O domingo amanheceu ensolarado, se bem que fresquinho e eu, contrariando a minha natureza sempre alegre, hoje, se não triste, com certeza, sorumbática.
Depois de assistir a um vídeo de Teresa Valadares que percorreu toda as depredadas instalações da creche que durante muito tempo, foi a menina dos olhos de quem entende a necessidade do amparo educacional que se deva oferecer as crianças, desde o seu despertar existencial, impossível não se sentir mal.
Impossível não sentir raiva e desprezo por todas as criaturas humanas insensíveis e até eu diria, desprezíveis, por serem incapazes de sentirem um mínimo de empatia pelos demais e em se tratando das coisas públicas, a comoção pessoal é ainda maior, pois, a meu ver, existem atitudes que violam o direito mais que constitucional, pois, ferem de morte, a dignidade de cada cidadão.
Estamos num período difícil, pois, tudo que venhamos a denunciar é dada a conotação política, já que faltam poucos dias para uma eleição, todavia, para quem tem o hábito de me acompanhar enquanto comunicadora, sabe que sou isenta de partidarismos, quando preciso elogiar ou criticar.
Particularmente, não sei o que levou a desativação do prédio da creche, mas de uma coisa eu sei; o povo não foi devidamente informado, assim como nada justifica o abandono do mesmo, já que durante anos, o dinheiro público foi gasto na sua manutenção.
O que vi é estarrecedor e injustificável.
Em meus desejos solitários em ver instalada em minha cidade uma nova forma de enxergar e exercitar uma mais progressista política, a base sempre foi o amor por ela e seu povo, na qual, me incluo, onde o respeito a cada atribuição conquistada através do voto, fosse devidamente honrada.
Compreendi há muito que não se pode mais tolerar a indiferença às necessidades prioritárias de cada cidadão, assim como o zelo na aplicação do erário público, pois, cada desperdício se traduz em desfalque das mesmas.
É preciso que cada agente público compreenda a sua gigantesca responsabilidade e para tanto, não lhe é mais permitido calar-se, seja lá por qual motivo, se testemunha é da improbidade.
Os tempos mudaram para os negros, os índios, os gays, enfim, para todos os sempre excluídos e, portanto, também para o povo em geral.
O que esta gestão que aí está, legitimamente eleita pelo voto popular, comete de infrações e deslizes, nada mais que seguindo uma velha e maldosa tradição dos agentes públicos que afetam diretamente os interesses do povo, precisa ser freada e cabe a cada pessoa esclarecida e cônscia de sua atuação cidadã, denunciar.
Portanto, clamo neste instante ao Secretário de Educação e também vice prefeito, o ilustre professor Raimundinho que saia de seu silêncio e passividade e denuncie formalmente, este e inúmero outros absurdos que estão acontecendo desde o dia 01/01/2021, afinal, se cá de fora, somos informados, imagine aí dentro, o quanto o senhor dispõe de provas comprobatórias.
Olhe e pense no crime de se ter deixado documentos que são registros do início da vida escolar de cada criança, jogados no chão, como se lixo fossem. O que pode justificar esse absurdo?
Qual a atitude dita movida pela razão que possa encobrir uma afronta desta natureza?
Razão maior é juntar-se a todo aquele que luta incansavelmente pelo bem comum.
Como Garantiu Rui Barbosa:
“O silêncio dos bons é ensurdecedor frente a maldade de muitos”
Lembro ao ilustre professor, cuja minha admiração sempre foi imensa, que faça de seus atributos políticos e humanos e de seu berço de educação doméstica, sua real bandeira de lutas políticas e crescimento como pessoa humana, rasgando de forma inédita este pano camuflador de posturas arcaicas e cruéis que só flagelam e atrasam o real e sustentável desenvolvimento de nossa Itaparica e seu povo.
Não importa a razão que o faz calar, mas seja ela qual for, será compreendida e se for o caso, perdoada por este povo que clama por socorro.
Seus planos são no futuro gerir esta cidade. Como então o povo pode confiar num candidato que optou em esconder e se calar diante da improbidade clara e indiscutível que sempre se apresenta aos olhos até mesmo dos míopes?
Pense nisso, afinal, os tempos têm mudado, só os políticos insistem nas posturas velhas e corroídas.
DIGNIDADE não é apenas uma palavra bonita e impactante, mas um propósito postural de vida que abre portas seguras e respeitabilidade pessoal e cidadã.
Estendo este pedido de socorro a outro não menos ilustre professor Emílio Franz e a todos os demais que se precisam garantir seus proventos que a esta necessidade seja aliada o respeito humano e cidadão por uma cidade esfolada pelo servilismo da ignorância de seus mais primários direitos.
Não sou absolutamente nada, além de uma cidadã que ama ITAPARICA.
REGINA CARVALHO
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