Minha mãe é responsável por eu ser a babacona romântica que sempre fui, afinal, na época da minha formação como pessoa, ela insistia em levar-me para assistir filmes, como La Violetera, Sisi a Imperatriz, as aventuras do Zorro, contextos absolutamente diferentes da garotinha que estava sendo criada em Ipanema nos anos sessenta.
Se não bastasse a inserção em minha mente do lúdico e do belo, lá estava tia Hilda nos finais de semana e feriados, apresentando-me a vida através da exuberante natureza de Guapimirim e até mesmo meu pai, fazia a sua parte, expondo-se a mim, como meio homem, meio príncipe, que me fazia acreditar, ter saído das telas para encantar as nossas vidas.
Aceitar anos mais tarde a crueza da realidade, não foi uma tarefa das mais fáceis...
Neste amanhecer, desfrutando dos ares encantados de minha Itaparica compreendo como nunca que tudo que absorvi, vivi, chorei e sorri, foi somente um esmeril da vida, ininterrupto em seu trabalho em polir-me, afim de que ao me encontrar em meu paraíso, eu acreditasse que era real e possível ser romântico em meio ao tudo mais, nem sempre belo e perfumado.
De repente, compreendi que a vida me preparou para finalmente, entre as águas serenas e mornas e o sol constante, eu a Regininha, pudesse me sentir uma lá violeteira do belo e uma Sissi no amor.
Penso então, que as dificuldades, as perdas e as dores só tem validade pratica se nos transformarem em pessoas mais leves e amorosas, porque, não faz nenhum sentido, perder-se instantes de vida em lutas inglórias.
Em Mateus 11:29, Jesus convida a tomarmos sobre nós o seu jugo. Isto significa seguir os seus entendimentos de vida e liberdade, aprendendo com ele a encontrar descanso para a alma, pois o seu jugo é suave e o seu fardo é leve.
Regina Carvalho- 10.6.2025 Itaparica
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