Lá fora está escurinho, mas os pássaros não querem nem saber e assim como eu, eufóricos permanecemos, afastando suavemente nossas apreensões com a suavidade dos nossos cantos.
Os deles são sonoros, cujas melodias se bem observadas, despertam em nós humanos, o bendito estado de poesia que nos fazem artistas, seja no bico da pena, no centro de um palco ou num pincelar de cores, mostrando ao mundo o quanto a vida é bela.
O dia ainda não clareou, mas num piscar de olhos enquanto, escrevo, posso observar que lentamente vai se apoderando do céu, num chegar tranquilo, sem pressa, mas determinado, o senhor sol com seus raios de luzes, num abraço que aquece e faz sorrir.
Todavia, se a chuva, também quiser estar presente como protagonista ou tão somente, dividindo o palco como uma figurante deste incomparável espetáculo, o sol abrira espaço ou com ela compartilhará o incomparável existir.
E aí, como observadora tenaz, sorrio por mais uma aula recebida desta natureza mestre sábia, que incansavelmente a cada amanhecer não me deixa esquecer, o quanto, preciso respeitar as diferenças ao meu redor, abrindo espaço aos sois e as chuvas, pássaros e grilos, flores e frutos para que numa completude perfeita, possamos coexistir na mais delicada harmonia.
E então, novamente sorrio, porque a vida, sorri para mim.
Que nesta quarta-feira de primavera, possamos todos sorrir para a vida que generosamente nos habita, buscando um caminho de respeito ao tudo que difere de nós, numa compreensão amorosa de que somos apenas, um fragmento deste sublime contexto.
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