Novamente a
desolação toma conta de meu racional que há muito foi doutrinado amorosamente a
desenvolver a tolerância, sentimento básico para um conviver mais respeitoso.
No entanto,
ao longo de minha vida e mais precisamente nos últimos 20/25 anos, venho percebendo
que este atributo que cuidei com tanta determinação, foi sendo encarrado como
babaquice, ou seja: Como se eu fosse incapaz de reagir a altura na constatação
de qualquer tipo de abuso de que venha a ser vítima, numa inversão total avaliativa,
motivada pelo simples fato de que as pessoas, até mesmo como artifício de
defesa pessoal, esquecem a educação, quando as tem, e partem para um imediato
revide, o que vem transformando a convivência humana, num verdadeiro inferno de
Dante.
Acordo todos
os dias celebrando a vida e em seguida, rogando a Deus que me dê paciência e
amor no coração, pois sei por experiência, que irei me defrontar
inevitavelmente, com abusos de todas as naturezas, independentemente, de cumprir
desde as mais básicas até as mais gigantescas obrigações pessoais, sociais,
seja no convívio com os demais, seja, no trato com as instituições públicas que,
em sua maioria, perderam ou nunca verdadeiramente, foram voltadas ao bem comum.
Pessoalmente,
creio que o maior problema hoje existente, reside na ineficiência das mesmas em
cumprirem tão somente as suas atribuições, ficando o povo, como eternos
esmoleiros na dependência da boa vontade caridosa de quem deveria ter a
obrigação de nos prover da dignidade que precisamos em nosso cotidiano de
pessoas humanas.
Falta-nos
tudo, desde um recolhimento de lixo sistemático, ruas transitáveis, iluminação,
segurança, educação e principalmente, conscientização do que significa estar no
comando dos bens públicos.
Falta-nos
tanto que, quando alguém faz um pouquinho que seja, logo o endeusamos, quando
na realidade, nada mais fazem que suas obrigações, assim como o absurdo em
elogiarmos o honesto, fazendo deste atributo pessoal, uma qualidade excepcional.
E aí,
falamos em voto consciente, sem mesmo ter noção da extensão de seu significado
e inconscientemente, levamos a mente a acreditar que somos capazes de enxergar
em outro, alguém melhor e capaz de solucionar problemas, sem termos a mínima
noção de que somente nós seremos capazes de alterar este ciclo vicioso de a
cada 4 anos, depositarmos esperança em outro, seja lá quem for.
Nesta manhã
chuvosa, penso que o que precisamos é exigir de quem se encontra no poder de
nossas cidades, que pare de nos dar esmolas e comece a agir, não fazendo
milagres, mas reunindo o seu pessoal e conscientizando-os de que, precisam
compreender que, quem determina somos nós, povo humilde, mas não abobalhado,
que já está cansado de encontrar no convívio com a coisa pública, indiferença e
pouco caso.
E eu vou
começar, dando o primeiro passo, lembrando ao Secretário de Infra Estrutura,
seja ele quem for, que é inadmissível que não haja no mínimo boa vontade em atender
as mínimas solicitações, que atravessam os verões e não são consideradas.
Lembrando a
ele que é indigno, eu ter que depender de sua simpatia para receber alguma
atenção.
Da mesma
forma, creio que devo lembrar as autoridades policiais que esta é uma cidade
que precisa de ações efetivas, que nos garantam um mínimo de segurança, pois é inadmissível
em um momento de aflição, ter que ouvir que não há viaturas, policiais e até
gasolina.
Não posso
esquecer que se eu não puder pagar minhas contas sejam públicas ou privadas,
serei punida de alguma forma. Então, porque continuar, aceitando as desculpas
públicas de que não podem isto ou aquilo, enquanto, usufruem sem nenhum ônus,
de seus cargos e das inerentes vantagens oriundas deles?
Confesso que
ando desolada, pois me sinto violada nos meus mais básicos direitos.
E você, não?
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