Sou lenta
para processar as camuflagens que escondem as agressividades, provavelmente,
porque jamais precisei conviver com a violência, mas apesar da mente precisar
de algum tempo, os meus sentidos de imediato se manifestam, como se fossem
alarmes, sinalizando perigo à vista.
Neste
domingo ensolarado, logo pela manhã, fui surpreendida com uma conversa
aparentemente leve, nas areias mornas de Ponta de Areia, mas que escondia um
recado bem sério. Precisei de oito horas, numa masturbação mental incrível, para
finalmente compreender que, mais que uma conversa amigável entre duas pessoas
que eu cria se quererem bem, era um recado velado e mal disfarçado para que eu
aliviasse nas minhas escritas.
Lembrei que há
um ano ou talvez mais, meu marido, também recebeu um recadinho que deveria
transmitir a mim, num afrontamento estúpido e sem sentido em nome de pessoas
que se sentem acima do bem e do mal e que não admitem qualquer tipo de cobrança
ou simples observação sobre suas atuações públicas, principalmente se estas não
são no nível da baixaria, na qual, se sentem à vontade para reagir.
Mais uma vez,
e espero que seja a última, lembrarei a quem de direito que sou uma cronista
apartidária, independente de tudo e de todos, não que eu não precise, mas
porque não me sinto confortável em ser paga para elogiar e me calar, quando o
óbvio agride o bem comum.
Jamais nos
quase 18 anos que aqui resido, e nos serviços profissionais que desenvolvi
juntamente com meu marido e filhos, fui convidada para participar de algum
grupo político, e quando estive em um, subindo em trios elétricos, fui por
conta própria e acreditando que estava exercendo o meu direito de cidadã, assim
como, jamais usufruí do erário público, se não tivesse sido para pagar por meus
trabalhos jornalísticos contratados e cumpridos, nos quais, alguns,
infelizmente, no abuso do poder, deixaram de honrar.
Portanto,
não passou batido e o recado foi devidamente processado na condição triste de mais
uma intimidação, enviado através de pessoa a quem sempre dediquei um enorme
carinho.
Há sempre um
lugar adequado para levar a um amigo esclarecimentos que possam ampliar seus entendimentos,
e eu, jamais me furtei a ouvir e até mesmo de mudar de opinião sobre qualquer
assunto.
Aos setenta
anos, depois de vivenciar uma vida repleta de emoções, fica difícil mensurar de
pronto o grau de abuso que algumas pessoas são capazes de se embasar, para
adentrarem nas searas alheias para impor suas visões e interesses pessoais,
afinal, fui moldada por mãos hábeis que
privilegiavam a ética e o respeito.
Minha vida é
escrever, observar e amar o tudo mais à minha volta e não houve e jamais haverá
alguém, que seja capaz de secar a tinta que borda as folhas em branco, onde
deixo escoar com minhas crônicas, as alegrias e as mazelas do cotidiano de
todos nós.
NÃO
TENHO POLÍTICO DE ESTIMAÇÃO!
JAMAIS
FUI BANCADA POR QUEM QUER QUE SEJA
E A
MINHA REAL GRATIDÃO À ESTA CIDADE E SUA GENTE, NUNCA ESTEVE À VENDA.
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