domingo, 29 de setembro de 2019

SEGUNDA INTIMIDAÇÃO



Sou lenta para processar as camuflagens que escondem as agressividades, provavelmente, porque jamais precisei conviver com a violência, mas apesar da mente precisar de algum tempo, os meus sentidos de imediato se manifestam, como se fossem alarmes, sinalizando perigo à vista.
Neste domingo ensolarado, logo pela manhã, fui surpreendida com uma conversa aparentemente leve, nas areias mornas de Ponta de Areia, mas que escondia um recado bem sério. Precisei de oito horas, numa masturbação mental incrível, para finalmente compreender que, mais que uma conversa amigável entre duas pessoas que eu cria se quererem bem, era um recado velado e mal disfarçado para que eu aliviasse nas minhas escritas.
Lembrei que há um ano ou talvez mais, meu marido, também recebeu um recadinho que deveria transmitir a mim, num afrontamento estúpido e sem sentido em nome de pessoas que se sentem acima do bem e do mal e que não admitem qualquer tipo de cobrança ou simples observação sobre suas atuações públicas, principalmente se estas não são no nível da baixaria, na qual, se sentem à vontade para reagir.
Mais uma vez, e espero que seja a última, lembrarei a quem de direito que sou uma cronista apartidária, independente de tudo e de todos, não que eu não precise, mas porque não me sinto confortável em ser paga para elogiar e me calar, quando o óbvio agride o bem comum.
Jamais nos quase 18 anos que aqui resido, e nos serviços profissionais que desenvolvi juntamente com meu marido e filhos, fui convidada para participar de algum grupo político, e quando estive em um, subindo em trios elétricos, fui por conta própria e acreditando que estava exercendo o meu direito de cidadã, assim como, jamais usufruí do erário público, se não tivesse sido para pagar por meus trabalhos jornalísticos contratados e cumpridos, nos quais, alguns, infelizmente, no abuso do poder, deixaram de honrar.
Portanto, não passou batido e o recado foi devidamente processado na condição triste de mais uma intimidação, enviado através de pessoa a quem sempre dediquei um enorme carinho.
Há sempre um lugar adequado para levar a um amigo esclarecimentos que possam ampliar seus entendimentos, e eu, jamais me furtei a ouvir e até mesmo de mudar de opinião sobre qualquer assunto.
Aos setenta anos, depois de vivenciar uma vida repleta de emoções, fica difícil mensurar de pronto o grau de abuso que algumas pessoas são capazes de se embasar, para adentrarem nas searas alheias para impor suas visões e interesses pessoais, afinal, fui moldada por mãos hábeis  que privilegiavam a ética e o respeito.
Minha vida é escrever, observar e amar o tudo mais à minha volta e não houve e jamais haverá alguém, que seja capaz de secar a tinta que borda as folhas em branco, onde deixo escoar com minhas crônicas, as alegrias e as mazelas do cotidiano de todos nós.
NÃO TENHO POLÍTICO DE ESTIMAÇÃO!
JAMAIS FUI BANCADA POR QUEM QUER QUE SEJA
E A MINHA REAL GRATIDÃO À ESTA CIDADE E SUA GENTE, NUNCA ESTEVE À VENDA.


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