Neste amanhecer em que a chuva continua persistente, sinto-me reflexiva sobre tudo que já escrevi e pensando no quanto, a convivência fosse humana, com a natureza ou com a minha forte ligação com as energias benditas deste universo infinito desde a infância, me foram essenciais na produção das ideias e ideais que simplesmente jorram abundantemente.
Penso também que não foi por acaso ou porque nasci com este dom ou porque sou dotada deste ou daquele atributo pessoal, em absoluto, afinal, sem precisar sair dos limites literários brasileiros, é possível encontrar outros, mais ou menos letrados, muitas vezes, em suas singelas labutas diárias pela sobrevivência, produzindo pérolas.
Nem sempre estas pérolas vieram em forma de escritos, mas através de belas canções, expressivos quadros, artesanatos incríveis, elaborados até mesmo, com capim ou barro em atividades e até mesmo, ações sociais em prol de um bem comum, inimagináveis para quem, dispunha de recursos financeiros, minguados.
Então, pensando com os meus botões, chego à conclusão que tudo é uma questão de observação aguçada de cada um, sobre o seu universo pessoal, absorvendo-o integralmente, não desconsiderando absolutamente nada e aí, o tal do subconsciente, celeiro das informações, já que o consciente costuma ser limitado ou preguiçoso quanto ao armazenamento, vai liberando de acordo com as afinidades encontradas e, estimulando o consciente a reproduzir desta ou daquela maneira, a sua visão de mundo.
Neste processo, os sentidos são fundamentais, pois, são através deles que os detalhes invisíveis ao consciente, são registrados.
Penso então, que o criador seja lá do que for, não passa de um contumaz observador, capaz de não se limitar ao raso de absolutamente nada, precisando ir fundo nas entranhas das pessoas, das coisas ou lugares, trazendo à tona, as suas impressões que não necessariamente são parecidas com as de outra pessoa, mas que inegavelmente acrescenta ao todo, um novo ângulo a ser analisado.
Se mérito existe, com certeza, é ser acima de tudo, uma referência especifica, o que não significa ser exitosa, porém, indubitavelmente, mais um degrau na evolução humana.
Portanto, creio que o senso observador é uma arte genuína que pode e deve ser estimulada logo no início da vida das crianças, onde será possível a ela se ater aos detalhes, como a relacioná-los a si, num comparativo inteligente, sensível e amoroso.
E aí, sendo religioso ou não como eu, mais adiante compreenderá, sentindo na própria pele e alma o mais simples e completo ensinamento filosófico de Jesus.
“Amai a Deus sobre todas as coisas e a teu próximo como a ti mesmo”.
O que dá no mesmo, afinal, somos sua imagem e semelhança, portanto, por que haveríamos de sermos diferentes no tudo mais?
Simples assim...
Bom dia sem a preguiça, medo ou preconceito de ir mais além...
Regina Carvalho- 16.6.2025 Itaparica

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