Não sei você, mas de vez em quando, acordo como se tivesse um mundo inteiro me aguardando.
Que coisa estranha é sentar-me na beirada da cama, olhar ao redor e constatar que não há nada, além desta sensação de premência, totalmente inexplicável.
Por um instante, penso em voltar para mais um soninho, mas imediatamente deslizo um pouco o corpo, calço as sandálias, afinal, nada e ninguém me espera, mas ainda assim, sinto que um novo dia começou e que preciso coar um cafezinho.
Sento diante do notebook e enquanto, beberico o pingado, busco inspiração, já que em manhãs como esta, onde a mente se mostra agitada, mostrando seu lado dispersivo, nem a música Meu Bem, meu mal, cantada por Gal Costa que expressa a sempre condição apaixonante de minha alma e muito menos, Adagio Albinoni (Strings and Organ), com os seus intensos violinos, são capazes de aplacar esta incerteza sobe tudo que me ronda.
Relembro momentos de minha vida, em que fui constatando não ser capaz de controlar na íntegra, fosse o que fosse, já que ao planejar e implantar, geralmente com sucesso, na hora “H” de começar a usufruir, nem que fosse um pouquinho, as mãos do destino, puxavam-me para outra direção e o incrível, é que jamais resisti, como se eu, já aguardasse por elas.
Neste instante, pauso a digitação, olho para a tela e ao invés de enxergar o texto que escrevo, só consigo vislumbrar focos de mim, que se sucedem, onde como uma silenciosa borboleta, ora lá estou polinizando os jardins que jamais me faltaram, ora como uma criança, aprendendo a soletrar a vida.
Bendito seja esse destino ou seja lá o nome que tenha, mas que independente de mim, traça meus caminhos, bem mais sabiamente que eu, direcionando-me e induzindo-me a nele confiar sem reservas, pois, há muito vem provando ser mais objetivo e provedor de um tudo de bom que me sustenta e me inspira.
Lá fora, a chuva insistente lava o jardim, enquanto, interfere, fazendo saltar da terra os aromas que inebriam a minha alma, aguçando os meus sentidos, afim de que eu, possa além de sentir, possa ouvir os pássaros, que mesmo sem poderem voar, escondidos entre os galhos da mangueira, cantam em louvor à vida.
Que mais posso querer, se quase tudo de que sempre precisei, esse “destino” intrometido jamais me deixou faltar, inclusive as perdas, para que eu jamais me esquecesse do sabor do real valor de cada ganho?
Todavia, fui e ainda sou abusada, afinal, se sou obediente, tambem sou insistente, querendo sempre um pouco mais do que me é oferecido. E nesta quebra de braços entre o que o destino me reserva e o que eu também desejo, haja fôlego, resistência, resiliência e amor...
Regina Carvalho- 26. 6.2025 ItaparicaNão sei você, mas de vez em quando, acordo como se tivesse um mundo inteiro me aguardando.
Que coisa estranha é sentar-me na beirada da cama, olhar ao redor e constatar que não há nada, além desta sensação de premência, totalmente inexplicável.
Por um instante, penso em voltar para mais um soninho, mas imediatamente deslizo um pouco o corpo, calço as sandálias, afinal, nada e ninguém me espera, mas ainda assim, sinto que um novo dia começou e que preciso coar um cafezinho.
Sento diante do notebook e enquanto, beberico o pingado, busco inspiração, já que em manhãs como esta, onde a mente se mostra agitada, mostrando seu lado dispersivo, nem a música Meu Bem, meu mal, cantada por Gal Costa que expressa a sempre condição apaixonante de minha alma e muito menos, Adagio Albinoni (Strings and Organ), com os seus intensos violinos, são capazes de aplacar esta incerteza sobe tudo que me ronda.
Relembro momentos de minha vida, em que fui constatando não ser capaz de controlar na íntegra, fosse o que fosse, já que ao planejar e implantar, geralmente com sucesso, na hora “H” de começar a usufruir, nem que fosse um pouquinho, as mãos do destino, puxavam-me para outra direção e o incrível, é que jamais resisti, como se eu, já aguardasse por elas.
Neste instante, pauso a digitação, olho para a tela e ao invés de enxergar o texto que escrevo, só consigo vislumbrar focos de mim, que se sucedem, onde como uma silenciosa borboleta, ora lá estou polinizando os jardins que jamais me faltaram, ora como uma criança, aprendendo a soletrar a vida.
Bendito seja esse destino ou seja lá o nome que tenha, mas que independente de mim, traça meus caminhos, bem mais sabiamente que eu, direcionando-me e induzindo-me a nele confiar sem reservas, pois, há muito vem provando ser mais objetivo e provedor de um tudo de bom que me sustenta e me inspira.
Lá fora, a chuva insistente lava o jardim, enquanto, interfere, fazendo saltar da terra os aromas que inebriam a minha alma, aguçando os meus sentidos, afim de que eu, possa além de sentir, possa ouvir os pássaros, que mesmo sem poderem voar, escondidos entre os galhos da mangueira, cantam em louvor à vida.
Que mais posso querer, se quase tudo de que sempre precisei, esse “destino” intrometido jamais me deixou faltar, inclusive as perdas, para que eu jamais me esquecesse do sabor do real valor de cada ganho?
Todavia, fui e ainda sou abusada, afinal, se sou obediente, tambem sou insistente, querendo sempre um pouco mais do que me é oferecido. E nesta quebra de braços entre o que o destino me reserva e o que eu também desejo, haja fôlego, resistência, resiliência e amor...
Regina Carvalho- 26. 6.2025 Itaparica
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