Nesta quinta-feira que sequer clareou, cá estou pensando no quanto, deixei de me aprofundar em determinados aspectos da lingua portuguesa que afinal, permeou minha vontade constante em registrar tudo quanto, meus sentidos conseguiam captar, dando a cada um, a formatação de meu próprio entendimento.
Por quê?
Hoje, depois, de milhares de laudas escritas, creio que o fascínio pelo constatado, atropelava a lógica da construção de um cenário que transformasse minha visão, num compêndio linguístico, ficando apenas, como um relato singelo sem regras gramaticas, já que eram ditados por uma mente impulsivamente apaixonada.
Como inserir regras numa paixão?
Pensava que se alguém viesse a gostar que então, corrigisse, colocando cada palavra dentro do aceitável, afim de quem sabe, poder ser bem avaliado pelos críticos literários.
De repente, ouvindo uma seleção de Chopin e ao mesmo tempo um sabiá enlouquecido, já que se irrita com o fato de a janela ainda não ter sido aberta.
Às vezes esqueço.
Pronto, levanto e o atendo...
Imediatamente ele se cala... Que coisa, viu!!!
Choveu, e eu sequer havia percebido, tão entretida que eu me encontrava com o fato de ter usado e abusado das analogias e das figuras de linguagem, já que fiz dos meus sentidos poderosos decodificadores comparativos ou seja, se tenho a memória afetiva dos sabores que me conquistaram, comparo-os com o tudo de bom que venha a experimentar, seja degustativo ou apenas afetivo, portanto, mesmo como uma total ignorante, uso intuitivamente sinestesia que nada mais é que uma figura de linguagem que une sensações de sentidos diferentes, como combinar o olfato com o paladar "perfume doce", a visão com a audição "vermelho gritante", “Voz aveludada A audição e o tato se unem.
Esquisito, né?
E aí, pensando nisto tudo, creio que não faço a menor diferença entre os grandes, afinal, fui e sou, apenas uma pessoa que gosta de registar a vida, tal qual, a enxerga e sente, sem regras ou determinismos, sem vaidades e maiores perspectivas, apenas escrevo, provavelmente buscando leitores que se identifiquem com esta minha singular forma de me inserir na vida, mesmo que suas realidades sejam outras, afinal, gosto verdadeiramente de gente e tê-las um pouquinho que seja ao meu lado, é a glória!!!
Já são seis e dez desta manhã e o sol teimoso continua insistindo, tal qual, a mim que como uma teimosa, insisto nos meus amanheceres, esperando e consequentemente recebendo o olfato e o paladar, a visão e o tato, a audição e a paladar, numa combinação perfeita.
Portanto, não duvide quando digo que você é como um saboroso docinho de coco ou um sublime beija-flor e se te comparo a um anjo, acredite, pois, é bem assim que eu, os imagino.
Finalmente o sol conseguiu chegar nas copas das árvores, tal qual a Regininha que foi capaz de pacientemente espera-lo, enquanto, registrava a vida que pulsava em si.
Regina Carvalho- 5.6.2025 Itaparica
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