Faltam 22 dias para oficialmente começar a primavera, mas para mim, ela começa hoje, mesmo estando o tempo frio, os ventos fortes deste inverno, já com os dias contados para desaparecer, mas que se arrasta tentando permanecer.
Acordei bem cedinho e desde então, minha mente só consegue pensar em Pablo Neruda, considerado o poeta das mulheres que, fascinado pela sua perfeição e com a alma permanentemente apaixonada, descreveu a mulher, como poucos foram capazes de fazê-lo.
No entanto, suas posturas pessoais, nem sempre foram respeitosas e dentro dos padrões éticos atuais, ele seria considerado um violador, aquele que não se comportou como deveria, afinal, quando desejava uma mulher, não fazia rodeios e, simplesmente a tomava com seu sempre charme e envolvimento pessoal.
No entanto, prefiro pensar no Neruda que me encantou com seu narrar poético, quando eu era pouco mais que uma criança e que se tornou uma referência, quanto a observância da complexão física do ser humano, tanto homens quanto mulheres.
Talvez por isso, estou sempre inserindo nos meus textos o amor, pois, é justo o meu profundo amor à vida que me faz apreciar em detalhes a mais perfeita obra de Deus.
No entanto, apesar de achar a mulher a sua obra prima, minha preferência sempre foi o homem, provavelmente, porque meu pai, foi a minha primeira amostra da perfeição física e emocional.
Lindo com seu porte elegante, sempre vestindo bem cortados ternos de linho, sapatos de couro alemão e chapéu de panamá, derretia os corações das mulheres, começando por minha mãe que simplesmente o adorava.
Ambos, deixaram para os filhos o legado da paixão, dos contínuos afagos de pele e a grandeza de uma parceria amorosa que serviu de guia para nós, seus filhos.
Era muito bom vê-los se abraçando, se beijando, numa época em que certos comportamentos não eram exibidos aos filhos, todavia, essa regra social, não se encaixava em nosso lar, onde carinhos e afagos, franqueza e verdade, mas acima de tudo a liberdade de ser o que realmente se era, eram os pratos principais.
Dalí em diante, sempre generosa, a vida presenteou-me por todo tempo com belos exemplares, fosse para amar ou simplesmente conviver, fazendo da figura masculina o sempre encanto para os meus olhos, assim como para a minha mente e para o meu emocional, já que, quando não eram perfeitos fisicamente ao meu gosto pessoal, o eram na inteligência, nos modos e nos fascínios de seus olhos.
E aí, pensando nas mudanças que ocorreram no último século, entre homens e mulheres, confesso que parei no passado, já que de lá para cá, fui percebendo a quebra da regra principal entre homens e mulheres, afinal, além de perderem o romantismo nos rodeios amorosos, que sempre observei nos pássaros, ainda mantinham o bendito tesão, absolutamente necessário em qualquer relacionamento amoroso, ainda foram perdendo o respeito, fazendo da indiferença e da individualidade, suas bandeiras de convivência.
Ontem escrevi sobre minha experiência exitosa em relação ao beijo, transformando-o em disparador de todas as demais delícias amorosas que pude experimentar, adocicando, envolvendo e transformando o apenas desejo físico, num pleno ato de expressão máxima de amor que, em momento algum, permiti se perder na indiferença do apenas, carnal.
É primavera e sempre será primavera no vivenciar ou no aguardar as flores com seus perfumes, cores e texturas, sempre a me agradar.
Uma agradável quinta-feira para cada um de vocês, afinal, pode ser primavera, se assim quiserem.
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