sexta-feira, 2 de outubro de 2015

RECORDANDO


 Vinte de janeiro de 2003, logo pela manhã, passeando pela Ilha, descobrimos Itaparica, pois estávamos morando em Vera Cruz há algum tempo e, por incrível que possa parecer, não nos informaram deste tesouro, descobrimos por acaso, e assim também por acaso, encontramos um casal que varria o passeio de sua residência, (Reina e Américo).Nascia ali, uma sólida irmandade que se integrou ao encantamento por Ponta de Areia, que de imediato nos envolveu e nos fez sentir vontade de ficar, e ficamos literalmente até neste instante, em que emocionada, recordo-me das circunstâncias que influenciaram os acasos que trouxeram a mim e a minha família à este pedacinho de céu.
A partir daí, tudo foi dando certo, ficando o mês de janeiro como um marco de grandes realizações, afinal, foi em 10 de janeiro de 2005 que obtive a escritura definitiva da casa que compramos e foi em 07 de janeiro de 2014 que recebi a honraria de me tornar uma cidadã itaparicana, oferecida pela Câmara de vereadores.
Entre os “entretantos”, com muitos “finalmentes” felizes, fomos nos despindo do ranço do estresse adquirido das grandes cidades, da pressa para lugar algum, para, finalmente, podermos relaxar e curtir as delícias de nos sentirmos abraçados e acolhidos em cada esquina, quarteirão ou qualquer lugar, onde pudéssemos adentrar.
O sentido de pertencimento é uma sensação grandiosa que poucos verdadeiramente são capazes de conseguir alcançar, pois exige mais de quem chega do que, verdadeiramente, daqueles que já estão, pois a generosidade do acolhimento geralmente existe, assim como a boa vontade e o espírito solidário, mas é preciso que saibamos receber e acima de tudo valorizar, identificando cada ato de doação e, concomitantemente, precisamos ser gratos a cada instante, buscando corresponder para continuar merecendo.
Parece simples, mas é uma árdua tarefa se não existir nas almas recebedoras a dose necessária de humildade, pois só ela é capaz de mensurar o tamanho e a valia de cada oferta.
Então penso nas caminhadas de todos nós, e das portas que vamos abrindo e fechando ao longo do trajeto e no quanto é importante o cuidado, principalmente ao fechá-las, afinal, a necessidade de ter que abri-las novamente em dado momento é muito grande.
Hoje, o meu agradecimento vai para a amiga Bárbara Amorim, por cada bom dia, boa tarde e boa noite que vem me estreitando neste momento difícil de minha vida, quando então, fragilizada, mais e mais preciso de abraços acolhedores.
Vai também para meu amigo irmão, Cláudio da Silva Neves, pela certeza absoluta de que sempre poderei contar com ele.
E finalmente, vai para cada pessoa que interage comigo no decorrer de cada instante de meus dias nesta cidade abençoada que me escolheu, me guiou até ela e, ainda incansável, faz com que eu me sinta a criatura mais abençoada desta vida.
Obrigado


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