O dia amanheceu e depois de alguns dias posso enxergar e sentir o calor do sol sobre minha pele e isso, é simplesmente maravilhoso e se não bastasse, ainda abusada, ouço Sara Vaughan, tudo para celebrar ter podido sair do hospital, justo, porque, quando estamos com saúde, nos arvoramos de uma arrogância burra, crendo que somos imbatíveis e que tudo podemos, principalmente, reclamarmos de tudo e sequer observando a nossa volta, as outras muitas pessoas que sem ela, dariam tudo para votarem a tê-la, mesmo, vez por outra dando um probleminha aqui outro acola.
Até eu mesma, celebradora contumaz da vida, vez por outra me vejo como uma velha coroca, reclamando de alguma coisa, geralmente supérflua, mas aí, a vida vem e dá uma rasteira na minha arrogância, só pra me lembrar que a vida é bonita e é bonita e mesmo com a bunda e a autoestima estateladas ao chão, sou capaz de olhar para o céu, vislumbrando mais um dia de vida que, afinal, é tudo quanto, verdadeiramente tem importância.
Lamento que nem todos sejam capazes de admitirem essa absurda realidade e se perdem no vazio das coisas passageiras e fugazes, como se fossem eternos e imutáveis.
* E o centurião, respondendo, disse: “Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado há de sarar.” Mateus 8:8
O sol sempre volta a brilhar, quando o procuramos a partir de nós.
Regina Carvalho- 02.6.2025 Itaparica
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