segunda-feira, 9 de junho de 2025

TESÃO CONTINUADO

Mesmo hoje, depois de escrever por uma vida inteira, ainda temo tocar em determinados assuntos, pois, são polêmicos e quase nunca abordados na profundidade que merecem e um deles é a fidelidade que se confunde com a lealdade, justo, porque envolve parcerias e valores, culturas e costumes, ética e moral. 

Creio que não seja novidade alguma afirmar que vivemos em uma sociedade absolutamente superficial, onde se fala muito de amor, porém quase ninguém o vive. Falamos muito de Deus e usamos expressões que o incluem, porém não o incluímos em nossas vidas. Fazemos listas de amigos nos aplicativos de relacionamento, porém na necessidade, com muita sorte, podemos contar com um ou outro. Todos se dizem felizes, no entanto, entre quatro paredes sofrem e choram a dor da solidão. As redes sociais não refletem a realidade, afinal, a hipocrisia reina, as máscaras são trocadas dezenas de vezes ao dia, enfim, nossa superficialidade abrange todas as facetas da vida.


Compromissos são trocados, desconsiderando-se as circunstâncias do momento que envoltas em emoções, certamente, mais adiante, novas circunstâncias surgirão, trazendo consigo, novas emoções, geralmente envoltas nos corriqueiros desgastes de qualquer convivência.

Os cotidianos são explicitas formas de apresentar aos envolvidos, o quanto as emoções vibrantes são prioridades para que uma pessoa se sinta existindo em sua plenitude.

Daí, constatar-se a solidão revestida de normalidade, onde a fidelidade nunca foi exercida, por total falta de conhecimento do que realmente se trata.

Da mesma forma, confunde-se fidelidade com amor, trazendo para toda e qualquer relação, o medo e a culpa, o que aos poucos vai levantando uma parede invisível, chamada indiferença.

Preciso saber mais a respeito, todavia, parti da premissa que somos todos absolutamente diferentes, portanto, é quase impossível ser fiel a alguém em sua totalidade, ficando as circunstâncias de uma relação, como justificativas para fingir-se fiel, mas só Deus sabe o vazio que nada absolutamente nada é capaz de preencher.

Melhor seria jura-se fidelidade, enquanto, as emoções perdurarem, mas acima de tudo, jurar-se lealdade ao outro, formando assim uma parceria repleto de valores, onde a hipocrisia e a mentira, não encontram ugares para se instalarem, num autêntico pacto de amizade, pilar sólido do verdadeiro amor.

Afinal, amigos amorosos são livres para serem o que desejam, sem excluírem o outro, mantendo firme a parceria firmada, num outro patamar de tesão continuado.

Bem, minha mente libertária, bate de frente com as tradições e convenções e isto, sempre foi complicado de ser expressado.

Tudo que sempre reconheci é que sem emoção, não há tesão, que afinal, vai bem além do físico, já que este dura segundos, enquanto, o tesão emocional se apodera de todos os instantes de um só dia, curando, colorindo, impulsionando.

Por favor, não estou fazendo apologia as infidelidades, apenas expressando constatações.

Pessoas felizes, iluminam no mínimo seu universo pessoal e o que tenho constatado é um número absurdo de infelizes sorrindo, fingindo que está tudo bem...

Regina Carvalho- 9.6.2025 Itaparica

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