vida, que o nosso bom Deus interior nos garante a cada instante, se focados no essencial estivermos.
Um beijo repleto do que sinto ser o meu melhor, assim como o meu mais profundo agradecimento pelo melhor de cada amigo online ou presencial que me tem sido oferecido.
E assim, juntinhos e irmanados somos capazes de por mais tempo possível considerar a vida bonita e bonita na sua alternância e aparente instabilidade.
domingo, 20 de dezembro de 2015
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
UM DESPERTAR DE VIDA
Deitada na
aparente solidão do sono, fui despertada pela chuva farta que como águas de uma
cachoeira encantada, deslizava por sobre a vegetação ao pé de minha janela,
produzindo o mais belo som.
Os aromas
logo se transformaram e como sempre, atenta, pude não só reconhece-los em suas
novas versões, como principalmente fui sorvendo um a um, num processo
alimentício dos mais especiais.
Neste
instante, fora o galo a distância, nenhum outro som se mostra, levando-me a
pensar que por instantes, o mundo parou, preparando-se para a chegada dos
senhores pássaros, interpretes universais dos sons de cada manhã.
Estou muito
feliz por poder sentir mais este momento mágico. Porque, afinal, a vida é
bonita é bonita e é bonita.
sábado, 5 de dezembro de 2015
A VISITA DAS BORBOLETAS
E as duas
borboletas adentraram pela janela silenciosas para os demais, todavia, para
mim, foi fácil percebê-las através do vibrar de suas asas.
Lindas! Com
elas vieram a certeza e o querer de dias mais tranquilos e suaves.
O bater de
suas aparentes frágeis asas são a amostra colorida da alegria que reina em meu
coração.
Morrer?
Medo de
partir?
Claro que
tenho, mas acompanhando o medo, vem a certeza de eu jamais estarei sozinha. E
esta é a minha mais preciosa riqueza que venho cultivando ao longo de minha
vida, jamais desistindo daqueles que amo, jamais retendo o que já não me
pertence mais.
Não há ouro,
prata ou bronze que valha mais que os olhares, gestos e atenções que fui capaz
de amealhar ao longo de meu caminho.
Que este
universo bendito penetre em mim sarando minhas feridas físicas para que tenha
ainda oportunidade como desculpa de continuar nesta vida que adoro, porque,
afinal, tenho tanto para agradecer, tantos para adular e outros tantos que
quero fazer enxergar o quanto a vida pode ser bonita se assim permitirmos.
Um beijo no
coração de cada amigo que tem dirigido a mim suas preciosas vibrações.
Logo, logo,
estarei de volta levando comigo as borboletas coloridas e muitas emoções
Beijos,
Regina.
domingo, 22 de novembro de 2015
INCONSEQUÊNCIA
Estou aqui quietinha com meus animais neste amanhecer de
domingo, pensando que, afinal, ainda sou capaz de me chocar com a grosseria,
tanto quanto me choco com as reações que dela advém, pois são frutos da
incapacidade nossa em respirar fundo e simplesmente, encarar o agressor como
ele realmente é; uma criatura que não se transformou ainda em um ser humano,
pois quando isto acontece, tornamo-nos mais sensíveis à sensibilidade alheia e,
certamente, não saímos em nossos
relacionamentos, sejam presenciais ou online, agredindo de forma absolutamente,
pequena e irracional.
Penso também que medir a beleza de alguém, vai infinitamente
além do uso da régua e do compasso, até porquê, o tempo, este critério no qual
todos nós estamos submetidos, costuma ser implacável nas marcas que vai
imprimindo ao longo das trajetórias de todos nós, acelerado pela alma pobre de alguns, que inconsequentes,
insistem em alimentá-la com a arrogância, fruto maduro da ignorância.
Volto a pensar que a cidade de Itaparica e seus habitantes,
merecem uma convivência mais respeitosa, amiga e com critérios avaliativos mais
ampliados e menos regados a preconceitos horrorosos, que danificam o seu todo
de “Pequeno Paraiso Tropical.”
Começaremos a nos sentir humanos, quando percebermos que o
que é capaz de fazer doer no outro, poderá também nos atingir, sem que
necessariamente, esta dor venha do mesmo rumo que, inconsequentemente, desferimos
o golpe que o atingiu.
Dedico este texto a todas as pessoas que, são
desnecessariamente agredidas na expressabilidade de suas grandezas pessoais.
Um beijo especial a todos e (as) que ultrapassam as
barreiras do convencional, abrindo portas e janela para um mundo muito melhor,
onde cada pessoa, seja capaz de conviver com o outro sem impingir a ele, seus
próprios valores e critérios, num dar e receber menos agressivo e, portanto,
danoso.
Um beijo especial a jovem Mércya Karem, pela beleza de seu
ensaio fotográfico que, privilegia a arte criativa e agregativa do ser humano e
não apenas, um pedaço de carne maturada dentro dos padrões de uma sociedade que
se apresenta falida em seus valores.
Bom dia, afinal, hoje é domingo e pé de
cachimbo!!!!!
domingo, 15 de novembro de 2015
AGRADECIMENTOS
Bom dia amigo, estou aqui sozinha com
minhas apreensões, creio que naturais em relação a cirurgia, que serei
submetida no próximo dia 27/11, tentando por todo o tempo manter o positivismo
e uma fortaleza nem sempre real, afinal, sou humana e adoro viver como você e
me recuso a partir, pois acredito que ainda posso realizar muitas coisas.
Adoro esta vida e adoro
principalmente tudo que me rodeia, seja físico ou energético. Considero-me um
ser privilegiado, pois o que não tenho, me é ofertado pela generosidade
daqueles que me cercam.
Acredito que seja esta a verdadeira
fortuna que poucos conseguem nesta vida.
Você é uma das pérolas que junto a
outras raras preciosidades, formam um cordão do bem que me rodeiam e que me
fazem sentir uma enorme gratidão.
Em momento algum desde o dia em que
nasci, algo me foi negado pela vida. Recebi na dosagem certa, todas as bençãos
que supriram minhas mais profundas necessidades, evitando-me o
"poder", pois caso contrário, eu não teria o prazer de vir a conhecer
a alma humana na sua mais pura grandeza com tanta nitidez, através de
comportamentos incríveis que fazem com que a raça humana, valha todos os
privilégios que recebe, se comparado aos demais elementos que compõem esta
vida.
Tudo isto que escrevo neste instante,
representa o que sou e o que penso e não gostaria se for o caso de deixar esta
expressabilidade de vida, sem dizer que amo você e que, foi um imenso prazer
ter convivido com você seja, online ou in loco.
Gostaria que soubesse que não acredito
na morte e meus registros escritos ao longo de minha vida, atestam esta certeza
absoluta, fazendo de mim uma criatura totalmente tranquila, se bem que desejosa
de que, por aqui eu ainda continue, desfrutando desta expressabilidade de vida,
da qual sou apaixonada por simplesmente, achá-la linda e completa.
Hoje é domingo e depois de declarar os
meus sentimentos amorosos em relação a você que me lê, já me sinto mais
harmoniosa e mais preparada para enfrentar estes dias de expectativas em
relação a uma situação que me é totalmente inusitada.
O sol está brilhando, os pássaros estão
com suas cantorias matinais e eu, feliz por saber expressar meus sentimentos,
outra riqueza que jamais me foi negada.
É SEMPRE BOM LEMBRAR
Estou aqui pensando neste final de tarde, muito encalorada,
que não precisei de tragédia pessoal e tão pouco adoecer para reconhecer a
importância da vida e para conservar as boas lembranças que, afinal, foram
responsáveis pela minha formação de pessoa humana. E isto me faz sentir um
enorme bem estar, pois não me sinto ingrata ou incapaz de sentir e enxergar o
tudo de bom, que fui vivenciando neste longo percurso.
E não ser ingrata tem uma dimensão absurda de valores para
mim, afinal, a gratidão é a base formadora de infindáveis outros sentimentos,
capazes de me manter não só atuante, mas, acima de tudo, ligada em emoções mais
leves e gratificantes.
Todo este rodeio me leva à sorveteria do Morais, lá na minha
encantada Ipanema, no Rio de Janeiro, onde as especialidades eram os sorvetes
de puras frutas, o bolo de aipim e o cuscuz de tapioca e coco.
E só de lembrar, sou capaz de sentir os sabores derretendo
no céu da boca e como num filme, deixo rodar em minha mente, os prazeres de uma
juventude ainda inocente e absolutamente livre.
Liberdade que me permitiu reconhecer os amores de minha
vida, assim que os vi.
Liberdade que me preparou para sentir inúmeros prazeres, em
sua maioria muito simples, mas absolutamente imprescindíveis para que eu
pudesse sorver os momentos difíceis sem transformá-los em dramas e derrotas pessoais,
porque, afinal, lá estavam as lembranças dos sabores, dos aromas, das pessoas e
dos prazeres, como uma estrutura de apoio que jamais me deixou esquecer que a
vida é bonita, é bonita e é bonita.
Feios muitas vezes somos nós em nossa também incapacidade de,
simplesmente, viver.
Viver o real, o lúdico, o apenas simples, que em sua maioria
guarda tesouros inesquecíveis, como o sorvete de milho verde, servido na
casquinha crocante que por toda a minha juventude foi o preferido e cujo sabor
alimentou a minha alma, assim como o seu aroma perfuma os meus sentimentos até
os dias atuais.
O tempo passou, a noite chegou e cá estou conversando com o
passado, como velhos amigos que não se esquecem, como velhos parceiros que se
complementam.
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Parabéns que envio ao Céu.
Hoje, se ainda estivesse entre nós de forma física, minha querida e amada Maria Zizita Leopoldino Couto, estaria completando, 95 anos e, certamente, estaríamos comemorando com uma grande festa, do jeitinho que ela sempre gostou.
Em junho completou 27 anos que você de forma guerreira mudou de dimensão, deixando a lembrança viva da sua grandeza de pessoa humana.
As saudades não diminuem e as recordações permanecem, assim como em todos os anos nesta data, agradeço a Deus, por tê-la conhecido e por ter podido desfrutar do seu carinho por longos e benditos, 20 anos.
Todavia, sinto-a sempre por perto, estimulando-me a ser feliz e a extrair desta vida, sua essência que, certamente, é sempre o mais precioso elixir de vida e liberdade.
Te amo minha sogra, mãe e amiga, companheira de todos os momentos.
Em junho completou 27 anos que você de forma guerreira mudou de dimensão, deixando a lembrança viva da sua grandeza de pessoa humana.
As saudades não diminuem e as recordações permanecem, assim como em todos os anos nesta data, agradeço a Deus, por tê-la conhecido e por ter podido desfrutar do seu carinho por longos e benditos, 20 anos.
Todavia, sinto-a sempre por perto, estimulando-me a ser feliz e a extrair desta vida, sua essência que, certamente, é sempre o mais precioso elixir de vida e liberdade.
Te amo minha sogra, mãe e amiga, companheira de todos os momentos.
UMA LOUCURA
Existem observações que só podem existir se a criatura
estiver muito atenta, mas acima de tudo que seja capaz de tirar de si qualquer
resquício de preconceitos, críticas sistêmicas para, simplesmente, registrar
fatos que ocorrem no dia a dia e que retratam a vida cotidiana nos seus mais
variados universos.
Nesta semana, fui impelida a viajar duas vezes por dia de
Ferry Boat, coisa que há muito não fazia, pois confesso que ir a Salvador,
antes de ser um prazer em poder desfrutar de suas belezas, para mim é um
tormento, pois habituei-me ao sossego da minha Itaparica.
Voltando ao foco de meu relato, preciso dizer que apesar do
calor não amenizado pela refrigeração das novas embarcações, consegui ir
sentada e os banheiros estavam em condições razoáveis para serem usados, fui
devidamente orientada, quando necessitei, e talvez, por todas estas razões e
pela total falta do que fazer, concentrei-me nas pessoas e aí, bem...
Lá pela quarta viagem, percebi-me rindo e comentando com o
meu Roberto que, enquanto nas Universidades os temas para monografias, artigos
e teses se tornam muitas vezes repetitivos, bom seria se vez por outra os
professores fizessem uma ida e uma volta de Ferry com as mentes aguçadas para
depois sugerirem a seus alunos, porque, afinal, a fonte de manifestações
humanas é não só surpreendente, como extremamente rica e variada, despertando
em qualquer maior interessado, inspiração para teses riquíssimas, abrangendo uma
gama diversificada de cursos, principalmente, psicologia, filosofia,
sociologia, antropologia ou em qualquer outro em que o ser humano seja o
epicentro de análise ou simples narração.
E aí, torna-se mais razoável compreender a recorrente
situação em que o Brasil se encontra. O porquê de sermos enganados, roubados, espoliados
em nossos direitos mais básicos por mais de 500 anos.
Fica mais claro identificar esta aceitação passiva do
inadequado a cada instante, onde direitos e deveres se perdem frente a uma
total alienação político social.
Creio que o mais importante nos dias atuais, seria preparar
os nossos jovens para a capacidade observatória e ao estímulo à ética e a
cidadania, não com os refrãos já comuns, que poucos ainda consideram, mas com o
senso avaliativo da sua realidade pessoal em meio ao seu próprio universo vivencial,
acrescido de parâmetros reais, onde o certo e o errado, fosse substituído pelo
adequado, o lógico e o bem comum.
Enquanto alunos, somos levados a armazenar um turbilhão de
fatos, nomes e datas de épocas passadas e deixa-se passar a busca do
entendimento do aqui agora, seja em nosso país, seja ao redor do mundo.
Formam-se especialistas nisto ou naquilo, mas absolutamente
ignorantes em relação a si em meio a sua própria realidade de cidadão
brasileiro, profissional que terá de interagir com um sistema distorcido em
seus valores e falido em relação ao seu povo em se tratando de um mínimo de
conhecimento de sua história.
E aí, doutores e analfabetos se igualam no pouco ou nenhum
conhecimento em como se portar, pensar e conduzir suas posturas, seja no
público ou no privado, levando-me a relembrar da irreverência carioca que
classifica de samba de crioulo doido, furdunço ou seja lá outros nomes que não
me ocorrem agora.
Todavia, tenha o nome que tiver, tudo parece uma loucura se
bem observado. Ainda bem que também vez por outra, os olhos na procura de
alívio momentâneo, buscam as águas benditas da Baia de Todos os Santos, razão
certamente maior para que, até os dias atuais, nenhum motim mais expressivo
tenha ocorrido.
Pensando bem, tudo se resume em uma loucura com a aparência
de normalidade coletiva, que afinal aceitamos como se não justa, pelo menos, a
possível.
domingo, 8 de novembro de 2015
Que delícia!!!!
Hoje é
domingo, pé de cachimbo e o sol baiano despudorado, mas absolutamente sedutor e
envolvente, adentrou em mim logo bem cedinho, da mesma forma que deitou-se
apaixonadamente sobre as flores e copas do meu jardim, levando-nos ao êxtase do
gozo matinal.
O ventinho
insistente, agita marolando a superfície das águas mornas de Ponta de Areia e,
com certeza daqui a algum tempo, o cheirinho do churrasco do amigo Waldir
Rodrigues estará nos convidando à uma saborosa refeição, neste pedaço de céu,
onde só não é feliz aquele que de verdade não o quiser.
Penso então,
que ser feliz, antes de ser uma firula ou coisa que o valha, é tão somente uma
questão de talento, que se desenvolve a partir de uma vocação, que exige
determinação, além da capacidade indiscutível de se despir, aí sim, das
inutilidades cotidianas para deixar passar livremente a constatação básica, mas
poderosa nos seus argumentos, que não deixam dúvidas de que a vida é bonita, é
bonita e é bonita.
Que neste
domingo de sol da primavera, sejamos poeta de nós mesmos, artistas universais.
Que
consigamos pincelar com as cores de nossas almas, nossos instantes presentes,
fazendo deles, sorrisos que nos eternizem.
Que delícia
de poder nos destes, meu Deus!!!!
terça-feira, 3 de novembro de 2015
UM RESPIRAR PROFUNDO
Acordei bem
cedinho, abri as janelas e portas e fui sentar-me na cadeira de balanço da
varanda para esperar pacientemente o dia amanhecer, tal qual, faço por toda a
minha vida, numa fidelidade a mim mesma, afinal, como perder tão surpreendente
espetáculo?
E assim como
eu, lá foram também os meus cachorrinhos que adoram o despertar da vida com
seus aromas e sons sempre surpreendentes e juntos, silenciosamente,
permanecemos relaxados, não sem deixar, pelo menos eu, a mente voar, e esta,
não menos surpreendente, ora arquiteta um futuro que sequer sei se viverei, ora
resgata um passado em seus momentos, se não surpreendentes, pelo menos
inusitados.
E nesta
manhã, ao som de uma refrescante chuvinha de primavera, meu voo foi até Belo
Horizonte, pousei no bairro do Santo Antônio ao lado de minha sogra, tentando
socorrer uma jovem doméstica que trabalhava na vizinha, que apavorada, (a
vizinha) pedia socorro.
A cena
dantesca quebrava o encanto da grandeza de um quase amanhecer e, pela primeira
vez e única, deparámo-nos com a solidão da ignorância existencial, travestida
da crueldade da indiferença de um alguém que acabara de ter um filho, mas
incapaz de acolhê-lo em seus braços, olhava o vazio da parede branca, enquanto
no chão, envolto em sangue, um serzinho lutava para permanecer vivo.
Enquanto
enrolava a criança na primeira toalha que encontrei, prendi o corte brutal de
seu umbigo com o pregador que segurava a toalha na corda, enquanto minha sogra
retornava ao nosso apartamento, numa corrida contra o tempo, pois tanto a mãe
como a filha, naquele instante, precisavam mais que apenas solidariedade,
precisavam de um médico.
Hoje, já com
o dia amanhecido, ao som do galo do vizinho, fico pensando naquela criança que
quase salvamos, naquela mãe que no dia seguinte, voltou andando, apanhou
sorrateiramente seus pertences e desapareceu, deixando a vizinha e a nós com as
lembranças tristes de sua inconsequência.
Penso na
menina e no nome que poderia ter tido, nos amores e nas conquistas, nas
tristezas e nas lágrimas, mas acima de tudo, nas auroras que jamais vivenciou,
mas que 32 anos depois, permanece ainda viva entre as minhas lembranças, talvez
para que eu nunca esqueça que, assim como a vida é bonita e é bonita, o ser
humano pode ser feio, medíocre, assustador.
E pensar que
naquela época, cheguei a brigar com Deus, crendo na injustiça de seu poder de
distribuição de bênçãos, pois enquanto tantas desprezavam, meu regaço estava
pronto para acolher uma filha, que nunca chegava.
Estou sorrindo, afinal, três anos depois, como
num passe de mágica, a minha tão sonhada garotinha, adentrou em minha vida,
trazendo consigo, Deus, aquele mesmo Deus que espinafrei, mas que generoso
compreendeu a minha dor, frente aos abusos e inconsequências com as quais, a
vida pode ser tratada.
Neste amanhecer de recordações, penso que cada
amanhecer, traz com ele sensações que nem sempre estamos prontos para
reconhecer ou aceitar, mas com certeza, traz consigo a certeza de um respirar
profundo, acompanhado da esperança de um novo amanhã, onde então, surpresas
maravilhosas podem ocorrer, como ocorreu comigo ao ser presenteada com a morena
mais linda do mundo, que ganhou o nome de Anna Paula e está tendo o direito de
escrever a sua própria história.
Respiro
fundo e então percebo que o sol já vai alto e muitas tarefas me aguardam.
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
ACORDEI PENSANDO: Para que chorar?
São quatro
horas da manhã e não estou acordada por insônia, jamais, apenas já dormi o
tanto que minha natureza solicita e, naturalmente, prefiro escrever à qualquer
outra atividade, até porque não posso colocar em prática algo que possa vir
abalar este silêncio bendito, onde posso escutar a minha mente curiosa que está
sempre questionando algo.
Ao acessar o
facebook, mais uma vez pude ler a respeito da morte da atriz Yoná Magalhães,
aliás, a cada instante, alguém morre longe ou bem perto de nós e, na sua
maioria, sequer sabemos quem eram e qual a importância que estas pessoas tinham
no seio de seus universos pessoais, apenas morrem e, neste caso,
desconsideramos emocionalmente, dizemos algo apropriado à ocasião ou, como nos
casos de pessoas famosas, lamentamos na proporção de nossas admirações.
Então penso
na morte com uma naturalidade que afronta a muitos na medida em que não consigo
vê-la como uma desgraça na vida de alguém, apenas como um capítulo que se
encerra, como tantos outros que sequer consideramos, aí sim para espanto de
pessoas como eu, que opta em reverenciar a vida em todas as suas mais singelas
expressões.
Por exemplo,
o fim de um relacionamento que começou bonito, repleto de promessas e planos e
que, com o decorrer do tempo, ao invés de se fortalecer, se desgasta e se
apaga, muitas vezes deixando brasas acesas que queimam as almas dos envolvidos
e destrói emoções dos filhos que, no final das contas, pagam um tributo não
devido a eles.
Penso também
nas agressividades que proporcionamos aos demais pela arrogância de nossas
posturas.
No prazer
camuflado que sentimos ao assistir telejornais que exploram a desgraça humana
nos seus mais cruéis detalhes, dando Ibope às mazelas que deveriam nos fazer
chorar de vergonha.
São tantos
os aspectos danosos que se direcionam à morte e que cultuamos em todos os
setores da vida humana, inclusive nas angústias e muitas vezes dores profundas
que infringimos aos outros, incluindo aqueles que dizemos mais amar e, de
repente, quando o capítulo se encerra desta ou daquela criatura, seja humana ou
não, choramos ou nos descabelamos, como se a morte não fosse a mais presente
das certezas.
Particularmente,
fico triste quando a cortina da vida se fecha para alguém na mais tenra idade ou
de jovens no vigor de suas existências, seja por uma doença ou pela brutalidade
da estupidez humana, mas não posso chorar por quem percorreu uma vida repleta
de emoções boas que foram desfrutadas ou por dificuldades que foram suportadas
e superadas, não por quem beijou, amou, contemplou auroras e por de sois,
usufruindo de cada instante de vida.
A não
aceitação da morte me remete a pensar que talvez não tenhamos a devida
consciência da bendita vida, frente a ausência sistemática que imprimimos a
nossa consciência em respeitá-la e cultivá-la na grandeza de sua real
importância, evitando ferir, enganar, trair e o tudo mais que somos capazes de
oferecer a nós mesmos, numa inconsequência assustadora como se esta, jamais
fosse se acabar.
Não chorem
por mim, jamais.
Pensem que
amei, beijei e procurei ser fiel a tudo e a todos com os quais convivi, fazendo
de minha vida não um plácido e monótono lago, mas um rio vivo e repleto de
correntezas que me levaram a muitos lugares desconhecidos, mas que me garantiu
duas benditas margens que me orientaram e não me permitiram sentir a solidão do
abandono, aí sim, dolorosa morte de se sentir vivendo.
Então, para
que chorar?
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Mas afinal, e nós?
Nos últimos tempos o que mais tenho ouvido é sobre a
Constituição brasileira, o que ela permite ou não, o que a fere e o que ela não
admite em sua genuína legalidade.
Tenho visto e ouvido através dos noticiários e de programas
de entrevistadores famosos como Miriam Leitão, Alexandre Garcia e outros,
alguns políticos, juristas, ministros, enfim, autoridades de renome nacional,
discutindo ou simplesmente explicando as nulidades dos pedidos de impeachment
da presidente Dilma Houssef, mostrando didaticamente os artigos e incisos da Carta
Magna que jogam por terra os argumentos fornecidos pelo TCU em seu relatório
não aprovando as contas da gestão.
Penso então, que toda esta traficância de argumentações
possui sua validade, pois pelo menos, estamos tendo a oportunidade de conhecer
detalhes até o momento desconhecidos por grande parte da população que passou a
entender o porquê deles (tribunais) reprovarem e as câmaras aprovarem, deixando
um ponto de interrogação na leiguice de todos nós e ao mesmo tempo, suscitar
uma nova e óbvia pergunta:
- Se as análises técnicas realizadas pelos “Tribunais de
Contas” podem ser desconsideradas por vereadores, deputados estaduais e federais e pelo Senado Federal, pois são órgãos apenas
auxiliares e sem qualquer poder de punição, apesar de serem designados como
tribunais, por que existem?
Se fazem o trabalho minucioso de análise e estão competentes
à um veredicto, por que os políticos se sobrepõem as suas constatações
qualificadas?
No mínimo esquisito ao entendimento de nós, povinho sem
grandes conhecimentos constitucionais, mas cuja sensibilidade e raciocínio,
aguçam ao despertamento de querer entender, sem vergonha da possível
ignorância.
E aí, lembro do Maluf que há mais de 20 anos nega crimes
internacionais e se reelege, dando um curso intensivo aos políticos brasileiros
da pouca vergonha institucionalizada, pois nada freou sua cara de pau e abusos
ao erário público.
Como cidadã brasileira, estou começando a ter medo da
constituição de meu país, que fornece tantos artifícios de garantias às
gestões, assim como com os nossos códigos da Justiça que amparam seguidas
pedaladas políticas, manobras constitucionais que garantem ao esperto e ao malfeitor
das causas públicas, recursos e mais recursos em detrimento do povo, do bendito
povo que a tudo paga de uma forma ou de outra e na maioria das vezes de ambas.
Como entender que um Presidente da Câmara Federal, tenha
tanto poder e ainda permaneça em seu posto, frente a tantos escândalos
envolvendo seu nome e o de sua família? E ainda tem poder de “negociar” acordos
sujos com a Presidente?
Que Constituição é esta que
permite que um ex-presidente da república, adentre e use os gabinetes do Planalto
e da Alvorada, como se chefe de estado ainda fosse?
Que Judiciário é este que
desconsidera, aos olhos do povão, todas as indicações de envolvimento deste
senhor no maior escândalo que este país já vivenciou?
Estão esperando o quê?
Provavelmente um recibo de
propina assinado e com firma reconhecida, além de devidamente registrado em Cartório!
...
Na leiguice de meus parcos
conhecimentos jurídicos, já ouvi falar em provas circunstanciais e até mesmo em
testemunhas oculares.
Pensando nos ex- presidentes do
meu Brasil Varonil, jamais tomei conhecimento que um presidente da República
ganhasse tanto para possuir tantos bens.
E olha que a maioria, dispunha de
carreira profissional ou bens de família ao tomarem posse constitucional de um
cargo que deveria ser no mínimo conduzido com transparência.
Rapaz... Isto é que sorte
acompanhada de competência meteórica de causar inveja aos demais nordestinos
descamisados que migraram para SUM PAULO, para fazer sua américa pessoal.
Ou sou uma idiota completa,
analfabeta total ou o que estamos vivendo é um surrealismo tupiniquim, jamais
tão escrachado que, até faz doer.
Enquanto isto....
Tudo vai ficando pior que dantes,
no quartel de Abrantes.
sábado, 10 de outubro de 2015
Explode Coração
Acabo de
colocar um pudim de leite no forno, já pensando no almoço de amanhã e, enquanto,
aguardo o seu cozimento, percebo que o meu peito está um pouco sufocado, aliás
essa sensação vem me perseguindo há alguns dias e, naturalmente fui
desconsiderando, mas agora, resolvi encarar este mal estar emocional, afinal,
porque mantê-lo?
Olho ao
redor e todos estão com suas próprias atividades e nem mesmo os meus pássaros
estão fazendo qualquer ruído, como se tivessem ido dar uns bordejos ou
simplesmente, estão puxando um cochilo entre as folhagens ainda úmidas da chuva
desta tarde.
Meus cães
silenciosos me guardam como fiéis escudeiros e entre todos estes parceiros
cotidianos, cá estou eu, querendo entender a razão de meu sufoco e desta
impressão doída da minha indivisibilidade, trazendo-me a compreensão da
profunda solidão que se descortina, quando percebo empiricamente, que não sou
imortal e que, de um instante para o outro, posso deixar de sentir o perfume
das flores que carinhosas, nasceram constantemente, em todos os jardins de
minha vivência.
Que posso
deixar de sentir a leveza das águas mornas das praias que por toda a minha vida pude usufruir, que posso deixar de dar e receber abraços calorosos, beijos
amigos e apaixonados, que posso deixar de contemplar o céu, de sentir o sol
aquecendo o meu corpo ou de deixar de arrepiar-me com a aragem fresca de um
ventinho abusado.
De repente,
sem qualquer aviso prévio, o não desejado veio me visitar, puxando literalmente
o meu tapete da segurança de me sentir imortal e, como qualquer ser apaixonado
pela vida, baqueei e disfarcei, mas agora, entre meus escritos e meu sufoco,
liberto-me, desapegando-me da lamúria que, insistente, invade o meu coração,
fechando o meu peito e querendo tirar de mim, o melhor que cultivei e que, será
sempre a certeza absoluta de que, nada se acaba, tudo apenas, se renova.
E então, volto a me sentir imortal.
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
RECORDANDO
Vinte de janeiro de
2003, logo pela manhã, passeando pela Ilha, descobrimos Itaparica, pois
estávamos morando em Vera Cruz há algum tempo e, por incrível que possa
parecer, não nos informaram deste tesouro, descobrimos por acaso, e assim
também por acaso, encontramos um casal que varria o passeio de sua residência,
(Reina e Américo).Nascia ali, uma sólida irmandade que se integrou ao
encantamento por Ponta de Areia, que de imediato nos envolveu e nos fez sentir
vontade de ficar, e ficamos literalmente até neste instante, em que emocionada,
recordo-me das circunstâncias que influenciaram os acasos que trouxeram a mim e
a minha família à este pedacinho de céu.
A partir daí, tudo foi dando certo, ficando o mês de janeiro
como um marco de grandes realizações, afinal, foi em 10 de janeiro de 2005 que
obtive a escritura definitiva da casa que compramos e foi em 07 de janeiro de
2014 que recebi a honraria de me tornar uma cidadã itaparicana, oferecida pela
Câmara de vereadores.
Entre os “entretantos”, com muitos “finalmentes” felizes,
fomos nos despindo do ranço do estresse adquirido das grandes cidades, da
pressa para lugar algum, para, finalmente, podermos relaxar e curtir as
delícias de nos sentirmos abraçados e acolhidos em cada esquina, quarteirão ou
qualquer lugar, onde pudéssemos adentrar.
O sentido de pertencimento é uma sensação grandiosa que
poucos verdadeiramente são capazes de conseguir alcançar, pois exige mais de
quem chega do que, verdadeiramente, daqueles que já estão, pois a generosidade
do acolhimento geralmente existe, assim como a boa vontade e o espírito
solidário, mas é preciso que saibamos receber e acima de tudo valorizar,
identificando cada ato de doação e, concomitantemente, precisamos ser gratos a
cada instante, buscando corresponder para continuar merecendo.
Parece simples, mas é uma árdua tarefa se não existir nas
almas recebedoras a dose necessária de humildade, pois só ela é capaz de mensurar
o tamanho e a valia de cada oferta.
Então penso nas caminhadas de todos nós, e das portas que
vamos abrindo e fechando ao longo do trajeto e no quanto é importante o cuidado,
principalmente ao fechá-las, afinal, a necessidade de ter que abri-las
novamente em dado momento é muito grande.
Hoje, o meu agradecimento vai para a amiga Bárbara Amorim,
por cada bom dia, boa tarde e boa noite que vem me estreitando neste momento
difícil de minha vida, quando então, fragilizada, mais e mais preciso de
abraços acolhedores.
Vai também para meu amigo irmão, Cláudio da Silva Neves,
pela certeza absoluta de que sempre poderei contar com ele.
E finalmente, vai para cada pessoa que interage comigo no
decorrer de cada instante de meus dias nesta cidade abençoada que me escolheu,
me guiou até ela e, ainda incansável, faz com que eu me sinta a criatura mais
abençoada desta vida.
Obrigado
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
AGRADECENDO
Flui o vento
forte sobre os telhados, balançando as copas das árvores, farfalhando
apressadamente as folhas dos coqueiros.
Olho através
da janela de minha alma, buscando o frescor deste vento agitado e, ao senti-lo,
recebo dele um toque envolvente de um amante apaixonado e, então, percebo
alegre que acabo de ser beijada pela vida, que voluntariosa, ama-me à sua
maneira e eu, sempre pronta, a reconheço e, então, agradeço.
Penso então que
Intenções, ações e vibrações são os aliados únicos e poderosos o suficiente
para determinarem não só autonomia que nos garante a liberdade, mas a bendita
sensação de segurança e pertencimento como pessoa humana, no convívio com os
demais. Na realidade, são como guias, bons mestres nas nossas jornadas
existenciais.
Nesta breve
reflexão, constato as conquistas obtidas em linha longa caminhada de vida, que
foram se somando e tornando-me uma criatura muito grata a Deus pelas pérolas de
pessoas que me aguardaram sempre em cada etapa, principalmente, nas mais
difíceis.
E aí, mais
uma vez curvo-me para agradecer ao querido Dr. Jorge Lima e sua esposa Solange,
Diretores do Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, pela atenção e
carinho que atenderam as minhas demandas, facilitando-me enormemente inúmeros
procedimentos, geralmente desgastantes em todos os sentidos.
Afinal, no
meu momento de angústia, seus benditos acolhimentos reafirmaram minha certeza
de que a vida é bonita, é bonita e é bonita...
sábado, 19 de setembro de 2015
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Segundo
Aurélio, significa:
Liberdade
Substantivo feminino.
1.Faculdade de cada um se decidir ou agir segundo a própria determinação.
2.Estado ou condição de homem livre.
3.Confiança, intimidade (às vezes abusiva).
Substantivo feminino.
1.Faculdade de cada um se decidir ou agir segundo a própria determinação.
2.Estado ou condição de homem livre.
3.Confiança, intimidade (às vezes abusiva).
Expressão
Substantivo feminino. 1.Ato de exprimir(-se). 2.Enunciação do pensamento por gestos ou palavras escritas ou faladas; verbo. 3.Dito, frase. 4.Representação; manifestação.
O que
as pessoas não entendem ou preferem desconsiderar é que, esta atribuição que
o homem crê que conquistou para si mesmo, também se estende ao outro, ou
seja:
- Quem fala
o que quer, precisa ouvir às vezes o que não quer.
Afinal,
toda ação tem uma reação, que também muitas vezes é contraditória aos
interesses de quem praticou a ação.
Não se
trata de dente por dente, olho por olho, apenas uma dinâmica bem típica das
relações de todo e qualquer ser vivo.
O
problema é que por sermos dotados de raciocínio, que nem sempre é
legitimamente lógico, cremos arrogantemente, que somos os mandatários deste
atributo, acreditando que o inventamos como tantos outros e, então,
desconsideramos a natureza que nos cerca e que, por todo o tempo, nos mostra
esse dar e receber com clareza impressionante.
Bem,
como sou uma observadora inveterada desta sempre mestra natureza, desejo como
ação imediata à você que me lê, uma noite de sábado de absoluta paz,
esperando que como reação, desejem o mesmo à mim.!!!!!
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sexta-feira, 18 de setembro de 2015
OS VÍCIOS DE TODOS NÓS
Há algum
tempo, venho exercitando o desapego em comentar de imediato os fatos que
ocorrem à minha volta. Às vezes, dou uma derrapada e, pronto, lá estou, talvez
não escrevendo, mas falando na Rádio.
E aí, penso
com os meus botões que corrigir um vício de nossa personalidade, vício que
exercitamos por quase toda uma vida, induzidos pela própria profissão, não é
nada fácil, exigindo dedicação e vigilância.
Profissão?
Bem, fui
buscar no Aurélio, saber se ainda persiste a mesma significação, afinal, com
tantas mudanças de valores e conceitos...
Enfim,
segundo ele, profissão é:
“Ato ou
efeito de professar.
2. Atividade ou ocupação especializada, da qual se podem tirar os meios de subsistência; ofício, mister.”
2. Atividade ou ocupação especializada, da qual se podem tirar os meios de subsistência; ofício, mister.”
Respiro
fundo e procuro no Google, para ver se algo mudou através das redes sociais, e:
“É a
capacitação de individuo especializado para exercer um trabalho ou atividade na
sociedade.”
Hu lá lá! Que maravilha, muda-se algo a cada instante,
mas ainda não conseguiram mudar o ato de profissionalizar.
Pois é,
todavia, com a globalização, os cursinhos online e a crença adquirida nas redes
sociais de que estamos vivendo a ERA DA LIBERDADE DE DIREITOS, damo-nos ao
privilégio de nos intitular, graduando-nos sem qualquer cerimônia e, a partir
daí, sofismando sobre isto ou aquilo, numa “autoridade” amparada no oportunismo
do se eu quero, eu posso.
E saiam da
frente, pois como um trator desgovernado, atropelo e posso até matar, por que,
afinal, sou um profissional, talvez de nada, mas e daí?
Diz que eu
não sou...
Rapaz... Que
esculhambação é esta?
Vejam, não
resisti e vencida pelo vício da profissão, cá estou novamente, fazendo ilações
sobre algo que preservei minha vida inteira que é justo a associação da
profissão com a ética e o respeito.
Bom dia e
que esta sexta-feira seja de absoluta paz para todos que ainda acreditam que é
possível não se esculhambar com profissões nobres que dignificam o ser humano.
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Buscando forças
Debruçada sobre
o peitoril da janela da sala, observo a chuva que, intermitente, refresca o
jardim e a mim, afinal o calor dos últimos dias foi, simplesmente, abrasador.
E pensar que
nem sequer a primavera chegou, levando-me a imaginar, como será no alto verão.
Fecho os
olhos e posso ouvir os ruídos diversos que a chuva provoca ao chocar-se ou,
apenas, deslizar por sobre as plantas, flores e gramado, associando-se aos de
alguns pássaros agitados que se esguelham por entre as folhagens, saindo de
nossa visão, mas permanecendo de forma expressiva, especialmente, os sabiás,
que distingo perfeitamente.
Os cães
silenciaram, como se assim como eu, quisessem sentir profundamente este momento
aparentemente comum, porém, repleto de mensagens subjetivas e vibrações que, somente
os bichos e gente esquisita como euzinha, se permitem perceber.
Que coisa,
hein!!!!!
Abro os
olhos, por que sinto que algo mudou de repente, e junto com um leve arrepio,
sinto vontade de escrever, registrar mais este momento da vida, onde fui pela
milionésima vez, despertada para um momento simples que, de tão belo, se torna magnificamente
único e, portanto, especial.
E todo o
cansaço dos muitos estudos, que me fez parar minhas atividades e ir até a
janela apreciar a chuva, num estalar de dedos desapareceu, dando lugar a um
sorriso maroto, um respirar profundo, num agradecimento à vida.
Que nesta
quarta-feira, o imperceptível do cotidiano se torne a sua fantástica realidade,
oferecendo a magia da percepção de estar vivo, existindo, podendo apenas
sentir, inclusive, o bendito cansaço.
sábado, 12 de setembro de 2015
SIMPLES ASSIM lll
Melhor idade
uma ova, isto é o politicamente correto para disfarçar o imenso preconceito que
se tem com a velhice.
Tipo de refrão
social que induz a acreditar-se que, verdadeiramente, existe maiores respeitos
com as pessoas idosas, que no mínimo, armazenam uma quantidade expressiva de
bagagem vivencial.
Na realidade
o que se pode constatar é um abandono generalizado em todas as áreas funcionais
de amparo e uma hipocrisia patológica no convívio social.
Mas nem tudo
está perdido para os senhores(as) da melhor idade, afinal, resta a vontade
sábia, adquirida após anos de observações e que, permite não ter que tolerar o
intolerável, podendo polidamente sair andando, deixando para trás, os jovens
idiotas, mal educados sistêmicos, falidos emocionais ou os intelectuais das
revistas “Seleção” que, se transformam em profissionais do oportunismo e que
mais que aporrinhar o saco dos da melhor idade, nada acrescentam em seus
históricos de parasitas sociais.
Já se está
velho, despedindo-se desta vida, simplesmente maravilhosa e ainda ter que
aturar os espertinhos de plantão, metidos a sabidos?
Assim seria
demais...
Afinal,
alguma real vantagem tem que existir na plenitude da velhice, não é mesmo?
Quem quiser
que se aborreça, pois eu só quero ser feliz!!!!!!
Estou na
idade certa de não perder um só minuto, deste espetáculo perfeito que é a vida
e que emocionada, percebo a cada instante, que ainda pulsa em mim.
SIMPLES ASSIM lV
Hoje
amanheci inspirada, escrevi sobre a melhor idade e, agora, penso no polimento
que se deve ter nos ambientes sociais e que nem todas as pessoas são capazes de
compreender sua grandeza e preferem a grosseria de não responder a um simples
ou caloroso cumprimento, demonstrando assim, sua profunda incapacidade de ser
bem mais que as dificuldades que o cotidiano apresenta, através das diversidades
que o compõem.
Ai, ai, ai,
meu Deus!!!! Quanto desperdício...
As pessoas
de um modo geral, cuidam do corpo, dos patrimônios materiais, da conquista de
seus ideais e se esquecem de cuidar de suas emanações energéticas que são
responsáveis pela maioria de suas vitórias.
Responder a
um cumprimento, antes de ser uma obrigação social ou uma hipocrisia se
preferirem, é uma demonstração de liberdade espiritual que estrutura nossa
mente e nos torna pessoas mais acessíveis ao sucesso.
Que o diga
se estou enganada, os políticos de carreira.
Afinal, é
tão rotineiro vê-los sorrindo que, quando se estressam, esquecemos que são
também humanos, e nos sentimos, então, no direito de julgá-los, como se fosse
uma obrigação ferrenha ser chamado de ladrão e ainda sorrir, agradecendo
Esta minha
escrita, não é uma nota de apoio a atitude do Presidente da Câmara de
Itaparica, Nixon Ferreira Sacramento, mas ao cidadão que ocupa um cargo
público, assim como aos demais edis que formam a atual Câmara de Vereadores,
pela insistente agressão que recebem de alguns outros cidadãos que desconhecem
os limites que existe nas críticas que se propõem a fazer.
Falo com
conhecimento de quem já passou por situação semelhante e que reconheceu a
inadequação das posturas e, educadamente, enviou à Câmara um ofício de
desculpas, pois antes de me sentir no direito de agredir, impor ou revidar,
preciso não esquecer que aquela é uma casa pública e que aqueles senhores lá se
encontram por vontade popular e devemos ter por eles um mínimo de respeito,
humano e profissional.
Precisamos
mudar os rumos emocionais que conduziram até então o processo político de nossa
cidade, se desejamos vê-la crescer, alijando os maus hábitos e construindo um
ambiente onde o debate político seja possível, contribuindo assim com um grande
serviço para o desenvolvimento do espírito crítico da população.
E longe de
ser uma panaca, sou antes de tudo alguém que roga a Deus todos os dias, perdão
pelos abusos, intolerâncias e ignorâncias minhas.
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
DESFILE DEMOCRÁTICO DO 7 DE SETEMBRO
Somos um
povo tão ignorante em relação a nossa história e, principalmente à nossa
cidadania e espírito cívico que, desconhecemos que o dia da Independência de
nosso país, vai muito além de um desfile militar, tanto que as escolas e
agremiações, sempre participaram.
O sentido
real de independência, antes de tudo é uma conquista dos brasileiros e,
portanto, desde que respeitando a tradição de se entoar os hinos oficiais, todo
e qualquer brasileiro, entidade religiosa ou não, tem o direito de expressar
seus sentimentos de orgulho pela sua pátria.
SIMPLES ASSIM ll
Acabo de
acordar e, em minha cabeça, já posso ler com nitidez: “Viver é perseverar”.
Recorro ao
Aurélio na busca de encontrar uma extensão maior desta afirmativa mental e,
percebo então, que perseverar é bem mais que insistir em algo ou alguém, pois
perseverar é permanecer firme num constante querer, sem mudar de intento.
Nascemos com
o natural talento para vivenciar as nuances das convivências cotidianas,
todavia, nem todos nós desenvolvemos a bendita vocação para vivencia-la,
bastando existir e, a partir daí, se lançar numa aparente coragem de
enfrentamento.
E é justo
esta vocação que torna o nosso natural talento em viver, num contexto
existencial justificável, se, afinal, precisarmos de uma finalidade que
justifique a nossa existência.
Particularmente,
desde a minha infância, através da natural observação aos demais e,
principalmente, da minha sempre curiosidade em relação a natureza, fui
percebendo os enormes sacrifícios que os mesmos desenvolviam em suas jornadas
individuais na busca constante de seus objetivos.
E é justo
essa devoção que nos leva às conquistas particulares diárias, não
necessariamente brilhantes aos olhos alheios, mas absolutamente compensatórios
à alma de cada um de nós, que com nossas particularidades, optamos pelo
aperfeiçoamento de nossas vocações, nos tornando assim, virtuosos em nossas existências,
preservando com o afinco de nossa perseverança, tudo quanto nos propomos a
edificar.
Pense nisto,
antes de desistir seja lá do que for, pois, talvez, esteja faltando vocação na
sua empreitada.
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
SIMPLES ASSIM
Nesta ainda
madrugada, bisbilhotando o face, na compulsão gostosa de saber das novidades, e
etc e tal, revejo a foto que meu querido amigo Roberto Fialho Ribeiro postou,
assim como releio suas palavras de saudades e ao mesmo tempo de lamento, por
talvez não ter dito tudo quanto seu pai merecia escutar.
Dizer, por
exemplo, que o amava, comentar de sua elegância ou do quanto o admirava, sem
qualquer receio em estar sendo inoportuno, meloso ou coisa que o valha.
Pensando em
tudo isto, é claro que minha mente se volta imediatamente para os amores que se
foram de meu convívio, percebendo, tal qual o meu amigo Roberto, que mesmo espontânea,
brincalhona e naturalmente amorosa, eu poderia ter dito mais, abraçado mais,
sentido mais estas criaturas, que representaram a minha estruturação de pessoa
humana.
AH! O que eu
não daria para abraçar molecamente o meu sogro Tião Couto, minha sogra Zizita,
meu pai e minha mãe, meus amigos, alguns
como irmãos que foram companheiros fiéis de grande parte de minha jornada...
Todavia, o
que eu lamento, profundamente, foi a minha incapacidade em encontrar um só
caminho que pudesse ter rompido as barreiras da indiferença provocada pelos dez
anos que levei para nascer e que me distanciou de forma indelével, fazendo com
que eu não sentisse o carinho de meu único irmão, que poderia ter sido um
grande e inseparável amigo.
Lamento
jamais ter tido a oportunidade de dizer que ele era o meu ídolo e que eu queria
ser exatamente como ele, criativo, inteligente, honrado e lindo.
Talvez, por
esta razão, eu tenha tido o cuidado de não repetir o erro, e como sou exageradamente
amorosa em tudo que faço, me compensei emocionalmente, não poupando carinhos, palavras,
sorrisos, abraços, beijos, que dei e dou, de montão, que o diga o meu também
Roberto, que até quando dorme é abusado por mim!
Na realidade,
sempre somos capazes de expressar o nosso amor um pouco mais, basta que
fiquemos atentos, para não deixarmos este sistema maluco, nos confundir ou nos
atrasar no bendito exercício de dizer : Eu te amo.
Simples
assim ...
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
VAMOS QUE VAMOS
O dia está amanhecendo e posso escutar o galo a distância e todos os benditos sons de seu despertar.
Respiro fundo, tentando me acalmar, mas reconheço a ansiedade que desta vez, não é perniciosa, apenas o sinal da mente sobre o corpo para não me deixar esquecer de que, hoje é um dia especial, melhor que todos os demais que eu poderei vivenciar, porque, afinal, estarei realizando um sonho antigo de poder adentrar nas mentes de outras criaturas, levando com ternura, toda a gratidão que fui acumulando em mim ao longo da vida, pelo tudo de bom que fui agraciada.
Nada me faltou, tudo me foi oferecido e nem sempre consegui ter olhos límpidos para enxergar, mas ainda assim, esta vida generosa, insistia e logo, uma luz se fazia presente e, então, eu passava a enxergar com nitidez e um novo milagre acontecia em minha vida.
Amanheço agradecendo ao Deus que, há muito, reconheço que reside mim, pela alegria de ainda estar viva e realizando sonhos.
E se pareço piegas, peço que me perdoem, mas estou feliz demais para me preocupar com detalhes.
Para todas as pessoas que estão pertinho de mim ou aparentemente longe, torcendo por mim, com o apoio de suas vibrações, quero que saibam que só estou realizando este velho sonho, porque jamais desisti de tentar, assim como jamais deixei que as perdas, que foram muitas, fossem mais poderosas que a minha vontade voluntária de viver e ser feliz.
Respiro fundo, tentando me acalmar, mas reconheço a ansiedade que desta vez, não é perniciosa, apenas o sinal da mente sobre o corpo para não me deixar esquecer de que, hoje é um dia especial, melhor que todos os demais que eu poderei vivenciar, porque, afinal, estarei realizando um sonho antigo de poder adentrar nas mentes de outras criaturas, levando com ternura, toda a gratidão que fui acumulando em mim ao longo da vida, pelo tudo de bom que fui agraciada.
Nada me faltou, tudo me foi oferecido e nem sempre consegui ter olhos límpidos para enxergar, mas ainda assim, esta vida generosa, insistia e logo, uma luz se fazia presente e, então, eu passava a enxergar com nitidez e um novo milagre acontecia em minha vida.
Amanheço agradecendo ao Deus que, há muito, reconheço que reside mim, pela alegria de ainda estar viva e realizando sonhos.
E se pareço piegas, peço que me perdoem, mas estou feliz demais para me preocupar com detalhes.
Para todas as pessoas que estão pertinho de mim ou aparentemente longe, torcendo por mim, com o apoio de suas vibrações, quero que saibam que só estou realizando este velho sonho, porque jamais desisti de tentar, assim como jamais deixei que as perdas, que foram muitas, fossem mais poderosas que a minha vontade voluntária de viver e ser feliz.
Vamos que vamos, pois o Ferry, não espera.
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Hoje amanheci saudosista, fazer o quê?
Quando
amanheço pensando no que não posso modificar, faço o que mais gosto, que é
escrever, e assim deixo fluir todas as minhas experiências de vida e, em cada
uma, enveredo-me sem medos ou pudores, não esperando um vã retorno como consolo
à saudade, mas apenas como uma forma de passeio lúdico que, além de me fazer
muito bem, ainda não me deixa esquecer que vivenciei o melhor, se comparado a
tudo que já fui capaz de encontrar nos registros históricos de um passado que
me antecedeu e a um agora que ainda vivencio, constatando a cada milionésimo de
segundo que a vida é sempre bela, mas que, nem sempre, fomos capazes de
vivenciá-la com respeito.
Dizem que
coloco poesia em tudo que escrevo, todavia, o que mais posso fazer, além de
expressar-me tal qual fui capaz de conduzir-me nestes longos anos já
percorridos?
Aprendi a
enxergar a vida através de seu lado mais bonito e de vasculhar, com zelo e
determinação, todo o feio inevitável, na busca incessante do seu também lado
bonito, pela certeza absoluta de que sempre o encontraria.
Encontrar o
belo no feio, não significou jamais um passo a uma aproximação, apenas, uma
opção pessoal em não me deter no insignificante.
E nesse
bailado de luz nas trevas, venho atravessando a vida no convívio com o contraditório,
tirando dele, toda a beleza com a qual poderei me aperfeiçoar, não, é claro,
sem também lamentar todo um desperdício que inflama e faz doer, mas com a
certeza íntima de que nada poderei alterar, detendo-me, então, na beleza extraída,
elixir bendito que me faz sorrir.
Saudades da elegância
do romantismo, do respeito as tradições e dos limites que me foram repassados.
Saudades da
autenticidade do tesão pela vida, que não consigo enxergar nos olhos dos
jovens.
Saudades da
mais ingênua esperança, mola mestra da continuidade, seja lá do que for.
Saudades do
melhor que existiu e que eu, romântica incorrigível, insisto em voltar a
encontrar.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
DESABAFO lll
Novamente a
desolação toma conta de meu racional que há muito foi doutrinado amorosamente a
desenvolver a tolerância, sentimento básico para um conviver mais respeitoso.
No entanto,
ao longo de minha vida e mais precisamente nos últimos 20/25 anos, venho percebendo
que este atributo que cuidei com tanta determinação, foi sendo encarrado como
babaquice, ou seja: Como se eu fosse incapaz de reagir a altura na constatação
de qualquer tipo de abuso de que venha a ser vítima, numa inversão total avaliativa,
motivada pelo simples fato de que as pessoas, até mesmo como artifício de
defesa pessoal, esquecem a educação, quando as tem, e partem para um imediato
revide, o que vem transformando a convivência humana, num verdadeiro inferno de
Dante.
Acordo todos
os dias celebrando a vida e em seguida, rogando a Deus que me dê paciência e
amor no coração, pois sei por experiência, que irei me defrontar
inevitavelmente, com abusos de todas as naturezas, independentemente, de cumprir
desde as mais básicas até as mais gigantescas obrigações pessoais, sociais,
seja no convívio com os demais, seja, no trato com as instituições públicas que,
em sua maioria, perderam ou nunca verdadeiramente, foram voltadas ao bem comum.
Pessoalmente,
creio que o maior problema hoje existente, reside na ineficiência das mesmas em
cumprirem tão somente as suas atribuições, ficando o povo, como eternos
esmoleiros na dependência da boa vontade caridosa de quem deveria ter a
obrigação de nos prover da dignidade que precisamos em nosso cotidiano de
pessoas humanas.
Falta-nos
tudo, desde um recolhimento de lixo sistemático, ruas transitáveis, iluminação,
segurança, educação e principalmente, conscientização do que significa estar no
comando dos bens públicos.
Falta-nos
tanto que, quando alguém faz um pouquinho que seja, logo o endeusamos, quando
na realidade, nada mais fazem que suas obrigações, assim como o absurdo em
elogiarmos o honesto, fazendo deste atributo pessoal, uma qualidade excepcional.
E aí,
falamos em voto consciente, sem mesmo ter noção da extensão de seu significado
e inconscientemente, levamos a mente a acreditar que somos capazes de enxergar
em outro, alguém melhor e capaz de solucionar problemas, sem termos a mínima
noção de que somente nós seremos capazes de alterar este ciclo vicioso de a
cada 4 anos, depositarmos esperança em outro, seja lá quem for.
Nesta manhã
chuvosa, penso que o que precisamos é exigir de quem se encontra no poder de
nossas cidades, que pare de nos dar esmolas e comece a agir, não fazendo
milagres, mas reunindo o seu pessoal e conscientizando-os de que, precisam
compreender que, quem determina somos nós, povo humilde, mas não abobalhado,
que já está cansado de encontrar no convívio com a coisa pública, indiferença e
pouco caso.
E eu vou
começar, dando o primeiro passo, lembrando ao Secretário de Infra Estrutura,
seja ele quem for, que é inadmissível que não haja no mínimo boa vontade em atender
as mínimas solicitações, que atravessam os verões e não são consideradas.
Lembrando a
ele que é indigno, eu ter que depender de sua simpatia para receber alguma
atenção.
Da mesma
forma, creio que devo lembrar as autoridades policiais que esta é uma cidade
que precisa de ações efetivas, que nos garantam um mínimo de segurança, pois é inadmissível
em um momento de aflição, ter que ouvir que não há viaturas, policiais e até
gasolina.
Não posso
esquecer que se eu não puder pagar minhas contas sejam públicas ou privadas,
serei punida de alguma forma. Então, porque continuar, aceitando as desculpas
públicas de que não podem isto ou aquilo, enquanto, usufruem sem nenhum ônus,
de seus cargos e das inerentes vantagens oriundas deles?
Confesso que
ando desolada, pois me sinto violada nos meus mais básicos direitos.
E você, não?
DESABAFO ll
Depois
de 4 ligações e um apelo direto no face da Polícia Militar, o som continua e a
polícia não veio.
E pensar que moro em uma cidadezinha do interior, onde o atendimento deveria ser imediato.
Que coisa hein !!!!!
A sensação de abandono cria um estado pessoal de impotência que doí.
Neste instante, a música é: Meu bebê com o magnífico Pablo.
Devo ter escutado umas 20 vezes desde ontem até agora.
E pensar que moro em uma cidadezinha do interior, onde o atendimento deveria ser imediato.
Que coisa hein !!!!!
A sensação de abandono cria um estado pessoal de impotência que doí.
Neste instante, a música é: Meu bebê com o magnífico Pablo.
Devo ter escutado umas 20 vezes desde ontem até agora.
Acham pouco?
DESABAFO
O nome do caseiro é Roque e eu deixo aqui o meu
desabafo, já que nada posso fazer, sem correr o risco de ser maltratada ou
ofendida, pois é prática destes mal-educados, contarem com o apoio de algumas
autoridades públicas que assim como eles, desconhecem o respeito aos demais,
haja visto a criação de cavalos que o outro caseiro mantém na rua, assim como
as vacas de um outro. Assim, usam não só da piscina e das instalações das
propriedades de seus patrões, como da via pública, deixando como legado as
bostas que são capazes de produzir.
domingo, 16 de agosto de 2015
PROJETO
FAMÍLIA CIDADÃ
CURSO
DIRECIONADO ÀS FAMÍLIAS COM FOCO NAS CRIANÇAS
Introdução
Quando pensamos em educação
doméstica, imediatamente pensamos na mulher pela sua trajetória histórica no
comando da administração do lar, na educação dos filhos, cabendo ao homem o
papel de provedor.
Todavia com as inúmeras
transformações que o mundo vem acolhendo, quando as mulheres foram chamadas aos
trabalhos na indústria, estimuladas com o advento da internet e das redes
sociais, entendemos que o papel da mulher do lar tem sido substituído por
outros modelos familiares que abrigam uma diversidade de comandos.
Baseados nesta realidade
cotidiana, pensamos em um projeto que abordasse a educação doméstica como um
atributo de homens e mulheres, incluindo as famílias que são constituídas por
relações homo afetivas.
Objetivo Geral
Levar as comunidades
mais desprovidas do amparo social, através das pessoas em geral que tenham
filhos ou que exerçam algum papel de liderança em suas comunidades, um resgate
de valores, atualizando-os das realidades atuais.
Metodologia
Trataremos de assuntos
inerentes ao dia a dia básico, partindo do princípio do exercício de uma
disciplina cotidiana que implica na condução de um bem viver, onde a saúde, a
alimentação, a convivência e a valorização do núcleo familiar, seja objetivo
maior.
O projeto será desenvolvido através de palestras
com professores, ginecologista, pediatra, economista, advogado, estilista,
maquiador, cabeleireiro e outros profissionais que estarão dando sua
contribuição para o projeto, incluindo trabalhos manuais.
PROGRAMAÇÃO
Dia
02.09.2015
Abertura: Sra. Eloysa Cabral Novaes
Apresentação
do projeto: Sra. Regina Maria Pinto de Carvalho e o Maj PM André Ricardo Guimarães da Silva
Dia 09.09.2015
1 º Palestra sobre ginecologia
com a CEPARH
2
º Palestra com Dra. Rute Nunes Oliveira Queiróz , pediatra e gestora em
saúde.
Dia
16.09.2015
Contaremos com presenças de Maquiador e
Cabeleireiro da Empresa Beleza Natural e estilista.
Dia 23.09.2015
1 ª Palestra com os Professores Marcone Azevedo,
Diretor do Colégio Cândido Portinari e
Karyne Contreiras
2ª. Palestra com a economista Sra. Fernanda
Caribé
Dia 30.09.2015
1ª. Palestra sobre direito com Dra. Jusssara Souza
2ª. Palestra sobre drogas com Maj PM André
Ricardo Guimarães da Silva e o Ten PM Aílson Oliveira de Carvalho.
CURSO
GRATUITO COM CERTIFICADO
Local do
curso: Faculdade
UNIFACS na Rua Vieira Lopes, 02, Rio Vermelho.
Data: Todas as quartas-feiras,
turno vespertino, do mês de setembro / 2015
Inscrições: Rua João Gomes, 88
Sobrado Praça & Esquina, sala 07, Rio Vermelho, Salvador/Bahia – de segunda
a sexta-feira das 08:00H às 12:00H.
ELABORAÇÃO: Sra. Regina Maria Pinto de Carvalho, jornalista, escritora, membro da Academia de Letras do Recôncavo da Bahia - ALER e pelo CONSELHO COMUNITÁRIO SOCIAL E DE SEGURANÇA DO RIO VERMELHO & ONDINA, na pessoa da presidente, Sra. Eloysa Cabral Novaes.
OPERACIONALIDADE: CONSELHO COMUNITÁRIO SOCIAL E DE SEGURANÇA DO RIO VERMELHO & ONDINA
PARCERIA: 12ª. CIPM, Maj PM André Ricardo Guimarães da Silva e o Ten PM Aílson Oliveira de Carvalho.
COLABORADORES: 7ª. DP, CEPARH, COLÉGIO CANDIDO PORTINARI, BELEZA NATURAL E OUTROS PROFISSIONAIS VOLUNTÁRIOS.
APOIO: UNIFACS
domingo, 2 de agosto de 2015
ATENDIMENTO DE QUINTA
Após dias
muito chuvosos, o domingo amanheceu radiante, trazendo a luz translúcida do sol
do inverno, aquecendo e estimulando e, no embalo desta surpreendente manhã, fui
para a cozinha, entusiasmada à preparar um almoço especial para a família,
colocando na preparação, todo o meu empenho e amor, o mesmo que por toda a
minha vida coloquei nas minhas escritas e em tudo que procuro realizar, não que
eu seja especial, nisto ou naquilo, mas tão somente, consciente de que através
do que faço, seja lá o que for, certamente, estarei colocando o meu perfil de
pessoa humana.
Embalada
nesta reflexão enquanto refogo um arroz no alho e óleo, penso nas infindáveis
reclamações que recebo através de meu trabalho à frente da Rádio e do Jornal,
em relação aos abusos que elas são alvos nos hospitais e postos de saúde da
região, e penso então, que é surreal o quanto os mesmos estão despreparados humanisticamente
para o atendimento, principalmente em relação as pessoas mais simples e
humildes, no tocante aos seus poderes socioeconômicos.
Como encontrar
algum sentido na indiferença reinante, desde o recepcionista ao médico de
plantão, com raras exceções, que fere mais profundamente que a ferida exposta
da maioria que adentra nestes locais, no mínimo, buscando encontrar um pouco de
acolhimento?
Penso,
repenso, enquanto passo a colher revirando o arroz, tendo o cuidado de soltá-lo
do fundo da panela para que não queime, no quanto seria maravilhoso, se cada
criatura sofrida ao chegar nestes locais, pudesse encontrar, tão somente, um
sorriso, um oferecimento afetuoso, que apenas custa um singelo interesse,
remédio potência à maioria das chagas humanas.
Recepcionistas
alienados, médico que não os encara em suas dores e fraturas, enfermeiras secas
e apressadas, paredes frias que se confundem com a atmosfera de enfado, cansaço
e desilusão de se ter nascido pobre, numa região pobre, na maioria das vezes
ainda negro e com poucos conhecimentos quanto aos seus direitos, sufocado pela
certeza de não significar quase nada, menos até, que a dor que o levou a mais
aquele calvário.
Penso então,
enquanto desligo o fogo deste arroz fresquinho e cheiroso, que, infelizmente, a
culpa sempre é do paciente, que teimoso e chato, ficou doente e insiste em
receber atenção pelas suas chagas.
Que coisa,
hein!!!!
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