Na fotografia antiga,
corpos dourados na areia de Ipanema,
sorrisos livres, leves,
sem precisar ostentar nada além
do prazer de existir.
Éramos moças de biquíni escondido,
maiô trocado às pressas,
umbigo em rebeldia,
olhares cúmplices entre amigas
e a conspiração silenciosa de uma mãe
à frente do seu tempo.
O mundo gritava “fim dos costumes”,
mas a vida ria no compasso da praia,
no balanço dos passos,
no brilho dos olhos famintos de futuro.
Havia mistério nos panos pequenos,
havia elegância na espera,
um toque roubado,
um beijo sentido,
a chama do romantismo acesa
no silêncio das preliminares.
Hoje tudo é mais rápido,
tudo se mostra,
tudo se consome.
Mas ainda carrego dentro de mim
a doçura daquele primeiro beijo,
a eternidade do primeiro amor,
e a certeza de que o ontem
não passou.
Não é melhor,
não é pior,
é apenas diferente.
Regina Carvalho- 2.10. 2025 Tubarão SC
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