Acordei sorrindo, já que minha mente, desfilava-os, preenchendo o quarto vazio em múltiplas emoções. O filme das lembranças passava rápido, mas no tempo necessário para trazer para o presente, as emoções vividas no passado, mas ainda capazes de serem sentidas no aqui e agora.
Penso então, agora escrevendo, que existem três tipos de pessoas; as indiferentes, as amadas e aquelas que nasceram para amar, onde me enquadro e que explica os orgasmos que jamais precisaram de uma recíproca, de um extra como estímulo ou de qualquer aditivo para acontecerem, inundando-me dos pés à cabeça, com um poder transformador tão intenso, que ainda hoje, é capaz de me fazer sorrir, não por conveniência de qualquer espécie, mas unicamente por estar amando.
De repente, o filme para e lá estou na cidade de Brasília aos 23 anos com o meu filho Luiz Claudio no colo querendo mamar e que, instintivamente, alisava com sua mãozinha o meu peito que não tinha o bendito leite para alimentá-lo e foi aí, neste exato momento que o problema se transformou num dos mais intensos orgasmos que alguém possa sentir, afinal, como garante o ditado popular; “quem não tem cão, caça com o gato” Esta expressão significa que, quando não se tem os meios ideais (o cão, no caso), é preciso improvisar e usar os recursos disponíveis (o gato) para alcançar o objetivo e foi exatamente o que eu fiz e com a ajuda do Roberto que pra mim sempre foi o meu Tião, o leite foi colocado numa pequena chuca (utensílio usado para chá, suco ou água), que deslizava benditas gotas por sobre meu peito e desaguava no bico, onde uma boquinha frenética de fome o sugava.
Pronto, daí em diante, os orgasmos se estenderam até que, 14 anos depois, a minha linda Anna Paula me vez reviver, não menos intensamente, os orgasmos diários.
E aí, como não sorrir, se amo com todo o meu corpo e alma, não havendo nenhum empecilho para que este amor se expresse?
Se não posso ter, crio, invento e faço acontecer, mesmo fora dos padrões, mas ainda assim, amo e esse amor chamado de loucura, babaquice, alternativo ou lúdico, me alimenta e sustenta, criando uma parede invisível, mas forte o suficiente, para não me deixar ser contaminada com as frustrações, as mágoas, as dores e as indiferenças, também recebidas ao longo da vida.
Penso então, que escrevo sobre o amor e a empatia, porque é o tudo que tenho para oferecer, mesmo reconhecendo estarem meio fora de moda.
Fazer o quê, né?
Escrevo sobre o amor, porque sobre o tudo mais, tem gente mais talentosa e qualificada para fazê-lo.
Escrevo sobre o amor por que é nele e através dele que sinto os deliciosos orgasmos com os quais me viciei, quando estou pensando, lembrado ou simplesmente, sentindo as delícias em vivencia-lo.
Daí, talvez explique que aos 75 anos ainda possa me sentir apaixonada, ostentando uma a pele boa, um sorriso franco e um irreverente “EU TE AMO”, razões mais que justificáveis que me fazem gozar por estar viva e sentindo a sua completude em mim.
Bom dia!!!
Regina Carvalho- 22.6.2025 Itaparica
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