sexta-feira, 3 de outubro de 2025

SAUDADES DE MINHA ITAPARICA

Depois que cheguei nesta minha nova morada, já fiz tantas coisas, menos calçar uma sandália e vestir uma roupa leve e fresca como fiz por 23 anos em minha Itaparica, afinal, por aqui, mesmo com o dia ensolarado, o frio se mantem presente, só ignorado por quem é nativo ou já está ambientado, mas pra mim, cruz credo, acho que nunca vou me acostumar.


Quando a saudade aperta que nem mesmo meu baú de recursos emocionais é capaz de aplacar, abro as fotografias do meu Paraíso em Ponta de Areia e foco em toda aquela variedade de cores, respiro fundo na busca dos resquícios em minha memória afetiva, dos aromas que me faziam tão bem, buscando inspiração para mantér aqui mais que uma casa, mas um lar, como me foi possível lá.

Sem pássaros, borboletas e beija-flores, sem amoras, acerolas, mangas e um tudo mais que junto, emaranhava-se como eu nas brisas que insistentes lá estavam, arrepiando-nos antes mesmo dos dias amanhecerem, farfalhando as folhas dos coqueiros, num compasso harmonioso das músicas com as quais, iniciava o meu exercício matinal de brindar a vida.

Penso então, que esse pedacinho de chão abençoado que chamo de meu, por todo o sempre, guardará vibrações do meu imenso amor que de tão grande se infiltrou no solo fértil, como adubo deste presente que o universo me ofertou, forma amorosa de nos eternizar.

Regina Carvalho- 3.10.2025 Tubarão S.C

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