Observem que este modelo
de conduta se repetiu ao longo da história humana, inclusive pelos
atores da resistência, que buscavam com discursos diferenciados o poder de qualquer
natureza e, tão logo o conseguia, passava a agir tal qual aos que combatiam,
numa simbiose interminável de guerra e poder, onde uma grande maioria sempre,
inevitavelmente, permanecia refém de sua própria miséria social.
Esta mecânica de funcionalidade do comportamento humano se
mantém fiel aos seus dogmas de servir e ser servido até os dias atuais,
portanto, o que observamos é, apenas, mais uma virada cultural adaptativa aos
novos conceitos, sejam científicos ou tecnológicos, que pode até fazer crer que
é único e fenomenal, no oferecimento das ampliações de possibilidades, mas que
na realidade são produções naturais de uma evolução genética/sensitiva que vem
ocorrendo desde sempre, bastando, estudar-se a trajetória humana nos mais
variados períodos de sua existência terrena.
Adaptar-se aos sempre novos tempos é uma tarefa árdua de
entendimento e que cobra o seu preço social.
Cada ser humano, busca sua própria dinastia, tornando-se
ditador de seu espaço em seu universo pessoal e, como nada e ninguém mantém as
mesmas características, existem infinitas formas de domínio.
Se atentos estivermos, enxergaremos um sem número de
pequenos, médios e grandes ditadores, até mesmo no seio de nossas famílias,
bairro, cidade e país.
Não há nada mais tirano que a imposição de valores sem que
haja respeito ao contraditório, o que vem atestar que, sem ele, tudo que se
fala ou faz, torna-se irrelevante a um real crescimento de qualquer natureza.
A plenitude do ideal de liberdade reside no entendimento e aceitação
argumentativo do contraditório, caminho único e seguro para que um ser humano
evolua individualmente e possa dar continuidade, pelo menos no meio em que
habita, da prática cotidiana da liberdade de ser e de pensar, respeitando os seus
limites em relação ao outro, para que este, na mesma situação, possa exercer a
mesma liberdade.
Tentar-se mudar conceitos milenares na imposição de leis,
sem considerar o tempo assimilativo do contraditório, só arrebanha discórdia e
morte, moral e física de seus atores secundários, privilegiando uma casta de
dominadores gigantescos que têm a tendência prudente de constantemente se unir,
num reforço brutal de imposição social, onde o poder e as benécias que o
acompanham são o princípio, o meio e principalmente o fim de seus objetivos.
Educação existencial aliada à formal, são as armas soberanas
de real sustentabilidade no combate à ignorância social.
Um lindo e tranquilo final de tarde para todos que tiveram a
paciência de ler este longo texto.
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