segunda-feira, 2 de setembro de 2019

HIPOCRIA DO SILÊNCIO



Tudo que as sociedades não conseguem exterminar ou corrigir, optam em rejeitar silenciando sobre o assunto, como se o não falar a respeito, fosse uma forma de resistência, fazendo com que suas consciências, de repente, recebessem um anestésico, capaz de impedir qualquer real contágio de sentimentos a respeito do inconveniente.
Fazemos isso com tudo que incomoda, seja na vida pessoal, no convívio social e principalmente no profissional, afinal, mais do que nunca nos lembramos dos velhos ditados que afirmam categoricamente que: Em boca fechada, não entra mosquito ou o peixe morre pela boca.
Sou o exemplo vivo da burra insistência em contrariar essas afirmativas populares que se tornaram normas comportamentais, não porque são éticas, mas porque atentem a estética das relações e, se por um lado evitam constrangimentos, por outro, aliciam e estimulam todas as distorções que no popular nada mais são que sacanagens que vivenciamos no nosso cotidiano.
Todavia, o pior de tudo é que estimula a criatura humana a insistentemente confundir lealdade com cegueira indutiva e aí, não é preciso muito para enxergarmos exemplos incríveis de babaquices bajuladoras, assim como tantos outros infindáveis exemplos de falsidades e traições históricas.
Ontem, recebi dois vídeos de um novo empreendimento que se instalou, segundo afirmam legalmente na cidade e a única emoção que despertou em mim, foi a grosseria das imagens, já que é publico e notório os objetivos do negócio oferecido, mas por outro lado, talvez o seu proprietário, esteja exatamente agindo dentro das novas normais de mercado, onde tudo é normal e natural e que todo aquele que ousar discordar, será punido pelo menos com uma expressão descoberta nos anais linguísticos e que assim, bem de repente se tornaram palavrinhas fáceis, nas bocas de quem até então, só falava: nós vai, nós qué.
Portanto, enfiemos nossas hipocrisias no saco, pois em tempos bicudos, cada qual, cria sua geração de empregos e renda, de acordo com as necessidades do mercado consumidor.
E aí, lembro da casa da luz vermelha que era ponto de atração turística há cinquenta anos atrás, lá nos rincões do bairro popular do Cargueiro, na minúscula cidade do interior do centro oeste mineiro, que escandalizava as senhoras de respeito e deleitava de prazer seus sérios e ilibados maridos.
Se já não bastassem tantas tarefas que sobrecarregam a nós, maravilhosas criaturas, Vixe, minha nossa senhora!!! Ainda teremos que ficar atentas ao número de vezes que o celular de nossos esposos, ficarem desligados ou fora de área.
Tudo absolutamente normal e natural e viva a liberdade de ser e de fazer!!!



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