Vinte de janeiro de
2003, logo pela manhã, passeando pela Ilha, descobrimos Itaparica, pois
estávamos morando em Vera Cruz há algum tempo e, por incrível que possa
parecer, não nos informaram deste tesouro, descobrimos por acaso, e assim
também por acaso, encontramos um casal que varria o passeio de sua residência,
(Reina e Américo).Nascia ali, uma sólida irmandade que se integrou ao
encantamento por Ponta de Areia, que de imediato nos envolveu e nos fez sentir
vontade de ficar, e ficamos literalmente até neste instante, em que emocionada,
recordo-me das circunstâncias que influenciaram os acasos que trouxeram a mim e
a minha família à este pedacinho de céu.
A partir daí, tudo foi dando certo, ficando o mês de janeiro
como um marco de grandes realizações, afinal, foi em 10 de janeiro de 2005 que
obtive a escritura definitiva da casa que compramos e foi em 07 de janeiro de
2014 que recebi a honraria de me tornar uma cidadã itaparicana, oferecida pela
Câmara de vereadores.
Entre os “entretantos”, com muitos “finalmentes” felizes,
fomos nos despindo do ranço do estresse adquirido das grandes cidades, da
pressa para lugar algum, para, finalmente, podermos relaxar e curtir as
delícias de nos sentirmos abraçados e acolhidos em cada esquina, quarteirão ou
qualquer lugar, onde pudéssemos adentrar.
O sentido de pertencimento é uma sensação grandiosa que
poucos verdadeiramente são capazes de conseguir alcançar, pois exige mais de
quem chega do que, verdadeiramente, daqueles que já estão, pois a generosidade
do acolhimento geralmente existe, assim como a boa vontade e o espírito
solidário, mas é preciso que saibamos receber e acima de tudo valorizar,
identificando cada ato de doação e, concomitantemente, precisamos ser gratos a
cada instante, buscando corresponder para continuar merecendo.
Parece simples, mas é uma árdua tarefa se não existir nas
almas recebedoras a dose necessária de humildade, pois só ela é capaz de mensurar
o tamanho e a valia de cada oferta.
Então penso nas caminhadas de todos nós, e das portas que
vamos abrindo e fechando ao longo do trajeto e no quanto é importante o cuidado,
principalmente ao fechá-las, afinal, a necessidade de ter que abri-las
novamente em dado momento é muito grande.
Hoje, o meu agradecimento vai para a amiga Bárbara Amorim,
por cada bom dia, boa tarde e boa noite que vem me estreitando neste momento
difícil de minha vida, quando então, fragilizada, mais e mais preciso de
abraços acolhedores.
Vai também para meu amigo irmão, Cláudio da Silva Neves,
pela certeza absoluta de que sempre poderei contar com ele.
E finalmente, vai para cada pessoa que interage comigo no
decorrer de cada instante de meus dias nesta cidade abençoada que me escolheu,
me guiou até ela e, ainda incansável, faz com que eu me sinta a criatura mais
abençoada desta vida.
Obrigado
Nenhum comentário:
Postar um comentário