Há algum
tempo, venho exercitando o desapego em comentar de imediato os fatos que
ocorrem à minha volta. Às vezes, dou uma derrapada e, pronto, lá estou, talvez
não escrevendo, mas falando na Rádio.
E aí, penso
com os meus botões que corrigir um vício de nossa personalidade, vício que
exercitamos por quase toda uma vida, induzidos pela própria profissão, não é
nada fácil, exigindo dedicação e vigilância.
Profissão?
Bem, fui
buscar no Aurélio, saber se ainda persiste a mesma significação, afinal, com
tantas mudanças de valores e conceitos...
Enfim,
segundo ele, profissão é:
“Ato ou
efeito de professar.
2. Atividade ou ocupação especializada, da qual se podem tirar os meios de subsistência; ofício, mister.”
2. Atividade ou ocupação especializada, da qual se podem tirar os meios de subsistência; ofício, mister.”
Respiro
fundo e procuro no Google, para ver se algo mudou através das redes sociais, e:
“É a
capacitação de individuo especializado para exercer um trabalho ou atividade na
sociedade.”
Hu lá lá! Que maravilha, muda-se algo a cada instante,
mas ainda não conseguiram mudar o ato de profissionalizar.
Pois é,
todavia, com a globalização, os cursinhos online e a crença adquirida nas redes
sociais de que estamos vivendo a ERA DA LIBERDADE DE DIREITOS, damo-nos ao
privilégio de nos intitular, graduando-nos sem qualquer cerimônia e, a partir
daí, sofismando sobre isto ou aquilo, numa “autoridade” amparada no oportunismo
do se eu quero, eu posso.
E saiam da
frente, pois como um trator desgovernado, atropelo e posso até matar, por que,
afinal, sou um profissional, talvez de nada, mas e daí?
Diz que eu
não sou...
Rapaz... Que
esculhambação é esta?
Vejam, não
resisti e vencida pelo vício da profissão, cá estou novamente, fazendo ilações
sobre algo que preservei minha vida inteira que é justo a associação da
profissão com a ética e o respeito.
Bom dia e
que esta sexta-feira seja de absoluta paz para todos que ainda acreditam que é
possível não se esculhambar com profissões nobres que dignificam o ser humano.
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