sexta-feira, 27 de junho de 2025

POLARIZAÇÃO

Acordei com esta palavra zunindo em minha mente, seguida de outras duas; admiração e respeito.

Por instantes, lembrei-me de quando, em momentos distintos, estive diante de uma autoridade, fosse clérigo (quem obteve ordens sacras religiosas), político, Jurídico, bem diferente de quando, fui apresentada a renomados artistas das várias áreas em tempos passados.

Sim havia distinção sem a qualificação de mais ou menos, apenas, de respeito as atribuições destinadas a cada um, afinal, uns estimulavam a cidadania e os outros aos sentimentos e emoções, num composto saudável de parâmetros que me permitiam admirá-los, sem necessariamente, idolatrá-los. 


Era bom e estimulante, poder acreditar que eram pessoas especiais em cargos especiais.

Quando tudo isso mudou?

Uma coisa é realidade, não foi de repente e muito menos, reações espontâneas e sim, um plano bem engendrado e perigosamente sigiloso, que de uns tempos para cá, tirou os véus, deixando-se representar por qualquer, eu diria, mequetrefe que se deixou convencer de que tudo pode em favor de si mesmo.

E aí, a nivelação se expandiu e se desqualificou, por terem sido colocados num único balaio social, sem a necessária hierarquia seletiva de valores agregativos e assim, impedindo que as exceções se destacassem e o que é pior, contaminando a todos do referido cesto ou fora dele, indistintamente.  

A grosso modo, todos se igualaram nas posturas e comportamentos, não havendo mais reais lideranças que se distinguem, afinal, quando se ignora a importância dos núcleos formadores, como família e escola, ética e moral, aflora-se a indiferença, “comandante in chefe” da violência desmedida de cada ator de uma representação mambembe de evolução, progresso, ou seja, lá o que queiram que seja.

Saudades do tempo em que eu podia acreditar e me espelhar em um outro alguém que não fosse jogador de futebol, pagodeiro, ator das novelas da Globo ou nos bem sucedidos de toga, batinas e contumazes bibleiros ( acabei de inventar e que se refere aos oportunistas eclesiásticos, assim, destacando os espertinhos que se intitulam influenciadores digitais, que tudo sabem a respeito de tudo e que, infestam as nossas redes e mentes, moldando uma sociedade que a olhos vistos se esfarela.

Preferia estar escrevendo sobre a paz e o amor, borboletas e mares serenos, um tudo de bom que encontrei na minha adorável Itaparica, mas como, se até ela, vem se rendendo a cada instante aos ventos fortes e corrosivos das improbidades?

Já é quase impossível separa-se o joio do trigo, já que o joio, tornou-se o trono do conquistável, parâmetro único a ser copiado.

Regina Carvalho- 27.6.2025 Itaparica

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