Que eu me acho linda, mesmo quando acordo desgrenhada, você que acompanha meus escritos, já sabe, mas talvez, não saiba que sou milionária e que toda a minha riqueza vem sendo acumulada sem qualquer pudor, desde que eu me entendo por gente, provavelmente, desde a primeira vez em que percebi um raio de sol mais forte, obrigando-me a fechar os olhos ou quando, daquela primeira vez em que adorei que minhas pernas estivessem sendo mordiscadas pelas piabinhas na beira do riacho ou, quando, senti pela primeira vez a força e o volume da água da cachoeira desabando sobre mim.
Em cada ocasião em que experimentava uma descoberta sensorial, fechava os olhos e a retinha em algum lugar que nem mesmo eu sabia qual era, formando um baú de riquezas, cujo acesso era só meu, principalmente, quando, a minha vida estava estagnada e sem graça.
A manhã já clareou e meus pássaros ainda não chegaram, onde estarão?
Certamente, não muito longe, já que posso ouvi-los a uma certa distância, afinal, este é um comportamento que não é corriqueiro, nem mesmo o indiferente papa capim, veio me dar bom dia.
Que coisa, viu!!!
Será que estão magoados por que em breve viajarei e as janelas não se abrirão por um tempo?
Talvez, não sei...
Nesse instante, saboreio com a boca da menina que sempre soube das suas afinidades, assim, como a mais gratificada desta vida, um pãozinho de sal que esquentei, passei manteiga e requeijão cremoso.
Que delícia, meu Deus!!!
Tão bom quanto, é poder ler em seus olhos, o quanto, você gosta de mim e eu poder retribuir com um pouco da minha riqueza de intenções, dizendo sem papas na lingua, o quanto, sou grata e lhe amo também.
Os safadinhos, finalmente estão voltando, musicando a minha vida que sempre foi bela e rica.
Regina Carvalho- 11.6.2025 Itaparica
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