Neste instante em que finalmente, consigo sentar-me para escrever, percebo que tudo está muito estranho ao meu cotidiano de senhora da minha Itaparica, cercada de águas mornas e calmas por todos os lados, tendo os pássaros e borboletas nos mangues aterrados de riquezas sem fim.
E aí, inevitavelmente minha mente se coloca a compreender a mim mesma e minhas reações diante do novo e vou percebendo que assim sempre reagi, mas também, jamais me esquivei, pois provar do não vivenciado, sempre foi um saudável desafio para esta minha natureza aventureira.
Talvez, por esta razão o inusitado esteja sempre me rondando, despertando um novo belo, uma nova visão do aparente, que pensara eu, já ser conhecido.
O frio endurece um pouco meus dedos no dedilhar das teclas do notebook, a nuca precisa urgente de um cachecol para esquentá-la e os pés, de uma meia para que através deles, todo o meu corpo se aqueça e meu cérebro tropical, possa deixar fluir mornamente, palavras e sentimentos mais harmoniosamente adequados a minha natureza serena.
Tudo me parece tão diferente de quando aqui estive pela última vez, há tantos anos passados ou apenas, as circunstâncias fossem outras, a começar pela deliciosa juventude que envolvia o meu Roberto e eu.
Estou desde que desembarquei sendo muito paparicada, como se celebridade eu fosse experimentando pela primeira vez, a deliciosa emoção de me sentir valorizada pelos escritos que produzi.
E novamente, enquanto escrevo e deixo rolar, algumas lágrimas de gratidão, mentalmente pergunto ao meu Jesus, quantas deliciosas outras surpresas, ele ainda reserva para esta senhora, apenas apaixonada pela vida.
Afinal, quando a maioria das pessoas creem já nada mais terem para vivenciarem, o mundo se descortina diante de mim repleto de possibilidades...
Fazer-me de rogada, jamais...
Que venham as prendas que a vida sempre generosa me oferece a cada instante.
BOM DIA
Rogo para você que me lê nesta terça feira, que as portas e as janelas de sua mente, sejam abertas para o inédito e surpreendente, num contínuo ato de apenas viver.
Um beijo carinhoso.
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