quinta-feira, 12 de junho de 2025

JURO QUE NÃO MORDO

Na manhã de ontem, escrevi sobre minha beleza e riqueza, hoje, para alimentar o meu narcisismo latente, vou falar sobre o meu excesso de fofura, sim porque, reconheço sem falsas modéstias que sempre fui um trem bom da conta, sô.

Ai, ai...só rindo de mim mesma...

Afinal, se eu não me valorizar, quem o fará?


Quando eu era jovem, há cerca de duzentos anos atrás, desafiava a hipocrisia corrosiva e mutiladora, agindo e pensando sempre de acordo com a minha consciência o que incluía agir ao contrário das falsidades reinantes, o que me rendeu muitas porradas de pessoas absolutamente entrosadas no sistema do “siga o que eu digo, mas jamais o que eu faço”.

Em família fui trucidada inúmeras vezes, até porque, ser uma pessoa de bem com a vida, incomoda, já que representa por todo o tempo, tudo quanto o outro, que geralmente se acha a última bolacha do pacote, não consegue ser.

E aí, lembro das infinitas sessões do STF que assisti na companhia de Roberto ou quando, aos sessenta anos fui estudar filosofia e mergulhei apaixonadamente nas teorias dos pensadores ou mesmo, muito antes, quando bebia sem copo ou taça os argumentos daqueles que sabiam mais do que eu, sobre qualquer assunto, na tentativa incansável de sorver conhecimentos e sem qualquer vergonha em admitir, não estar entendendo ou simplesmente, não saber.

Pra quê, por quê?

Acho que meu fascínio pela vida, assim exigia sem cobranças ou rótulos, tudo muito natural, daí, eu jamais pensar a respeito, inclusive, quando a paixão era por pessoas, afinal, minhas afinidades sempre foram muito sensíveis ao meu reconhecimento, portanto, logo ao primeiro olhar, meu todo de criatura Humana, compreendia a sua importância em minha vida.

Compreendo que sou esquisita, mas juro que não mordo, pode se arriscar, chegue mais perto, quando muito, vou te cheirar bastante e em seguida, deixar-te livre, circulando em meu território.

O único perigo, é que em pouco tempo, apesar do porte bravo de uma pastora alemã, você me queira afagar, descobrindo finalmente, o quanto, posso ser dengosa e fofa.

Pois é, antes fiz barbaridades, hoje, escrevo sobre elas.

Regina Carvalho- 12. 6.2025 Itaparica

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Acordei cedo

...antes do dia clarear, e li um artigo que me tocou fundo por ser uma crítica sensível aos preconceitos que, mesmo disfarçados, continuam a...