Estou aqui pensando que quando, decidimos nos abrir sem medidas para a vida, querendo e oferecendo a ela o melhor e aceitando sem contestações nossas falhas, encarando-as , num determinismo amoroso em não mais repeti-las, mas buscando os prós e os contras que cada uma nos ofereceu, de imediato percebemos que desconsideramos os ensinamentos e por assim agir, não nos ativemos em pesar no custo benefício, ficando cada experiência solta, circulando simbioticamente em nossas posturas emocionais, o que geralmente nos induz a repeti-las incansavelmente.
Parece teorias filosóficas autoajuda inútil, frente a um cotidiano massacrante, onde a lei maior é: salve-se quem puder!
E nessa correria em prol da sobrevivência, seja em que patamar hierárquico que se esteja, o vazio das constantes decepções, nubla as etéreas conquistas, deixando soar um ufa!, consegui mais esta vitória...
Vitória?
Onde pode haver vitória se a insatisfação insistente, permanece?
No campo amoroso é que se pode observar melhor a falta total de discernimento, tanto nas escolhas dos parceiros, quanto nas sucessivas repetições de posturas, afinal, onde não se muda o padrão, inevitavelmente, tudo permanece igual, restando as lamentações e as infelicidades como rescaldo destes sucessivos desencontros.
Como não se tem poderes mágicos de adivinhação, já que no início tudo é perfeito e prazeroso, atendendo as mesmas necessidades que a insegurança reforça, deixa-se de observar os sinais que inevitavelmente se mostram entre beijos e carícias e aí, embarca-se em outra barca furada, tal qual a anterior.
De repente em algum momento, percebe-se que o tempo foi mais ligeiro que a capacidade produtiva de se viver este espetáculo que é a vida. Mas então, deixa estar, mudar agora, pra quê? Tornando comum e natural, aguar-se um vaso com planta seca.
Às vezes, por não colocar o pé no freio, pelas infinitas razões que o medo e as circunstâncias argumentam, a pessoa persiste e a vida as vezes saturada, freia por ela, adoecendo-a como última concessão de aprendizado ou em momentos estremos, encerra numa única brecada.
Pare e pense se estou exagerando?
Regina Carvalho- 23.10.2025 Tubarão SC

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