segunda-feira, 23 de junho de 2025

EU E VOCÊ, SOMOS O MUNDO...

A música Clássica possui obras que despertam os mais sensíveis sentimentos, como esta de Tomaso Albinoni, Adagio in G minor, maravilha que ouço neste momento de uma manhã friazinha de junho, mesmo estando na ensolarada e normalmente quente Itaparica e aí, penso que assim, como as estações do ano, nós, belezuras completas da natureza, também de quando em quando, oscilamos em nossas posturas e apresentações, ora alegres, simpáticos, irradiando um sol ameno e gostoso como se fôssemos uma primavera, ora cabisbaixos e taciturnos, como se fôssemos um inverno de pouco sol e muita chuva, ora vibrantes e produtivos, exalando aromas envolventes e deliciosos sabores, como se fôssemos um verão, ora silencioso, retraído e repleto de mistérios, como se um outono fôssemos.

Em dado momento, que confesso, não precisar quando, tudo foi ficando tão simples e sem mistérios alucinantes que geralmente, alimenta a ansiedade, tornando-a abusiva e muitas vezes, fora de controle, certamente nublando o logico, seja lá do que for.


E aí, a Regininha na medida que foi oferecendo a medida real de cada acontecimento, também foi percebendo o quanto, perdeu de tempo e de emoções absolutamente inúteis, avaliando de forma precipitada, preconceituosa e repetitivas, situações tolas do cotidiano, oferecendo a elas uma importância inexistente.

Nunca pensei ou planejei nada a respeito, todavia, creio que a minha paixão pelos pensadores de todos os tempos o que me levou a lê-los, de alguma forma, foi delineando em mim, uma forma mais simples e descomplicada de sentir e interpretar os movimentos nas convivências e seus efeitos em mim, assim, como a minha profunda admiração pela figura do Jesus, descrita por Mateus, onde li e reli inúmeras vezes e em cada leitura, surpreendi-me com a ampliação da minha visão, sobre o que realmente importa nesta vida que, afinal, sou eu em relação ao tudo mais.

Fui compreendendo que não me cabe tentar mudar as pessoas e os fatos como elas me apresentam, mas unicamente como eu as avalio, jamais permitindo que abalem a minha estrutura emocional e este novo e surpreendente modo de proteger os meus instantes de vida, longe de ser um egoísmo sem tamanho, chegando as raias da falta de empatia, é exatamente o contrário, pois, retira dos relacionamentos, a terrível e corrosiva culpa que nos impomos e transferimos para o outro ou a qualquer situação que contrarie nosso ego, ampliando o senso de compreensão e consequentemente, jogando por terra as animosidades, as frustrações e um tudo mais que gera conflitos e separatismos que é a forma mais expressiva diversificada da violência, sempre tão presente em qualquer tipo de relacionamento.

E então, percebo encantada enquanto, agora, escuto Schubert – Serenade, outra maravilha clássica, que ternura e amor por nós é tudo quanto, Jesus desejou nos inspirar, afinal, se possuímos o entendimento do quanto estamos susceptíveis as falhas, tanto quanto, a identificação do que nos convém, jamais devemos cobrar do outro que pense e sinta como nós, restando-nos a liberdade de aceita-lo ou não.

Serenidade é não depender do outro e de coisa alguma que possa adulterar a grandeza de nos sentirmos “vida Pulsante,”plantando, colhendo e doando o tudo de bom que com certeza existe nela e em nós.

Simples assim...

Regina Carvalho- 23.6.2025 Itaparica

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