terça-feira, 24 de setembro de 2019

PUXADINHOS DO FUTURO



Em sua maioria, gosto de comentar a respeito do que posso atestar com meus olhos e, principalmente, com a minha experiência pessoal.
Todos os dias pela manhã, o meu caminho da roça em horários diversos é a Avenida dos Navegantes e, ao longo destes anos, fui apreciando com tristeza a construção de lojas com seus sobradinhos numa falta total de planejamento, todavia, ultimamente, o horror parece ter feito morada, principalmente do Mocambo ao Ponto Certo.
Estas minhas observações não são exclusivas à esta gestão, afinal, calejei garganta e calos nos dedos de reclamar os horrores das calçadas que sempre foram invadidas pela falta de consciência dos moradores e comerciantes, assim como pelo descaso oportuno de todos os prefeitos até então.
Mas convenhamos, neste último ano, a coisa tem ficado preta, mais um horror perante os céus.
O que é isso minha gente???
Enquanto o ordenamento urbano é buscado com zelo pelo Brasil a fora, por aqui, instalou-se o ritmo do “de qualquer forma” é válido, e aí, só se vê puxadinhos prá lá e prá cá, num pouporri dos horrores, bem aos moldes dos guetos e favelinhas do terceiro mundo, tudo devidamente autorizado com o argumento emocional de se estar oferecendo oportunidades a aqueles que nunca tiveram.
Ora convenhamos, eu nunca ouvi falar que carente tem lote e dinheiro para construção.
Mas se não bastassem os puxadinhos dos necessitados, ainda estão proliferando as barraquinhas a cada 50 metros, vendendo, por enquanto, frutas e legumes, mas vai se saber mais adiante o que os carentes irão inventar, já que para a Prefeitura não foi possível manter uma feirinha fixa para os agricultores familiares.
E aí deduzo que de produção local é que a maioria não vende, já que é possível vender frutas e legumes jamais plantados em nosso solo. Portanto, não se trata de ceder concessão para agricultores familiares.
Novamente, a mente ativa de Dona Regina, fica sem entender o porque de tantos imóveis alugados a peso de muitos milhares de reais e não ter sido possível alugar um terreno no centro para alojar os fruteiros e verdureiros ou fazer como nas grandes cidades, promover um dia em cada bairro para que as feiras se façam presente, seja para agricultor familiar ou não. Afinal, o que a lógica de um século 21 já não comporta é a exposição triste da falta de higiene, poluição visual e atraso sistêmico, numa rua principal de acesso ao restante da cidade e que, futuramente, segundo os planos desta gestão, transformar-se-á em polo turístico.
Turismo de quê, só se for para mostrar ao mundo que apesar da cidade estar a apenas alguns poucos quilômetros de uma grande capital, de ser linda e paradisíaca, ainda é um reduto da improvisação e do arremedo de progresso.
Assim fica fácil e barato gerir uma cidade e angariar votos dos pobres e oprimidos. Aliás, não estão inventando nada, tudo cópia de um socialismo de terceira, moldado ao gosto de mandachuvas de quinta.

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