sexta-feira, 6 de setembro de 2019

BRASILEIROS ESQUECIDOS


Desde muito jovem, apreciei ler biografias, muito mais que romances ou qualquer outro estilo literário, pois a vida das pessoas com suas histórias individuais, independentemente de serem nacionais ou dos mais remotos países, afinal, eram pessoas, e me fascinava viajar em seus universos pessoais.
Fui percebendo que apesar das imensas diferenciações de cultura, gênero, cor ou credo, no âmago de suas existências, as necessidades e desejos eram muito parecidas e até mesmo iguais, mas o navegar nas nuances de suas emoções, mostrava um reagir sempre muito rico de emoções.
Este gosto literário, levou-me a desenvolver um prazer muito especial em relação as biografias de brasileiros, na relevância de seus méritos em qualquer área que tenham atuado e fui reparando na pobreza existente da valorização de figuras fantásticas que produziram legados inestimáveis que, certamente, colaboraram para a formação do perfil do nosso país com suas ideias e ideais, regados com suas posturas profissionais de grandezas poéticas e amorosas, sensibilidades afetivas pela terra e seu povo, valentia destemida na defesa da mesma.
Jamais compreendi a falta da devida difusão das imagens destas pessoas incríveis nas escolas, pois serviriam não só como exemplos maiores de senso de pertencimento, ampliando seus conhecimentos sobre sua terra e sua gente, quanto, as próprias grandezas individuais independentemente da região de origem.
Daí, pouco a população sabe a respeito de figuras locais, num apenas, “ouvi falar” sem qualquer maior extensão de conhecimentos a respeito, a não ser e quando há, comemorações específicas, mas tudo sempre dentro de uma superficialidade assustadora.
Portanto, jamais também estranhei as opções da maioria do povo em relação a criação de ídolos michas, xucros e totalmente destituídos de qualquer essência que possa ser considerado agregativo a formação intelectual de qualquer pessoa, promovendo aí sim, uma constante inversão de valores e total incapacidade de se desenvolver, essa tal de cidadania, muito mais complexa de ser entendida e mensurada, que qualquer especulação possa oferecer de pronto.
E aí, quem sabe algo sobre um brasileirinho da pequena Aimorés, cidade das Minas Gerais, chamado Sebastião Ribeiro Salgado Junior, hoje, com 75 anos, um tão somente, fotografo premiado mundo à fora, com a qualidade das imagens que produziu?
Quando me apresentei honrada no primeiro “Fita” de minha querida Itaparica, lembrei dele e pedi a meu filho que produzisse um vídeo onde ele pudesse ser inserido, como exemplo de um alguém que foi muito além na carreira, na vida pessoal e no amor ao seu Brasil e a sustentabilidade do mesmo, não apenas com suas imagens, mas com as terras da família, provando que quem quer faz e não espera acontecer.
Mas, será que algum aluno de escola particular ou públicas, conhece sua trajetória de vida, para quem sabe um dia, nele se espelhar?
Lá fora ele sempre foi reconhecido e isso é um consolo para quem como eu, gosta de poder ver o melhor da nossa humanidade brasileira, sendo fonte de referências reais e palpáveis.
Somos gigantes em tudo, menos no reconhecimento de nossas riquezas, pois desconhecemos o patriotismo que vai muito além, das efêmeras corridas eleitorais, pois precisa se desenvolver como braços e pernas de um único corpo, irrigado com o mesmo sangue que une, corpo, mente e coração.

Uma sexta-feira abençoada para cada um e vocês.


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SIMPLES ASSIM...

Sou uma velha de 75 anos que só lamenta não ter tido aos 30/40 a paz e o equilíbrio que desfruto hoje. Sim é verdade que não tenho controle ...