quinta-feira, 2 de setembro de 2021

JESUS E EU...

E então, questionadora contumaz, numa rápida conversa com o meu Jesus que dizem ser filho de Deus, enquanto caminhava até o portão, nesta manhã acinzentada indago-o do porquê, de estar sempre precisando de mártires, por acaso o mundaréu de devotos, não lhe bastam?


Em sete dias, o senhor pai Deus, criou este mundo perfeito, por que então, sua obra mais completa que somos nós, precisa morrer em sacrifícios inomináveis nas mãos de outros homens e muitas vezes sofrer enormemente neste que deveria ser o paraíso terrestre, simplesmente para ganhar o paraíso celestial?

O pecado de Eva, vale tantos sacrifícios em seu nome?

Como não discutir o que me parece uma incoerência e também uma punição, aos que, verdadeiramente te servem em devoção nesta vida?

No mínimo é uma injustiça o bem sucumbir sob o julgo do mal e tu meu amado pai, de braços cruzados aprecias o sacrifício, como se a tua influência sobre o infeliz condenado, também não estivesse em julgamento.

Não tens por acaso nada com isto?

Não poderias ao menos, estender a tua mãozinha, travando a espada da crueldade?

Não sei não, confesso que não te renego, mas jamais vou te entender, pois, me pareces vaidoso em querer acumular no céu, anjos bons, deixando aqui na terra, coitados sobreviventes, num enfrentamento cada vez mais constante e cruel com o mal.

Pense aí, meu Jesus se isso é justo...

E não me venha com os discursos já conhecidos, porque não convencem a não ser que deixemos de pensar, analisar e comparar, levando em conta que, em todos os tempos, ser bonzinho, generoso e fiel ao pai, tem como recompensa aqui sofrimentos e a cruel morte em função de um céu especulativo.

Que coisa, viu!!!

Só mesmo tendo uma fé cega, surda e muda...

Bom dia meu Jesus... Te amo muito e tu, bem sabes disto e ainda bem que tens paciência comigo e fazes ouvido de mercador, diante das minhas constantes blasfêmias de teimosa pensadora.

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