terça-feira, 17 de setembro de 2019

PENSANDO ENTRE O NUBLADO E AS BRISAS DE SETEMBRO



 Não é possível que esta modalidade comportamental que vem se expressando nas sociedades contemporâneas, seja apenas reflexo de uma evolução humana quanto a liberação de suas essências mais primárias; prefiro achar que é um conjunto de experiências acumuladas que, finalmente, veem a tona, como um vulcão em erupção, onde larvas são jogadas sem aparente critério, mas que na realidade, segue um propósito evolutivo, jogando por terra milhões de anos terrenos e sistêmicos, aonde paulatinamente, as reais naturalidades foram sendo moldadas, baseadas em modelos que atendiam aos interesses de um relacionamento menos conflituoso, mas que, empiricamente, apenas representava a construção diversificada de culturas que atendiam aos interesses daqueles, cujas mentes mais evoluídas quanto ao quesito observação, perceberam o quanto poderiam destacar-se e, consequentemente, auferirem benécias nos seus cotidianos e, então, como forma de estruturação de uma espécie de muralhas resistentes, passaram a elaborar leis de condutas variadas e grupos de afinidades que serviam uns aos outros, como objetivo corporativista de extrema proteção.
Observem que este modelo  de conduta se repetiu ao longo da história humana, inclusive pelos atores da resistência, que buscavam com discursos diferenciados o poder de qualquer natureza e, tão logo o conseguia, passava a agir tal qual aos que combatiam, numa simbiose interminável de guerra e poder, onde uma grande maioria sempre, inevitavelmente, permanecia refém de sua própria miséria social.
Esta mecânica de funcionalidade do comportamento humano se mantém fiel aos seus dogmas de servir e ser servido até os dias atuais, portanto, o que observamos é, apenas, mais uma virada cultural adaptativa aos novos conceitos, sejam científicos ou tecnológicos, que pode até fazer crer que é único e fenomenal, no oferecimento das ampliações de possibilidades, mas que na realidade são produções naturais de uma evolução genética/sensitiva que vem ocorrendo desde sempre, bastando, estudar-se a trajetória humana nos mais variados períodos de sua existência terrena.
Adaptar-se aos sempre novos tempos é uma tarefa árdua de entendimento e que cobra o seu preço social.
Cada ser humano, busca sua própria dinastia, tornando-se ditador de seu espaço em seu universo pessoal e, como nada e ninguém mantém as mesmas características, existem infinitas formas de domínio.
Se atentos estivermos, enxergaremos um sem número de pequenos, médios e grandes ditadores, até mesmo no seio de nossas famílias, bairro, cidade e país.
Não há nada mais tirano que a imposição de valores sem que haja respeito ao contraditório, o que vem atestar que, sem ele, tudo que se fala ou faz, torna-se irrelevante a um real crescimento de qualquer natureza.
A plenitude do ideal de liberdade reside no entendimento e aceitação argumentativo do contraditório, caminho único e seguro para que um ser humano evolua individualmente e possa dar continuidade, pelo menos no meio em que habita, da prática cotidiana da liberdade de ser e de pensar, respeitando os seus limites em relação ao outro, para que este, na mesma situação, possa exercer a mesma liberdade.

Tentar-se mudar conceitos milenares na imposição de leis, sem considerar o tempo assimilativo do contraditório, só arrebanha discórdia e morte, moral e física de seus atores secundários, privilegiando uma casta de dominadores gigantescos que têm a tendência prudente de constantemente se unir, num reforço brutal de imposição social, onde o poder e as benécias que o acompanham são o princípio, o meio e principalmente o fim de seus objetivos.
Educação existencial aliada à formal, são as armas soberanas de real sustentabilidade no combate à ignorância social.
Um lindo e tranquilo final de tarde para todos que tiveram a paciência de ler este longo texto.

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