Viver e conviver nunca foram tarefas fáceis. Afinal, Deus não facilitou nem mesmo para o seu próprio Filho. Levo a crer que a culpa desses infindáveis desencontros é, em parte, do próprio Criador, ao conceder às mentes humanas o dom do livre-arbítrio.
Diria que, ao presentear-nos com tão fabulosos recursos, esqueceu-se, talvez num lapso divino de conscientizar-nos plenamente sobre o bem e o mal. Assim, criou-se um mar de controvérsias racionais: onde se encaixariam o bom senso, o equilíbrio e a consciência de que ambas as opções precisariam de um senso comum?
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Ser ou não ser, eis a questão...
Regina, muitos dirão: “Deus é perfeito e fez tudo na medida certa.”
Será mesmo? Ou não conseguimos admitir que, no mínimo, possa ter sido um pouco distraído?
De tempos em tempos, as coisas se complicam. E então, antes que “a porca torça o próprio rabo”, algo acontece e o mundo se acalma, apenas para ganhar forças e voltar ainda mais turbulento.
Ao longo da vida, constatei a resistência ferrenha do egocentrismo, da vaidade e do tolo orgulho, forças que destroem a vida e a convivência da criatura consigo mesma. É desolador.
Hoje percebo uma humanidade à beira da loucura, movida pelo medo e pela insegurança individual, frente a uma coletividade sem limites ou contenção. Paradoxalmente, desafiadora e descartável ao mesmo tempo.
Inventaram-se ou ressuscitaram-se palavras outrora desconhecidas, para rotular pessoas apenas por pensarem diferente. E assim, a preciosa troca de ideias e o consequente aprimoramento mútuo, estão sendo soterrados pela mesmice de um igualitarismo impossível de existir.
Afinal, queiramos ou não admitir: somos únicos.
Nunca presenciei um tempo em que a infelicidade fosse tão expressiva e, portanto, tão destrutiva, espalhando-se incansavelmente.
E pensar que esta mesma humanidade é linda, inteligente e dotada de uma capacidade ilimitada de criar e amar.
Que desperdício...
Às vezes, como agora, contrariando meu espírito alegre e esperançoso, sinto-me cansada e sem grandes expectativas em meio a este turbilhão de “sabichões” sobre um certo e um errado que nem a Bíblia nem as leis foram capazes de harmonizar.
Regina Carvalho – 9.10.2025, Tubarão – SC
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