Hoje, acordei pensando na minha mãe, no meu irmão e num comentário que a amiga Gleice Bispo, registrou num dos textos que postei no dia de ontem, afinal, apesar de serem absolutamente diferentes nas suas aparências, são lembranças que convergem para o mesmo eixo motivador que, sempre foi a paixão pela vida.
Minha mãe nadava maravilhosamente, desafiando as geladas e bravas águas do mar de Ipanema em todos os amanheceres que sou capaz de lembrar, fizesse sol ou chuva e eu, dedilho minhas emoções, desejos e frustrações nas teclas do computador, mas já o fiz em cadernos e até mesmo na pequenina máquina de escrever que ganhei aos 15 anos.
Meu irmão, amanhecia e adormecia, associando o seu respirar com as notas musicais, tornando-se íntimo de cada uma delas, num reconhecimento contínuo e respeitoso, mantendo-as sempre na afinação necessária dos infinitos instrumentos que avaliava.
Lembro-me da frustração de minha mãe, que não escondia a decepção por não a seguirmos neste hábito saudável de nadar...
Ela, jamais compreendeu que nascemos navegadores das artes e que nossas braçadas também eram saudáveis aos nossos emocionais.
E ai, ele tirou onda nas notas musicais e eu, tiro onda, dedilhando o meu olhar sobre as emoções e ambos, sorvemos a vida, num palco sem água, mas repletos de ondas desafiadoras.
Sim, eu e ele, fomos capazes de tirar onda, mesmo que as vezes como minha mãe, tenhamos também ligeiramente nos afogado, mas com certeza em cada superação, emergimos mais fortes e mais apaixonados, ela pelo mar, ele pela música e eu pela poesia.
E aonde se encontrava meu pai diante de tantos nadadores?
Certamente como sábio maestro que com sua batuta, ajudou a compassar os nossos dias...
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