Desde muito jovem, apreciei ler biografias, muito mais que
romances ou qualquer outro estilo literário, pois a vida das pessoas com suas
histórias individuais, independentemente de serem nacionais ou dos mais remotos
países, afinal, eram pessoas, e me fascinava viajar em seus universos pessoais.
Fui percebendo que apesar das imensas diferenciações de cultura,
gênero, cor ou credo, no âmago de suas existências, as necessidades e desejos
eram muito parecidas e até mesmo iguais, mas o navegar nas nuances de suas
emoções, mostrava um reagir sempre muito rico de emoções.
Este gosto literário, levou-me a desenvolver um prazer muito
especial em relação as biografias de brasileiros, na relevância de seus méritos
em qualquer área que tenham atuado e fui reparando na pobreza existente da
valorização de figuras fantásticas que produziram legados inestimáveis que,
certamente, colaboraram para a formação do perfil do nosso país com suas ideias
e ideais, regados com suas posturas profissionais de grandezas poéticas e amorosas,
sensibilidades afetivas pela terra e seu povo, valentia destemida na defesa da
mesma.
Jamais compreendi a falta da devida difusão das imagens
destas pessoas incríveis nas escolas, pois serviriam não só como exemplos maiores
de senso de pertencimento, ampliando seus conhecimentos sobre sua terra e sua
gente, quanto, as próprias grandezas individuais independentemente da região de
origem.
Daí, pouco a população sabe a respeito de figuras locais,
num apenas, “ouvi falar” sem qualquer maior extensão de conhecimentos a
respeito, a não ser e quando há, comemorações específicas, mas tudo sempre
dentro de uma superficialidade assustadora.
Portanto, jamais também estranhei as opções da maioria do
povo em relação a criação de ídolos michas, xucros e totalmente destituídos de
qualquer essência que possa ser considerado agregativo a formação intelectual
de qualquer pessoa, promovendo aí sim, uma constante inversão de valores e
total incapacidade de se desenvolver, essa tal de cidadania, muito mais
complexa de ser entendida e mensurada, que qualquer especulação possa oferecer
de pronto.
E aí, quem sabe algo sobre um brasileirinho da pequena Aimorés,
cidade das Minas Gerais, chamado Sebastião Ribeiro Salgado Junior, hoje, com 75
anos, um tão somente, fotografo premiado mundo à fora, com a qualidade das
imagens que produziu?
Quando me apresentei honrada no primeiro “Fita” de minha
querida Itaparica, lembrei dele e pedi a meu filho que produzisse um vídeo onde
ele pudesse ser inserido, como exemplo de um alguém que foi muito além na
carreira, na vida pessoal e no amor ao seu Brasil e a sustentabilidade do
mesmo, não apenas com suas imagens, mas com as terras da família, provando que
quem quer faz e não espera acontecer.
Mas, será que algum aluno de escola particular ou públicas,
conhece sua trajetória de vida, para quem sabe um dia, nele se espelhar?
Lá fora ele sempre foi reconhecido e isso é um consolo para
quem como eu, gosta de poder ver o melhor da nossa humanidade brasileira, sendo
fonte de referências reais e palpáveis.
Somos gigantes em tudo, menos no reconhecimento de nossas
riquezas, pois desconhecemos o patriotismo que vai muito além, das efêmeras
corridas eleitorais, pois precisa se desenvolver como braços e pernas de um
único corpo, irrigado com o mesmo sangue que une, corpo, mente e coração.
Uma sexta-feira abençoada para cada um e vocês.
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