A visão da
amplitude de mundo e suas possibilidades, advém das muitas leituras
diversificadas, da curiosidade em ouvir as diferentes opiniões, das viagens em
que o foco, seja mais que o estético e da permissão da mente em aceitar o
diferente e até mesmo o contrário, traçando parâmetros com o tudo já absorvido
e já assimilado.
Não basta se
tornar um doutor fracionado em uma especialidade, não basta conhecer as
maravilhas do mundo, pois, sem a capacidade de unir os conhecimentos,
experiências e os fatos concretos que o cotidiano e a história da humanidade
demonstram em detalhes, torna-se quase que impossível, traçar-se um perfil mais
apurado do que seja o melhor ou o pior para cada local em que estejamos
inseridos.
Somos todos
aprendizes, nem que seja nesta ou naquela situação, pois, é impossível que estejamos
aptos a globalizar em nossas mentes a totalidade dos entendimentos, mas de
repente, a internet, nos leva a acreditar que somos capazes de palpitar sobre
tudo e numa insensatez delirante, fazemos do que achamos a mais pura das
verdades, não abrindo espaço para o contraditório e assim, nos tornando a cada
instante, os mais cruéis dos arrogantes, pois induzimos com a falta de
argumentos sólidos e balizados em fatos, um sem número de pessoas, que ávidas
por se sentirem também detentores de sabedoria, absorvem e numa corrente
solidária de ignorância, compartilham à outros e estes à outros, numa
incessante cadeia de rasas e muitas vezes, nefastas e verdadeiramente
distorcidas informações.
Todo real
desenvolvimento é fruto maduro e saudável da educação, mas quando esta, não
existe ou esta confusamente instalada, melhor remédio é promover a chegada de
novas visões e opções, pois certamente, dentre elas se encontrará a educação
formal, que lentamente, vai alterando a educação doméstica, que vai mais além
dos modos comportamentais de convívio, pois, envolve princípios morais e éticos
que, convenhamos em nosso país, anda de mal a pior.
Sou a favor
da Ponte salvador/Itaparica, pois vivenciei a Ponte Rio Niterói, não apenas
pelas notícias jornalísticas ou passeios esporádicos, mas porque era lá que
durante anos, minha família manteve uma casa de praia e onde nos refugiávamos
nos finais de semana. Cresci, observando a pobreza, o abandono e toda a falta
de perspectivas daquele povo que precisava deixar diariamente o seu território
para ganhar o sagrado sustento, assim como outros, a beira da miséria extrema, sujeitarem-se
a uma vida onde o faltar quase tudo era a tônica maior.
Os tempos,
com certeza eram outros, pois, não havia a avassaladora violência urbana e a
comunicação era lenta e desanimadora, mas ainda assim, pude acompanhar o
crescimento de um local e as infinitas e diversificadas oportunidades que este
crescimento levou sem descriminação à todos, principalmente no tocante a
educação.
Depois da
Ponte, o ir e vir para trabalhar ou estudar, tornou-se menos aflitivo, pois
passou a ser tão somente, opção individual e não, a única solução de
sobrevivência.
Se você é
contra a Ponte, tudo bem, mas antes de acreditar que sua visão é a acertada e
por ela levantar bandeiras de luta, vá conhecer mais que as vias principais, as
festas e feiras populares, as culturas regionais em dias de festas populares,
os locais paradisíacos de nossa cidade e das cidades vizinhas, certamente, ao constatar o atavismo que se estrutura
há séculos, a falta horrenda do básico que por pensarmos que já somos os tais, descartamos,
provavelmente seu entendimento sobre
desenvolvimento e educação se alterarão e sua mente, com certeza, criará
dúvidas nesta sua lógica contemporânea, cujos subsídios são criação das muitas
descobertas ainda baseados em informações apenas recebidas a respeito de quase
tudo, principalmente, quanto a preservação de um espaço restrito Bucólico que
agrada a poucos, mas que aprisiona a grande maioria que sequer consegue
enxergar com precisão o que é ter direitos, pois lhes foi ensinado, a tão
somente ter deveres.
Pense nisso,
na próxima aula, no próximo discurso, na próxima viagem.
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