...quem escolhe sou eu e por vezes, dou-me ao luxo de exibi-la, porque afinal, também tenho a minha porção de rebeldia, querendo mostrar a este mundo déspota quem de verdade manda em mim.
Agora, neste amanhecer que ainda não se definiu, já que o céu ainda espera pacientemente o término da disputa entre o sol e a chuva, cá estou não menos paciente, escutando uma seleção de Blues que, simplesmente adoro e até, consigo ver-me caminhando solitária, mas serena por uma estrada margeada de hortênsias coloridas, sem aparente rumo.
Enquanto caminho, deixo a mente livre como assim o fiz por toda a minha caminhada terrena até então, meio que encontrei de salvaguarda-la das dores das inevitáveis desilusões pelo simples ato de estar vivendo.
Enquanto livre, ela vai se maquiando e se perfumando de acordo com as cores e aromas que vai encontrando, já que sua vasta sensibilidade e paixão, são como olhos de águia, só enxergando o melhor e se deixando envolver, evitando assim, que a mesmice sistêmica a contamine, corroendo aos poucos o bem-estar e o tesão pela vida, sempre maior e regeneradora.
Vez por outra, desce das nuvens e dá o ar da graça, exibindo-se sem pudores, deixando à mostra as rachaduras estéticas, enfeitadas com as cores vibrantes e incansáveis da alma, sempre jovem na sua imortalidade.
Em algum momento que não sei precisar exatamente qual, minha alma pegou carona com os pássaros e borboletas e nunca mais permitiu que qualquer tipo de cadeado a mantivesse presa, impedindo assim, que as nuvens nublassem e as tempestades inundassem seu todo de criatura humana.
Regina Carvalho- 14.10.2025 Tubarão SC
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