quinta-feira, 30 de outubro de 2025

MAMÃE — EU ESTOU NA TV

Nesta tarde, depois da batalha deflagrada no Rio de Janeiro onde apreensões, mortos e feridos compõem o saldo a ser computado nos indicadores sociais, desvenda-se, a cada noticiário, a aparição midiática dos especialistas. Eles surgem de todos os cantos: desde os doutores das universidades até o presidente da ONU, todos se regalando com alguns segundos nas TVs.

De repente, até o Governo Federal “acha isto ou aquilo”, como se, até então, não soubesse por meio de seus ministros e de seu presidente que, numa guerra, é preciso articular várias frentes de combate. Tal qual numa disputa eleitoral, na qual, convenhamos, o atual governo demonstrou, a cada instante, o quanto soube articular sua vitória, usando e abusando de todas as estratégias necessárias.

👇BRASIL DA FOME - DA MISÉRIA - DA OSTENTAÇÃO


Afinal, os generais invadem e, em seguida, outros generais ocupam, restaurando o equilíbrio necessário.

Simples assim...

Tanto no Rio de Janeiro, onde as ações criminosas mais se destacam, quanto em cada distrito ou cidade deste imenso Brasil, roubar, matar e morrer são hábitos que se repetem dia após dia, sem que haja comoções ou intervenções palpiteiras, como se vê neste episódio agora chamado de “Chacina”.

Fazer a inteligência policial e fiscalizadora sangrar os cofres do crime organizado é tão importante quanto recuperar territórios invadidos, ampliando o ir e vir com relativa segurança aos seus habitantes. Igualmente essencial é instalar projetos e infraestrutura social de reeducação e motivação, garantindo direitos constitucionais que, com um salário de R$ 1.518,00, ou com o Bolsa Família, o vale gás e incentivos monetários aos adolescentes, tornam-se humanamente impossíveis de sustentar.

Anos atrás, quando as Forças Armadas tomaram os morros cariocas, o salseiro foi o mesmo, sem que nada de consistente fosse inserido para alterar o contexto de total abandono das comunidades.

Portanto, creio, como cidadã, que é lamentável que, numa só manhã, tantos seres humanos tenham tombado sob as balas de fuzis, tanto de bandidos quanto de policiais. Todavia, há muito estamos em guerras urbanas, tendo principalmente as balas da indiferença e da omissão como letais.

Penso que algo precisava ser feito, e espero agora que, em vez de apenas questionarem as ações ofensivas, as valiosas mentes doutoradas ofereçam alternativas de ocupação, cobrando ações dos governos municipais, estaduais e federais que possam mudar, em curto e médio prazo, essas realidades que estão se tornando históricas.

Minha esperança é que os muitos vaidosos sabichões, sempre pontualmente com a bandeira dos direitos humanos hasteada, continuem nas mídias, cobrando e apresentando opções que transformem essas vergonhosas realidades.

Caso contrário, como ocorreu tempos atrás e em tantas outras ações policiais, a bandidagem voltará mais forte, rica e armada, ceifando vidas em disputas de território, em cobranças letais e na compra de corruptos que a ela se associam, buscando dinheiro e votos para manterem seus próprios poderes de déspotas públicos.

Regina Carvalho – 29.10.2025, Tubarão (SC)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

VIL MORTAL

Nesta tarde, estou concentrada diante do notebook, buscando palavras para serem escritas, já que pela manhã elas me faltaram. E como são com...