terça-feira, 17 de dezembro de 2019

ANTES DE AFIRMAR É PRECISO COMPREENDER.


A visão da amplitude de mundo e suas possibilidades, advém das muitas leituras diversificadas, da curiosidade em ouvir as diferentes opiniões, das viagens em que o foco, seja mais que o estético e da permissão da mente em aceitar o diferente e até mesmo o contrário, traçando parâmetros com o tudo já absorvido e já assimilado.
Não basta se tornar um doutor fracionado em uma especialidade, não basta conhecer as maravilhas do mundo, pois, sem a capacidade de unir os conhecimentos, experiências e os fatos concretos que o cotidiano e a história da humanidade demonstram em detalhes, torna-se quase que impossível, traçar-se um perfil mais apurado do que seja o melhor ou o pior para cada local em que estejamos inseridos.
Somos todos aprendizes, nem que seja nesta ou naquela situação, pois, é impossível que estejamos aptos a globalizar em nossas mentes a totalidade dos entendimentos, mas de repente, a internet, nos leva a acreditar que somos capazes de palpitar sobre tudo e numa insensatez delirante, fazemos do que achamos a mais pura das verdades, não abrindo espaço para o contraditório e assim, nos tornando a cada instante, os mais cruéis dos arrogantes, pois induzimos com a falta de argumentos sólidos e balizados em fatos, um sem número de pessoas, que ávidas por se sentirem também detentores de sabedoria, absorvem e numa corrente solidária de ignorância, compartilham à outros e estes à outros, numa incessante cadeia de rasas e muitas vezes, nefastas e verdadeiramente distorcidas informações.
Todo real desenvolvimento é fruto maduro e saudável da educação, mas quando esta, não existe ou esta confusamente instalada, melhor remédio é promover a chegada de novas visões e opções, pois certamente, dentre elas se encontrará a educação formal, que lentamente, vai alterando a educação doméstica, que vai mais além dos modos comportamentais de convívio, pois, envolve princípios morais e éticos que, convenhamos em nosso país, anda de mal a pior.
Sou a favor da Ponte salvador/Itaparica, pois vivenciei a Ponte Rio Niterói, não apenas pelas notícias jornalísticas ou passeios esporádicos, mas porque era lá que durante anos, minha família manteve uma casa de praia e onde nos refugiávamos nos finais de semana. Cresci, observando a pobreza, o abandono e toda a falta de perspectivas daquele povo que precisava deixar diariamente o seu território para ganhar o sagrado sustento, assim como outros, a beira da miséria extrema, sujeitarem-se a uma vida onde o faltar quase tudo era a tônica maior.
Os tempos, com certeza eram outros, pois, não havia a avassaladora violência urbana e a comunicação era lenta e desanimadora, mas ainda assim, pude acompanhar o crescimento de um local e as infinitas e diversificadas oportunidades que este crescimento levou sem descriminação à todos, principalmente no tocante a educação.
Depois da Ponte, o ir e vir para trabalhar ou estudar, tornou-se menos aflitivo, pois passou a ser tão somente, opção individual e não, a única solução de sobrevivência.
Se você é contra a Ponte, tudo bem, mas antes de acreditar que sua visão é a acertada e por ela levantar bandeiras de luta, vá conhecer mais que as vias principais, as festas e feiras populares, as culturas regionais em dias de festas populares, os locais paradisíacos de nossa cidade e das cidades vizinhas,  certamente, ao constatar o atavismo que se estrutura há séculos, a falta horrenda do básico que por pensarmos que já somos os tais, descartamos, provavelmente  seu entendimento sobre desenvolvimento e educação se alterarão e sua mente, com certeza, criará dúvidas nesta sua lógica contemporânea, cujos subsídios são criação das muitas descobertas ainda baseados em informações apenas recebidas a respeito de quase tudo, principalmente, quanto a preservação de um espaço restrito Bucólico que agrada a poucos, mas que aprisiona a grande maioria que sequer consegue enxergar com precisão o que é ter direitos, pois lhes foi ensinado, a tão somente ter deveres.
Pense nisso, na próxima aula, no próximo discurso, na próxima viagem.

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