domingo, 29 de setembro de 2019

SEGUNDA INTIMIDAÇÃO



Sou lenta para processar as camuflagens que escondem as agressividades, provavelmente, porque jamais precisei conviver com a violência, mas apesar da mente precisar de algum tempo, os meus sentidos de imediato se manifestam, como se fossem alarmes, sinalizando perigo à vista.
Neste domingo ensolarado, logo pela manhã, fui surpreendida com uma conversa aparentemente leve, nas areias mornas de Ponta de Areia, mas que escondia um recado bem sério. Precisei de oito horas, numa masturbação mental incrível, para finalmente compreender que, mais que uma conversa amigável entre duas pessoas que eu cria se quererem bem, era um recado velado e mal disfarçado para que eu aliviasse nas minhas escritas.
Lembrei que há um ano ou talvez mais, meu marido, também recebeu um recadinho que deveria transmitir a mim, num afrontamento estúpido e sem sentido em nome de pessoas que se sentem acima do bem e do mal e que não admitem qualquer tipo de cobrança ou simples observação sobre suas atuações públicas, principalmente se estas não são no nível da baixaria, na qual, se sentem à vontade para reagir.
Mais uma vez, e espero que seja a última, lembrarei a quem de direito que sou uma cronista apartidária, independente de tudo e de todos, não que eu não precise, mas porque não me sinto confortável em ser paga para elogiar e me calar, quando o óbvio agride o bem comum.
Jamais nos quase 18 anos que aqui resido, e nos serviços profissionais que desenvolvi juntamente com meu marido e filhos, fui convidada para participar de algum grupo político, e quando estive em um, subindo em trios elétricos, fui por conta própria e acreditando que estava exercendo o meu direito de cidadã, assim como, jamais usufruí do erário público, se não tivesse sido para pagar por meus trabalhos jornalísticos contratados e cumpridos, nos quais, alguns, infelizmente, no abuso do poder, deixaram de honrar.
Portanto, não passou batido e o recado foi devidamente processado na condição triste de mais uma intimidação, enviado através de pessoa a quem sempre dediquei um enorme carinho.
Há sempre um lugar adequado para levar a um amigo esclarecimentos que possam ampliar seus entendimentos, e eu, jamais me furtei a ouvir e até mesmo de mudar de opinião sobre qualquer assunto.
Aos setenta anos, depois de vivenciar uma vida repleta de emoções, fica difícil mensurar de pronto o grau de abuso que algumas pessoas são capazes de se embasar, para adentrarem nas searas alheias para impor suas visões e interesses pessoais, afinal, fui moldada por mãos hábeis  que privilegiavam a ética e o respeito.
Minha vida é escrever, observar e amar o tudo mais à minha volta e não houve e jamais haverá alguém, que seja capaz de secar a tinta que borda as folhas em branco, onde deixo escoar com minhas crônicas, as alegrias e as mazelas do cotidiano de todos nós.
NÃO TENHO POLÍTICO DE ESTIMAÇÃO!
JAMAIS FUI BANCADA POR QUEM QUER QUE SEJA
E A MINHA REAL GRATIDÃO À ESTA CIDADE E SUA GENTE, NUNCA ESTEVE À VENDA.


VOCÊ SABIA?


Que os cronistas procuram descrever os eventos relatados na crônica de acordo com a sua própria visão crítica dos fatos, muitas vezes através de frases dirigidas ao leitor, como se estivesse estabelecendo um diálogo. Alguns tipos de crônicas são a jornalística, humorística, histórica, descritiva, narrativa, dissertativa, poética e lírica. 
O cronista argumentativo que é o meu caso, consiste em um tipo mais moderno de crônica, no qual o cronista expressa o seu ponto de vista em relação a uma problemática da sociedade. Neste caso específico, a ironia e o sarcasmo são frequentemente usados como instrumento para transmitir uma opinião e abordar um determinado assunto.

Chamar um cronista de não pragmático é jogar por terra a base do foco de sua atenção social, já que busca incessantemente argumentos para a sua escrita, justo, na observação do cotidiano, emitindo a sua visão pessoal, sobre o caso em questão.
Sem ser um pouco, poeta, lírico e lúdico com as palavras, o cronista deixa sua escrita fria e extremamente objetiva correndo o risco de se tornar agressiva, quando, este não é o objetivo.

Particularmente, acredito que o cronista é um estimulador do raciocínio, estimulando inclusive as visões contraditórias, o que sempre será enriquecedor, pois, amplia o campo de visão sobre o mesmo tema.


FIM DE SETEMBRO


Parece que foi ontem e já está chegando ao fim e é assim o passar do tempo e das estações, talvez, para nos lembrar que estamos no mesmo ritmo e que a perda deste precioso tempo é imperdoável.
Então, o melhor é abraçar as situações boas e ruins, com a certeza de que em breve, tudo vai mudar, pois nada nesta vida é estático, nem mesmo as frondosas árvores com suas raízes poderosas que como polvos gigantescos abraçam a terra, transformando-se em estruturas incomparáveis, para que possam bailar seus galhos e infinitas folhas ao sabor do vento.
Um domingo de luz interior para você que me lê, para que seus olhos, muitas vezes embaçados pela dor ou decepção, possam enxergar a bendita luz da vida.
Afinal, só depende de você, pois é sabido que tudo passa, tudo sempre passará...

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

NEGAR, JAMAIS!



O que precisa ser esclarecido agora e até às próximas eleições, não é o que foi feito e sim o que poderia ter sido feito com a imensidão de recursos públicos que este município jamais havia recebido anteriormente.
Negar o evidente é injusto, assim como não privilegiar as demandas maiores do povo também o é.
Que obras importantes foram feitas, não resta a menor dúvida, e certamente o povo reconhece, principalmente os daquelas esquecidas comunidades, mas e o resto? E os gastos incompatíveis com a realidade pobre da cidade? E os que também votaram e sequer podem dizer que viram seus votos reconhecidos?
Ora, ora, meus ilustres, vamos e convenhamos, ninguém aqui está mentindo, se fazendo de cego ou acusando de improbidade ou seja lá do que for que venha a macular a imagem da gestão, na ânsia louca de adentrar no poder, mas tão somente, indignado o povo se encontra com o direcionamento dos erários públicos frente às promessas feitas em campanha e tendo como parâmetros os mesmos valores e critérios, usados por esta gestão em relação às anteriores.
A votação foi maciça exatamente porque o povo decidiu que queria diferente.
Não se pode esquecer que durante os dois primeiros anos, a coisa ficou emperrada, mas ainda assim, os recursos foram gastos. Por quê? Para quê?
Portanto, o povo o que a vida cotidiana deseja receber. Para quem está numa boa, todo o restante é apenas, fofoca da oposição.
De meia boca, o povo já está saturado.  De uma administração, cuja finalidade seja a aplicação referente aos projetos estaduais e federais, não se precisa de tantas pompas e gastos.
O povo quer sair da sujeira e da lama. Quer ir num posto de saúde e encontrar com regularidade remédios, dentistas e médicos. Prédios bonitos e seminários de capacitação de funcionários, não saciam as dores dos munícipes.
Tudo é importante, não resta a menor dúvida, mas povo atendido tem que ser prioridade.
E não me venham dizer que é preciso ter paciência, pois é tudo que aprendemos a ter neste país onde as demandas do povo ficam sempre aquém da lógica e da razão.
Parabéns pelo tudo que foi feito e, por favor, respeitem as carências de todos que, realmente, querem e precisam de atenção e de uma cidade renovada e dinâmica.





NENHUMA SURPRESA



Ontem, não consegui ouvir na íntegra, como até então, era de meu hábito, os ministros do STF. Dez minutos de cada um, me foi o bastante para suportar as falácias envoltas em termos jurídicos que para os menos experientes, como já fui, encanta e leva a pensar que são notórios supra sumos do conhecimento e que devido a seriedade do momento, também recoberto de aparente austeridade, a justiça predominará em nome da Constituição.
Ao contrário, suas assessorias providenciam manipuladores argumentos para tão somente, apresentarem um novo perfil a mesma, baseado única e exclusivamente na intenção de mudar as suas regras.
Como brasileira, sinto vergonha até mesmo de aceitarem tais pedidos, desperdiçando, dinheiro público e que a nenhum cidadão a fora os acusados ricos e poderosos (engordados com o erário público), interessa.  
Infelizmente, grande parte da justiça brasileira se vê retratada nas figuras dos eminentes ministros, que continuamente, geram subsídios de disfarce para as falcatruas cometidas por todo servidor público. Fico imaginando o que ocorre em relação aos amiguinhos de juízes e procuradores, menos famosos, que o povo e a mídia desconsideram ou sequer sabem que existe.
Enquanto isso, o povo brasileiro continua pagando por toda esta vergonha, perdendo a autoestima e o mínimo sentimento de proteção institucional.
E ainda, exigem respeito...

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

A BUNDA NÃO ESTÁ MAIS EXPOSTA NA JANELA.


Provavelmente, o fato mais enriquecedor de se viver muitas décadas é ir apreciando as transformações pelas quais, naturalmente, o mundo vai passando em todos os níveis e, com ele, ir também se reciclando, o que é bem diferente de apenas aceitar ou se conformar.
Claro, que cada pessoa tem a sua forma de enxergá-lo e principalmente de compreende-lo, mas o fantástico é que, no final, ninguém chega a uma certa idade sem que, querendo ou não, sua mentalidade não tenha se alterado, trazendo paz, sabedoria ou inquietação.
Nada permanece estático e é muito gratificante a constatação da importância individual no contexto global e como a somatória destas individualidades são capazes de girar as bolhas sociais, culturais e, sobretudo, emocionais, trazendo uma contínua renovação, que pode até mesmo assustar, mas que agrega em seu âmago as essências evolutivas materiais e espirituais, também de forma individual, mas sempre corporativas no seu contexto universal.
Observo encantada que não há vozes e ações que se percam pelo caminho, mesmo que aparentem terem sido esquecidas ou nunca ressaltadas. Ledo engano, elas estarão sempre presentes nos hábitos e costumes da infindável massa humana em sua trajetória terrena e cósmica, através de energias vibrantes sempre prontas a inserirem-se voluntariamente em todo aquele que busca integrar-se às suas afinidades, sejam elas lá quais forem, daí, os expoentes disto ou daquilo que o tempo não é capaz de sufocar, pois haverá sempre um alguém à recordá-los em pensamentos e consequentes ações.
Tudo que aqui relato, pode ser comprovado com apenas um pouquinho de senso observatório, se a atenção for direcionada ao comparativo de tempos passados, e como exemplo, deixei minha mente voar para os anos sessenta, com suas inúmeras transformações e, é claro, foquei na música do inesquecível GONZAGUINHA, que, já naquela época, percebeu como ao longo da vida percebi, que mudanças sempre acontecem, mas é preciso seguir caminho, abrindo espaços individuais, na sua maioria, muito difíceis, mas para que mais adiante, que pode ser meses, décadas ou até milênios , tudo possa ser enxergado com mais nitidez.
Em nosso país, foi necessário permanecer com a bunda exposta na janela, para que neguinho esperto passasse a mão, mas com a mente ativa não só observando, mas acima de tudo aprendendo, foi que depois de quase seis décadas longas e de muitas perdas em sua maioria sofridas, parte do povo brasileiro atingisse a consciência da liberdade de ser e de querer o real palpável e não apenas, falacioso.
E aí, quando os alguéns descem suas bundas das janelas e colocam em prática tudo que aprenderam, mesmo a massa humana congelada nos seus núcleos do atavismo é capaz de perceber que até podem ter cara de panacas e jeito de babacas, mas que  seus corações explodem de emoção, querendo tudo de bom e de melhor, e aí, nada mais será como antes.
Viva portanto, todo aquele aparente solitário que contraria o aparente correto, colocando na prática de todos nós, toda a sua sabedoria para, tão somente, nos mostrar que viver é preciso e ser feliz, ainda mais.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

ARREGAÇANDO AS MANGAS



Não é de hoje que algumas pessoas afirmam, cheias de poderes pessoais, que ao invés de se criticar e cobrar às gestões, os despeitados e invejosos de plantão deveriam arregaçar as mangas e ajudar, promovendo o bem-estar.
Ora, ora, minha gente empoderada, que absurdo é este?
Afinal, porque dever-se-ia fazer o trabalho onde outros ganham e possuem todos os recursos necessários para tal?
Ajuda a gente dá ao vizinho num momento difícil, ao carente de qualquer natureza, cujo atendimento esteja ao nosso alcance, à um estranho num momento aflitivo, numa situação de tragédia, mas à políticos no cumprimento de suas obrigações, só pode ser brincadeira ou falta de argumentação
Essa falácia é o recurso aparentemente civilizado para aqueles que não dispõem de argumentos sólidos e consistentes para manter um diálogo no mínimo esclarecedor.
Para que existem os impostos pagos pelo cidadão?
Nós, cidadãos de qualquer cidade, temos como obrigação, respeitar as leis, pagar nossos impostos e demais obrigações pessoais e cuidar de nossas manutenções, e não para sermos voluntários de qualquer órgão público.
Se é que existe, particularmente jamais conheci, pois se o ganho não é direto, com certeza ele chega por vias indiretas.
Para se fazer o bem, um cidadão não precisa ser presidente de nada, diretor de coisa nenhuma e plateia para ninguém e muito menos fazer um serviço já pago a outro para ser feito.
Toda essa baboseira usada como defesa, só tem um objetivo que é tirar o foco da real questão, que é justo o serviço mal feito ou jamais realizado por quem foi eleito e ganha muito bem para fazê-lo.
Portanto, o bom exemplo que cada cidadão oferece aos demais é cuidar de sua vida, respeitando o tudo mais que o cerca, o que é a sua obrigação e exercer o seu direito de receber a contra partida de seus impostos, através da viabilidade correta de suas necessidades urbanas e sociais e não arregaçar as mangas e trabalhar de graça, pois para isso, já existem os piratas da política que estão sempre sugando seus instantes de sucesso.
Cobrar o que se paga para ter é, antes de tudo, um direito.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

PUXADINHOS DO FUTURO



Em sua maioria, gosto de comentar a respeito do que posso atestar com meus olhos e, principalmente, com a minha experiência pessoal.
Todos os dias pela manhã, o meu caminho da roça em horários diversos é a Avenida dos Navegantes e, ao longo destes anos, fui apreciando com tristeza a construção de lojas com seus sobradinhos numa falta total de planejamento, todavia, ultimamente, o horror parece ter feito morada, principalmente do Mocambo ao Ponto Certo.
Estas minhas observações não são exclusivas à esta gestão, afinal, calejei garganta e calos nos dedos de reclamar os horrores das calçadas que sempre foram invadidas pela falta de consciência dos moradores e comerciantes, assim como pelo descaso oportuno de todos os prefeitos até então.
Mas convenhamos, neste último ano, a coisa tem ficado preta, mais um horror perante os céus.
O que é isso minha gente???
Enquanto o ordenamento urbano é buscado com zelo pelo Brasil a fora, por aqui, instalou-se o ritmo do “de qualquer forma” é válido, e aí, só se vê puxadinhos prá lá e prá cá, num pouporri dos horrores, bem aos moldes dos guetos e favelinhas do terceiro mundo, tudo devidamente autorizado com o argumento emocional de se estar oferecendo oportunidades a aqueles que nunca tiveram.
Ora convenhamos, eu nunca ouvi falar que carente tem lote e dinheiro para construção.
Mas se não bastassem os puxadinhos dos necessitados, ainda estão proliferando as barraquinhas a cada 50 metros, vendendo, por enquanto, frutas e legumes, mas vai se saber mais adiante o que os carentes irão inventar, já que para a Prefeitura não foi possível manter uma feirinha fixa para os agricultores familiares.
E aí deduzo que de produção local é que a maioria não vende, já que é possível vender frutas e legumes jamais plantados em nosso solo. Portanto, não se trata de ceder concessão para agricultores familiares.
Novamente, a mente ativa de Dona Regina, fica sem entender o porque de tantos imóveis alugados a peso de muitos milhares de reais e não ter sido possível alugar um terreno no centro para alojar os fruteiros e verdureiros ou fazer como nas grandes cidades, promover um dia em cada bairro para que as feiras se façam presente, seja para agricultor familiar ou não. Afinal, o que a lógica de um século 21 já não comporta é a exposição triste da falta de higiene, poluição visual e atraso sistêmico, numa rua principal de acesso ao restante da cidade e que, futuramente, segundo os planos desta gestão, transformar-se-á em polo turístico.
Turismo de quê, só se for para mostrar ao mundo que apesar da cidade estar a apenas alguns poucos quilômetros de uma grande capital, de ser linda e paradisíaca, ainda é um reduto da improvisação e do arremedo de progresso.
Assim fica fácil e barato gerir uma cidade e angariar votos dos pobres e oprimidos. Aliás, não estão inventando nada, tudo cópia de um socialismo de terceira, moldado ao gosto de mandachuvas de quinta.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

PONTA DE AREIA – O abandono continua.



Nas minhas idas diárias à praia, posso falar a respeito do estado deplorável não só das ruas e calçadas, como de toda a orla que se encontra em um abandono total, sem que minhas palavras sejam consideradas afrontosas, já que se baseiam em comprovações desagradáveis.
Observar e criticar o meu bairro, em hipótese alguma, objetiva qualquer insinuação maldosa de que no restante da cidade, o abandono se instalou.
Atenho-me, não só por ser o meu bairro, como pelo fato dele abrigar a maior orla de areia e praia disponível na cidade, não só para uso dos moradores e veranistas, como para turistas que superlotam a cada verão, assim como pelo fato da secretaria de turismo estar em negociações para que possamos ser um polo acolhedor de navios cruzeiros.
Por enquanto, na minha modesta opinião de moradora da cidade e do bairro, essas perspectivas são totalmente inviáveis, já que o cartão postal da Orla de Itaparica (vide Praia do Forte), jamais será capaz de absorver um número tão elevado de usuários, restando à linda Ponta de Areia, como mais uma opção de acolhimento.
Penso que, se há anos, só com o fluxo normal de visitantes nos verões, a mesma se torna um apavorante amontoado desordenado de carros, lixos e barracas em sua maioria mal equipadas em quase todos os níveis, começando por banheiros que não recebem qualquer higienização no decorrer de apenas um dia de serviço, como, então, poderá abrigar um movimento maior?
As ruas do entorno da orla, sempre esburacadas, com lixões a céu aberto e repletas de mato e poças de lama, deixam de ser opções de estacionamento, assim como de hospedagem nas inúmeras casas amplas e com quintais e que poderiam representar uma fonte de renda a seus proprietários, permanecem num semiabandono.
E aí, fico me perguntando se sonho ou se a gestão é que traçou uma linha de condutas administrativas tão surreal, que é impossível a um cidadão compreender a lógica das ações por ela praticada. Afinal, como pensar e buscar grande em termos turísticos, sem que a casa esteja minimamente pronta para acolher a demanda?
Por acaso, acreditam que o miolinho do centro histórico será capaz de atender as exigências de grupos organizados?
O espantoso é que vieram técnicos para fazer levantamentos! Será que de verdade, acharam possibilidades reais para que navios aqui desembarcassem milhares de turistas?
Confesso que é confuso de se entender o diálogo que existe entre as secretarias e seus propósitos e muito menos delas com os órgãos externos. Mas tudo bem, sou apenas uma observadora e palpiteira, senão bocuda, como já me chamou uma certa secretária. Afinal, são eles os especialistas, são eles que conhecem a cidade e as necessidades dela e de seu povo.
Não é mesmo?
Todavia, na insistência de minha mente que não cansa de questionar os absurdos, como farão as mesmas com um alto fluxo de pessoas com suas necessidades, no próximo verão, sem sequer mencionar turistas extras, se agora, sequer conseguimos andar sem que o lixo, pedras e entulhos nas areias e calçadas nos afrontem a cada metro quadrado percorrido e sem que os acessos estejam respeitosamente pelo menos limpos, já que sequer sonhamos com calçamentos ou asfalto.
Como pensar em turismo sem que o povo da cidade esteja pronto emocionalmente para recebe-los?
Eu ando pelas ruas e ouço as pessoas e posso garantir que pelo menos por aqui, elas não estão nadinha satisfeitas e que, se quando o asfalto chegar, não houver também uma séria intervenção no bairro como um todo, o caldeirão do Diabo estará em pleno funcionamento, pois não se veste um vestido, deixando-se as pares íntimas a descoberto, mesmo sendo verão e o manequim esteja eufórico.
Entendem quando falo do absurdo de se discutir a vinda ou não da Ponte, de navios de cruzeiro e do escambau, se sequer somos capazes de exigir de nossos gestores um pouco de dignidade no nosso ir e vir interno, como retorno dos impostos pagos?
O tempo do pó de ouro e das obrinhas eleitoreiras já passou, agora o povo quer mais, muito mais.
Para a bocuda aqui, não há desculpa para a permanência de ruas melancolicamente sujas e abandonadas como a maioria que das ruas de minha adorável Ponta de Areia, retiro dos pássaros, da paz e da ainda exuberante natureza.


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

SEMPRE ALÉM...


SEMPRE ALÉM...
É sempre mais fácil, olhar-se para fora, observando e muitas vezes apontando as falhas externas, até mesmo, para não ter que constatar o caos que se instalou no próprio interior.
Enquanto, se foge de um autoconhecimento, empurrando para debaixo do tapete emocional, os incômodos que não permitem o equilíbrio, mestre condutor da ansiada paz, busca nem sempre confessada ou devidamente compreendida, mas inegavelmente desejada, o lixo existencial vai ocupando espaço, nublando o brilho dos olhares, empobrecendo posturas, quebrantando esperanças.
Uma linda e prazerosa sexta-feira primaveril, aonde seja possível um só instante de atenções íntimas.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

VIDA


O farfalhar dos coqueiros, o bailado dos galhos das árvores, o tremular das folhas no mesmo ritmo do serpentear do vento encanta e me faz lembrar que viver é muito bom e que sentir a vida é melhor ainda.
Uma noite tranquila para os meus amigos com paz nas suas mentes.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

EU SOU HONESTO?



Será que realmente sabemos a extensão do que significa “CORRUPÇÃO”?
Estará ela apenas dentro do padrão roubo ou inserida surdamente em posturas que de tão usuais, até que parecem legais?
E aí, penso nas muitas licitações de fachada, nas compras superfaturadas, nas contratações fantasmas e absolutamente desnecessárias, nos gastos supérfluos com o objetivo de agradar ao próprio grupo político, nas contratações de artistas e bandas por preços exorbitantes no sistema por dentro e por fora, nos falsos projetos sociais que atendem apenas os indicados, nos alugueis que são pagos bem acima do valor de mercado para aliciar esta ou aquela pessoa ou para pagar dívidas de campanha, não se pode esquecer dos materiais de construção, viagens pagas com recursos públicos a um sem número de funcionários decorativos, com refeições, hotéis, transportes e sabe-se lá mais o quê.
Precisamos urgentemente aprender a conhecer a magnitude conceitual do que seja qualificado como corrupção, até para contestar prestações de contas elaboradas por mestres do me engana que eu gosto, a preço de ouro anual e aprovadas por um TCM que desconhece o cotidiano da cidade envolvida, assim como por uma câmara de vereadores prevariqueira que, infelizmente, deixa a desejar no quesito qualificação e outras “cosas” mais.
Portanto, bater no peito e se dizer honesto e avesso a corrupção ou pregar que não pratica nenhuma de suas formas, estando sentado em alguma cadeira de poder, seja pública ou privada, é no mínimo uma falácia que queremos muito acreditar ser verdade, mas que no íntimo sabemos ser impossível se quisermos garantir a permanência ativa nos postos que nos encontramos.
São tantos detalhes, assim como estreitos caminhos que norteiam a política brasileira que eu finjo que sou honesto e você acredita que sim, esperando que pelo menos eu corrompa ou seja corrompido em menor escala.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Por um instante,


Fecho os olhos e posso enxergar diante de mim o meu mar de Ipanema que abrigou momentos de imensas alegrias.
Fecho os olhos e posso sentir o cheiro da sua maresia, invadindo-me delicadamente.
Fecho os olhos e me sinto por inteira de volta as minhas origens
Vejo minha mãe com seu vestido rodado, pisando nas areias fofas, buscando os coqueiros para se abrigar do sol.
Ouço sua voz, chamando por mim e posso sentir meu corpo molhado da água gelada, arrancando arrepios, enquanto, o som do mar beijando a areia me distrai.
Fecho os meu olhos e sinto o gosto salgado em meus lábios e então penso, que quero mais!
Abro meus olhos e me vejo sorrindo, tendo ainda, tanto a recordar...

PENSANDO ENTRE O NUBLADO E AS BRISAS DE SETEMBRO



 Não é possível que esta modalidade comportamental que vem se expressando nas sociedades contemporâneas, seja apenas reflexo de uma evolução humana quanto a liberação de suas essências mais primárias; prefiro achar que é um conjunto de experiências acumuladas que, finalmente, veem a tona, como um vulcão em erupção, onde larvas são jogadas sem aparente critério, mas que na realidade, segue um propósito evolutivo, jogando por terra milhões de anos terrenos e sistêmicos, aonde paulatinamente, as reais naturalidades foram sendo moldadas, baseadas em modelos que atendiam aos interesses de um relacionamento menos conflituoso, mas que, empiricamente, apenas representava a construção diversificada de culturas que atendiam aos interesses daqueles, cujas mentes mais evoluídas quanto ao quesito observação, perceberam o quanto poderiam destacar-se e, consequentemente, auferirem benécias nos seus cotidianos e, então, como forma de estruturação de uma espécie de muralhas resistentes, passaram a elaborar leis de condutas variadas e grupos de afinidades que serviam uns aos outros, como objetivo corporativista de extrema proteção.
Observem que este modelo  de conduta se repetiu ao longo da história humana, inclusive pelos atores da resistência, que buscavam com discursos diferenciados o poder de qualquer natureza e, tão logo o conseguia, passava a agir tal qual aos que combatiam, numa simbiose interminável de guerra e poder, onde uma grande maioria sempre, inevitavelmente, permanecia refém de sua própria miséria social.
Esta mecânica de funcionalidade do comportamento humano se mantém fiel aos seus dogmas de servir e ser servido até os dias atuais, portanto, o que observamos é, apenas, mais uma virada cultural adaptativa aos novos conceitos, sejam científicos ou tecnológicos, que pode até fazer crer que é único e fenomenal, no oferecimento das ampliações de possibilidades, mas que na realidade são produções naturais de uma evolução genética/sensitiva que vem ocorrendo desde sempre, bastando, estudar-se a trajetória humana nos mais variados períodos de sua existência terrena.
Adaptar-se aos sempre novos tempos é uma tarefa árdua de entendimento e que cobra o seu preço social.
Cada ser humano, busca sua própria dinastia, tornando-se ditador de seu espaço em seu universo pessoal e, como nada e ninguém mantém as mesmas características, existem infinitas formas de domínio.
Se atentos estivermos, enxergaremos um sem número de pequenos, médios e grandes ditadores, até mesmo no seio de nossas famílias, bairro, cidade e país.
Não há nada mais tirano que a imposição de valores sem que haja respeito ao contraditório, o que vem atestar que, sem ele, tudo que se fala ou faz, torna-se irrelevante a um real crescimento de qualquer natureza.
A plenitude do ideal de liberdade reside no entendimento e aceitação argumentativo do contraditório, caminho único e seguro para que um ser humano evolua individualmente e possa dar continuidade, pelo menos no meio em que habita, da prática cotidiana da liberdade de ser e de pensar, respeitando os seus limites em relação ao outro, para que este, na mesma situação, possa exercer a mesma liberdade.

Tentar-se mudar conceitos milenares na imposição de leis, sem considerar o tempo assimilativo do contraditório, só arrebanha discórdia e morte, moral e física de seus atores secundários, privilegiando uma casta de dominadores gigantescos que têm a tendência prudente de constantemente se unir, num reforço brutal de imposição social, onde o poder e as benécias que o acompanham são o princípio, o meio e principalmente o fim de seus objetivos.
Educação existencial aliada à formal, são as armas soberanas de real sustentabilidade no combate à ignorância social.
Um lindo e tranquilo final de tarde para todos que tiveram a paciência de ler este longo texto.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

MEIO SORUMBÁTICA



Estou desde a madrugada com a minha pressão arterial agitada, na realidade a culpa é minha, pois esqueço a idade e as limitações inerentes e embarco na comilança e, se não bastasse, nas caipirinhas da vida, e aí, a pororoca se forma e dá-lhe mal-estar.
Porém, se estou escrevendo é porque já superei e como uma menina obediente, providenciei uma sopinha de legumes com frango, para driblar os meus maus hábitos.
Também, não estou andando na praia e culpo o tempo ruim, mas na realidade é a preguiça dominante que me prega em casa, fofocando no face, pesquisando textos filosóficos, minha irresistível paixão, inventando moda na cozinha e, inevitavelmente, escrevendo, e aí, quando paro, sento no sofá e assisto com o Roberto filmes e mais filmes.
Coloquei como título “sorumbática”, mas não condiz com a realidade, pois em momento algum fiquei melancólica ou tristonha, apenas incomodada, visto que a pressão alta traz consigo uma tonteira interminável que me tira do eixo para qualquer atividade.
Nossa dona Regina, toma jeito e se comporte como uma senhora e pare de fazer artes e vê se coloca juízo neste seu marido sempre muito louco, que te acompanha em todas as traficâncias gastronômicas e etílicas, num esquecimento contínuo, que tais farras, já não mais pertencem a nenhum dos dois.
E ainda chamam de melhor idade...
Uma ova!!!
Ah! Que saudades que eu tenho
da minha juventude saudável,
dos porres e das farras intermináveis,
que a porra da velhice, não permite mais.




domingo, 15 de setembro de 2019

BOM DIA!!!



Que lindeza é poder apreciar a chegada das flores, bela e sensível é a primavera, que traz consigo cores e aromas, mil formas e texturas, só para encantar ainda mais a vida.
Copiemos mais esta dádiva da natureza, sorvendo toda esta grandeza e fazendo dela, nossa inspiração cotidiana.
Um domingo perfumado e colorido para você que me lê.


sexta-feira, 13 de setembro de 2019

OLÁ...


Não importa exatamente o que penso para escrever, apenas vou deixando a mente livre e dela fluir as mensagens que se formam, como jorros de uma nascente que jamais se esgota.
Abro os olhos e se a imagem do armário do quarto que vejo diante de mim é a mesma, a cada despertar as imagens mentais jamais se repetem, num interminável filme de lembranças passadas ou um futurismo que sequer posso mensurar se existirá, pelo menos para mim.
A mente fala e desenha, numa pressa que nem sempre meu corpo é capaz de acompanhar e todo esse jorro de emoções não possíveis de serem contidas, se transformam em letras e estas em expressões que, aí sim, podem ser tocadas, nem que sejam com o pousar dos olhos daqueles que as lerem.
Um lindo e ensolarado dia para todos, com a certeza de que viver sorrindo é preciso, para sorver a alma, que se descortina a cada instante.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

QUAL A SURPRESA?



Funcionário defendendo sua gestão é absolutamente previsível e louvável, afinal, de sã consciência quem vai querer perder o seu emprego?
Não é mesmo?
Então, deixemos de ser hipócritas.
Naturalmente que os mesmos e suas opiniões não possuem qualquer credibilidade, mas disso todos nós sabemos, afinal, uma coisa é defender o candidato em campanha, outra é defender quando, nela nos instalamos e estamos auferindo benefícios.
O pior disso tudo é que a questão maior que é a cidade e seu povo, ficam esquecidos em meio as bombásticas opiniões, geralmente, destituídas de consistência que as sustentem.
E pensar que ainda estamos a um ano das eleições.
SOCORRO!!!
Eu não posso perder esse emprego!!!!

NEM POR DECRETO



Existem situações que acontecem nos cotidianos da cidade que simplesmente não mudam, deixando de serem problemas, para se tornarem, apenas, incômodos e alguns se incorporam à paisagem, como ítens complementares e que ajudam a definir o perfil de uma cidade maltratada.
Vez por outra, surgem ações que até nos levam a acreditar que, finalmente, este ou aquele borrão será restaurado, mas logo nos damos conta que seria preciso muito mais, para que pudesse ser extirpado ou deixado de ser  “Problema Histórico”.
A Rua do Rio, em Ponta de Areia, é um destes borrões que jamais encontrou num só gestor a disposição para solucionar os problemas que, insistentemente, aborrecem e limitam o ir e vir de seus moradores e adjacências, já que além de ser feia, maltratada, lamacenta e suja, na maior parte do tempo, ainda deixa de ser uma opção para o trânsito nos feriados e principalmente no verão, quando a orla com sua via estreita se torna intransitável.
Isso sem falar no foco de doenças, devido a proliferação de ratos e todo tipo de peçonhentos.
A explicação que sempre é dada pelos gestores que conheci foi a mesma, já que para fazer uma intervenção precisariam superar inúmeros problemas, devido a complexidade que a obra  exige.
Ora bolas, será esse mesmo o problema?
Não seria o caso de se pensar que na realidade é preferível ir tampando o sol com a peneira, apenas, para que o povo veja boa vontade?
Não se pode acreditar que deputados e senadores eleitos e reeleitos e, principalmente, os governadores não sejam capazes de conseguir verbas que abracem esta empreitada que, certamente, daria dignidade e mobilidade de tráfico à rua de apoio da maior orla de praia da cidade, sem esquecer da gama de benefícios humanos.
Cuidar, inegavelmente, alguns cuidaram, gastando fortunas nas constantes limpezas e intermináveis cascalhamentos, mas logo em seguida a ruina emerge e o povo volta a sofrer.
No período chuvoso tudo se transforma no inferno de Dante das lamas e dos matos, e no verão, no caldeirão do inferno de lixo, ratos, mosquitos, cobras e poeira.
Faltou projeto e vontade política para que, verdadeiramente, este e tantos outros problemas pudessem ser resolvidos.
E pelo amor de Deus, não me venham argumentar que jamais houveram tantas obras como na atualidade na cidade.
Levantar problemas e pedir soluções, jamais foi sinônimo de desqualificação do já resolvido, construído e recuperado.
Talvez se não perdessem os dois primeiros anos de suas gestões, segundo eles, limpando os malfeitos dos anteriores, sobraria tempo e recursos para melhor serem empregados.
Mas aí, penso que realmente algo também é histórico, uma vez que todas as prestações de contas são aprovadas, não só pela Câmara como pelo TCM, portanto, onde existir tantos alegados mal feitos?

Algo não bate no entendimento de uma leiga cidadã.
No seu bate?

terça-feira, 10 de setembro de 2019

DUELO


“Não estou nem aí se me invejam, me amam ou me odeiam”.
Nunca ouvi afirmativa mais cinicamente mentirosa. É claro que todos se preocupam com a opinião alheia, por quê, então, nos esforçaríamos tanto em parecer belos, bem vestidos, bem empregados, bem estudados e bem acompanhados?
Que necessidade é esta em afirmar que não precisamos dos outros, se para tudo na vida necessitamos de um outro para nos auxiliar, chegando muitas vezes antes de nós, para criar, construir, preparar todo um esquema vivencial para que nos sintamos mais confortáveis, bonitos e adequados aos padrões estabelecidos?
Firulas que expressamos em doses diferenciadas, mas que pela repetição, induzem o nosso racional, levando-nos a crer ser de absoluta veracidade.
Qual nada, vivemos para mostrar aos outros as nossas vitórias e tanto esta premissa é verdadeira, que desesperadamente tentamos esconder nossas derrotas, falhas e imperfeições.
Queremos ser a cereja do bolo, o último biscoito do pacote, a luz que brilha mais forte.
Daí a constatação do duelo constante entre o Deus e o Diabo que reside em cada um de nós.
Um esperando a humildade, o outro cobrando, a cada instante, o poder e a glória.

UM TODO BENDITO



O dia amanheceu e logo as 5.40 hs, meu vizinho começou a me brindar com música, que foi acompanhada pelo ruído constante e suave da chuva, não sem a interferência dos pássaros que me pareceram irritados e escondidos nos recôncavos dos galhos das árvores, cantando mais alto do que o costumeiro, numa marcação de espaço que me fez sorrir. Pareciam dizer.
“Neste horário, o espaço é nosso, quem faz barulho somos nós”.
Reações espontâneas da natureza que se atento estivermos, nos ensinam muito.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

SEMPRE UM ESPETÁCULO



Chove lá fora e através das grades dos três janelões da sala onde escrevo, posso ver os canteiros laterais e o jardim da frente da casa, viçosos, flores e frutos brilhantes, agradecidos às bençãos de vida que incansavelmente, caem do céu.
Sábado, escrevi narrando o meu Pão com Emoção, hoje escrevo dos meus invernos e primaveras com Lama com Emoção, pois é preciso ter estômago forte para suportar as derrapadas incríveis, os solavancos contínuos, os espirros de lama nos saudando, sujando portas e vidros, assim como os girares falsos dos pneus nos sulcos profundos deixados pelos caminhões de lixo ou dos materiais de construção.
Nem o consolo de uma só visita para um ligeiro cafezinho, jamais, afinal, quem quer colocar os seus possantes veículos ou mesmo os ricos pés, nesta rua do abandono?
Acho graças quando vejo alguém reclamar de sua rua e imediatamente outro alguém adentar na postagem e chingar o coitado.
Das duas uma, ou o cabra mora no calçamento/asfalto ou é tão puxa-saco, devido ao emprego garantido, que pisa na lama sorrindo, pede desculpas ao levar um coice do cavalo na calçada, corre de cachorro louco e diz que está fazendo cooper, induzindo a si mesmo, que está tudo uma maravilha!!!!
Poupe-me pelo amor de Deus...Pois o espetáculo é sempre dantesco, faça sol ou faça chuva, indigno para quem paga IPTU e que está tão próximo de uma das principais capitais do país.
Triste quando se pensa que estamos em 2019 do terceiro milênio, sendo cidadãos de um país rico e gigantesco, mas com um povo dividido e tendo pessoas estudadas, mas nada verdadeiramente solidária aos menos favorecidos, pois defendem ladrões, escroques e vândalos do erário público, confundindo valores e truncando verdades, permanecendo nos discursos do politicamente correto e na defesa de seus próprios interesses.
Daqui a pouco, preciso sair para comprar o bendito pão da padaria do Jadilson , mas pelo amor de Deus, preciso respirar fundo, encher-me de coragem e partir para mais um Pão com Emoção e mais uma vez com lama, mas torcendo para não ter outra blitz.
Se bem que desta vez, como é segunda-feira, não bebemos na hora do almoço.
OH! GLÓRIA.


domingo, 8 de setembro de 2019

PÃO COM EMOÇÃO



E aí, como acontece todos os dias as 18 horas, Roberto e eu, fomos comparar pão na padaria do Jadilsom Fonseca e para quem não conhece, fica na pracinha do Alto do Santo Antônio, um pouco longe de minha casa, mas vale a pena pela qualidade do bendito pão.
Essa rotina se repete a quase duas décadas, mas ontem, neste sábado e feriado de sete de setembro, foi diferente, pois no balão do Ponto certo, lá estava uma blitz do Detran com a Polícia Militar e nós, felizes por estarmos com tudo em riba, paramos tão logo, o guarda sinalizou.
E aí, é que a pororoca encrespou, pois não satisfeito por estarmos com os documentos em dia, mandou meu Roberto sair do carro, tirar a chave e entregar para ele e indicou o tal do bafômetro.
Mas como fazer o exame se houve cerveja na hora do almoço? E se ainda tivesse resquícios no organismo, mesmo tendo comido e feito uma tranquila sesta?
Depois de todas essas emoções resolvidas, não sem nos desesperar por uma possível prisão ou multa assustadora, por uns copinhos inocentes de cerveja, tomados na hora do almoço na casa da amiga Cida sacramento, alias um encontro de amigos maravilhoso, fomos liberados e, finalmente, pudemos seguir nosso destino.
Agora, vamos e venhamos, BLITZ com exigência de teste de alcoolismo, num sábado à noite, feriado, numa ilha paradisíaca, num bairro família e nós, dois senhores de cabeça branca sermos parados e possivelmente presos ou multados, é ou não é uma forte emoção?
É uma pegadinha sacana ou, não é?
Aproveito para agradecer a amiga e linda Anely Lima da Farmácia Popular, assim como a proprietária da mesma que de imediato foram extremamente solidárias e gentis, colocando-se a disposição para inclusive me levar para casa, conduzindo se fosse o caso, o carro, já que também eu, declarei ter bebido na hora do almoço.
Pão com emoção, ainda não experimentado.
Fica a dica.
É preciso que tratemos com respeito uns aos outros, pois jamais saberemos a chegada do imprevisto.
Beijos e um domingo de paz, alegrias e cervejas geladas.




TUDO POR AMOR

Penso no quanto, em minha educação foi esquecido o meu querer. Preterido os meus sonhos e tendências, gostos e aptidões em favor das escolhas deles que, aliás eram limitadas na época à uma menina de família classe média tradicional.
Não vista isso, não fale isto, não ande ou sente assim, não suje a roupa, não marque os sapatos de verniz e só fale se lhe perguntarem algo.
Não peça nada, não aceite nada e por fim, entendi que eu, não deveria ser nada além do que eles decidissem que era bom e adequado.
Tudo correu dentro do esperado, afora um detalhe que eles não observaram, a menina obediente crescia e toda a gama de desejos estava bem guardadinho, apenas esperando uma oportunidade para escapulir.
Mas como fugir se não haviam saídas a minha disposição e sequer coragem para buscar alguma, já que me esqueci de adicionar aos meus anseios de liberdade, as indiscutíveis estratégias de fuga.
Meu refúgio eram as palavras que se transformavam em versos e prosas, mas que faziam de mim uma jovem solitária, meio perdida, mas com certeza sentindo-se absolutamente só.
Minha solidão não me deixava sentir qualquer mal-estar ou tristeza consciente, mas certamente, levou-me a uma rebeldia expressa que me causou grandes danos emocionais que passei compensando por quase a maior parte de minha juventude, jamais impedindo-me de vivenciar grandes e inesquecíveis momentos, mas questionando por todo o tempo a mim mesma e ao tudo mais.
Havia um vazio constante, uma busca interior de algo que sequer conseguia mensurar, aliada a uma sensação de estar sendo sabotada nos meus sonhos e ideais, que nem mesmo sabia mais quais eram.
Uma loucura que me custou um longo período de ansiolíticos, clínicas e até internação para curar ou camuflar um grito de vida e liberdade que de tão sufocado, armazenado em minha mente e meus sentidos, pedia passagem para finalmente, poder me libertar.
Uma vez liberta, andando com os meus próprios pés, constato estarrecida que afora os desejos cerceados dos palcos iluminados e dos monólogos de sucesso, tudo o mais que fiz e que realizei foram escolhas minhas, genuinamente minhas que nem mesmo os sufocamentos foram capazes de me roubar.
Penso então, que a intuição da mente e do emocional, foram minhas constantes margens na cegueira que me impuseram ao cortar minhas asas com a ignorância de acharem que estavam fazendo, tudo por amor.
Afinal, se não pude ser uma atriz nos palcos e nas telas, certamente o fui ao me inserir na vida, pincelando-a com as cores de minhas letras, sonetos e contos como o faço agora.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

NEM PENSAR



Apesar de não só adorar um palanque, um microfone e de subir num trem elétrico, então, nem é bom pensar, além de acreditar que poderia fazer um bom e respeitoso trabalho, jamais jogaria por terra todo o carinho e respeito que conquistei nesta bendita cidade, me candidatando a um cargo público.
E isso é apenas sensatez em relação aos meus limites.
Confesso que é tentador, afinal, salários, gorjetas, mordomias e prestígios sempre foram apelos fortes, mas acontece que sou ainda daquele tempo respeitoso, chique e alinhado, em que havia distinção nas posturas dos políticos, mesmo naqueles safadinhos, articuladores pessoais de influências políticas, sociais e financeiras. Isso sem esquecer dos Juizes, delegados, padres, pastores e pais de Santo ou qualquer autoridade ou pessoa de destaque social de toda e qualquer cidade deste país varonil, que tínhamos orgulho genuíno em considerar.
A liberdade desenfreada, costumes revolucionários sem ética e a falta da simples educação, deram lugar a vulgaridade, ao despreparo pretencioso e a crença mentirosa de que todos podem tudo, criando uma miscelânea de propósitos, onde está quase impossível reconhecer o ideal de bem comum e convivência.
O que chamam hoje de hipocrisia, na realidade eram limites que freavam as empreitadas mais abusivas de ofensas pessoais indiscriminadas, pois havia o respeito e não a idolatria ou a queimação contínua de judas. Perdeu-se o equilíbrio nas relações sem que se desenvolvesse uma real mudança nas premissas.
Tá certo que os mal feitos em sua maioria ficavam impunes, mas ainda hoje, mesmo sob tantas ofensas, exposições públicas de degradação moral, leis e estatutos, bandeiras de patriotismo e bondades sociais de várias cores e intenções, os corrúptos continuam impunes, pois a justiça apenas conserva male mal o status, mas sem a devida distinção que a caracterizava, pois há muito se molda ao valor e peso das benécias ofertadas pelos advogados, amigos e parceiros, sem esquecer da vaidade inimiga brutal das sérias decisões.
Não poderia deixar de mencionar que ser chamado de ladrão dá Ibope e faz a cabeça de grande parte do eleitorado, que na realidade, sente orgulho ou inveja da vitoriosa carreira de ladrão oficial do erário público.
É chique responder processo, ser preso e em seguida solto, fazer uma delação, ser achincalhado nas redes sociais, imaginem que até são defendidos por uma dita imprensa em cada local do país que se sente honrada em ser “cão de guarda” de meliante travestido de santo.
E se não bastassem as inversões assustadoras, ainda elegemos um presidente repleto de boas intenções, mas sem absolutamente noção do cargo que ocupa, que fala sem filtros de conveniência articuladora que o cargo exige, como se estivesse no pátio de um quartel, falando com seus subordinados.
Jesus, confesso que apesar da enorme tentação de participar da muvuca eleitoral e de quem sabe por um rabo do destino ser eleita, afinal, é fascinante, o que vem depois... Deus meu!
Eu, não suportaria tamanha revolução nos meus costumes e muito menos, deixar de receber os abraços absolutamente espontâneos, os sorrisos francos, as críticas respeitosas sobre o que escrevo e publico e a paz e a segurança que sinto nas minhas idas e vindas cotidianas, sem perder a liberdade de ser e de pensar.
Não... É muito para mim, afinal, tem coisas que são como a nossa própria pele, não conseguimos viver sem elas e depois de conhecer as vísceras do processo, tanto eleitoral quanto, na repercussão popular que se desenvolveu nos últimos 20/ 25 anos, aí é que não dá mesmo, até porque, reconheço que além de convicta de que se ganhasse, saberia o que fazer ao invés de tão somente, deleitar-me nas aguas mornas da inoperância, também sei com a certeza absoluta, que este sistema público viciado e corrompido, não me deixaria nada ou quase nada realizar inerente ao cargo, sendo mais uma voz solitária, como vez por outra é possível observar...
Portanto, desculpem a minha afirmativa de “REGINA 2020”. Quis apenas brincar com os amigos, fazer molecagem, porque assim como todo mundo, também gosto de Zoar.
Eu quero mais é continuar abusadamente a ser feliz com meu Roberto e meus amigos, nesta terra abençoada que chamo de minha Itaparica. Beijos e obrigada pelos muitos apoios que recebi.

BRASILEIROS ESQUECIDOS


Desde muito jovem, apreciei ler biografias, muito mais que romances ou qualquer outro estilo literário, pois a vida das pessoas com suas histórias individuais, independentemente de serem nacionais ou dos mais remotos países, afinal, eram pessoas, e me fascinava viajar em seus universos pessoais.
Fui percebendo que apesar das imensas diferenciações de cultura, gênero, cor ou credo, no âmago de suas existências, as necessidades e desejos eram muito parecidas e até mesmo iguais, mas o navegar nas nuances de suas emoções, mostrava um reagir sempre muito rico de emoções.
Este gosto literário, levou-me a desenvolver um prazer muito especial em relação as biografias de brasileiros, na relevância de seus méritos em qualquer área que tenham atuado e fui reparando na pobreza existente da valorização de figuras fantásticas que produziram legados inestimáveis que, certamente, colaboraram para a formação do perfil do nosso país com suas ideias e ideais, regados com suas posturas profissionais de grandezas poéticas e amorosas, sensibilidades afetivas pela terra e seu povo, valentia destemida na defesa da mesma.
Jamais compreendi a falta da devida difusão das imagens destas pessoas incríveis nas escolas, pois serviriam não só como exemplos maiores de senso de pertencimento, ampliando seus conhecimentos sobre sua terra e sua gente, quanto, as próprias grandezas individuais independentemente da região de origem.
Daí, pouco a população sabe a respeito de figuras locais, num apenas, “ouvi falar” sem qualquer maior extensão de conhecimentos a respeito, a não ser e quando há, comemorações específicas, mas tudo sempre dentro de uma superficialidade assustadora.
Portanto, jamais também estranhei as opções da maioria do povo em relação a criação de ídolos michas, xucros e totalmente destituídos de qualquer essência que possa ser considerado agregativo a formação intelectual de qualquer pessoa, promovendo aí sim, uma constante inversão de valores e total incapacidade de se desenvolver, essa tal de cidadania, muito mais complexa de ser entendida e mensurada, que qualquer especulação possa oferecer de pronto.
E aí, quem sabe algo sobre um brasileirinho da pequena Aimorés, cidade das Minas Gerais, chamado Sebastião Ribeiro Salgado Junior, hoje, com 75 anos, um tão somente, fotografo premiado mundo à fora, com a qualidade das imagens que produziu?
Quando me apresentei honrada no primeiro “Fita” de minha querida Itaparica, lembrei dele e pedi a meu filho que produzisse um vídeo onde ele pudesse ser inserido, como exemplo de um alguém que foi muito além na carreira, na vida pessoal e no amor ao seu Brasil e a sustentabilidade do mesmo, não apenas com suas imagens, mas com as terras da família, provando que quem quer faz e não espera acontecer.
Mas, será que algum aluno de escola particular ou públicas, conhece sua trajetória de vida, para quem sabe um dia, nele se espelhar?
Lá fora ele sempre foi reconhecido e isso é um consolo para quem como eu, gosta de poder ver o melhor da nossa humanidade brasileira, sendo fonte de referências reais e palpáveis.
Somos gigantes em tudo, menos no reconhecimento de nossas riquezas, pois desconhecemos o patriotismo que vai muito além, das efêmeras corridas eleitorais, pois precisa se desenvolver como braços e pernas de um único corpo, irrigado com o mesmo sangue que une, corpo, mente e coração.

Uma sexta-feira abençoada para cada um e vocês.


quarta-feira, 4 de setembro de 2019

NEM DESENHANDO...

A tarde está linda nesta quarta-feira e depois de um cochilo após o almoço, cá estou, lendo e pensando sobre o quanto é difícil para nós em alguns momentos de nossas vidas, enxergarmos um palmo a frente de nossos narizes.
Nos convencemos de algo, e pronto, aja o que houver, como mulas empacadas, optamos em ouvir tão somente, aqueles que nos amam e aqueles que dependem de alguma forma de nós, o que é sempre muito suspeito e aí, rejeitamos os sinais que insistem em nos avisar de que, não é bem assim e que podemos e devemos reavaliar passo a passo as nossas convicções.
Não gostamos de críticas e nos agarramos somente as nossas convicções, crendo infantilmente que estamos no rumo certo e que nada precisamos alterar.
Na realidade, sempre precisamos rever algo nas nossas formas de viver, até porque, evoluímos e aprendemos que não há nada definitivo e que tudo é mutável.
Às vezes, e isso lembrando de fatos de minha própria vida, deixei de ouvir esta ou aquela observação e mais a diante, percebi que se tivesse aproveitado a chance para rever-me, sem vaidades e arrogância, certamente, teria evitado muitos transtornos e até perdas.
Entretanto, nem desenhando, a gente se toca, tão empolgados que estamos com nós mesmos e com os aplausos daqueles que nos cercam.
A vida pode ser muito generosa, mas se desconsiderarmos os sinais vibratórios que ela conduz, provavelmente, no mínimo, teremos muitos desgastes, absolutamente desnecessários.
Fica a dica para você aí, que me lê, afinal, pedras também são jogadas em árvores boas e os raios, não escolhem o alvo que vão atingir durante as tempestades.


IMPOTÊNCIA



As vezes bate um desânimo terrível, uma vontade louca de desistir de tudo, afinal, por todos os lados que se olhe, as mesmas improbidades, as mesmas posturas desgastadas, mas insistentemente atuantes, numa resistência aos desmandos públicos, com apoio irrestrito, cego e alucinado de milhões de pessoas que se dizem de uma esquerda salvadora.
Enquanto isso, uma falsa direita e um esperto centrão, silenciosamente, colabora para que esta loucura se mantenha viva, minando sorrateiramente toda e qualquer iniciativa de restauro do país.
Espalham mentiras com ênfases nos cunhos emocionais de uma parte do povo sofrido e desprovido de quase tudo e aliciam jovens imaturos e sem respaldos de conhecimentos da história do populismo de combate à pobreza e de uma igualdade utópica e mentirosa, que há muito não mais encontra eco no mundo, onde o real respeito a cidadania se estabeleceu através de uma educação baseada na qualidade, sem cunho partidário, fazendo de cada um, cabos de uma guerra, onde só a ideologia de se manter no poder tem sentido prático.
A estupidez humana, quando aliada ao letramento, cria mentes doentias, legítimas amostras da psicopatia, onde não há qualquer empatia aos demais, seja humano ou não.
Estas pessoas existem e subsistem, através de seus pupilos que são atraídos através das suas fragilidades pessoais e que variam em número e proporção de acordo com as condições, em que as mesmas formaram a suas primeiras fases de formação social, mental e familiar.
São tão maquiavelicamente convincentes nas falácias que distribuem incansavelmente, que se não estivermos bem atentos, podemos em algum momento, colocar dúvidas no sentido concreto do conceito e definição do que seja, igualdade, fraternidade e liberdade.
Algumas vezes é preciso parar o trem, para se arrumar os trilhos, fazendo os passageiros habituais a buscarem alternativas de transporte, pelo menos, enquanto, se conserta o estragado, e é o que vem ocorrendo nesta nova gestão federal.
Todavia, a incansável esquerda doente e criminosa, que usa e abusa da fragilização dos passageiros, mente, aterroriza e não esclarece com clareza e decência os transtornos que, são necessários para que haja uma real restauração do serviço necessário.
Todo e qualquer benefício social, só pode ser interrompido por dois motivos:
1-      Pela não renovação devida do recadastramento que permite aos órgãos fiscalizadores, verificarem alguma distorção, como por exemplo, pagamento em duplicata de benefícios.
2-      Através de projeto de Lei que seja aprovada pelo Congresso Nacional e sancionado pelo executivo Federal.
Portanto, benefícios suspensos por duplicidade, devem ser esclarecidos individualmente nos órgãos de cadastramento dos municípios, de forma eficiente e de preferência, comprovando a duplicidade, para que o usuário possa compreender de forma efetiva as causas da suspensão de seus benefícios, assim como orientá-lo a renovar seu cadastramento, no tocante a apenas um benefício.
É preciso que não seja esquecido pelos agentes sociais, que os devidos esclarecimentos são necessários, por cortesia e empatia com as necessidades de cada usuário, afim inclusive de evitar tumultos públicos.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

HIPOCRIA DO SILÊNCIO



Tudo que as sociedades não conseguem exterminar ou corrigir, optam em rejeitar silenciando sobre o assunto, como se o não falar a respeito, fosse uma forma de resistência, fazendo com que suas consciências, de repente, recebessem um anestésico, capaz de impedir qualquer real contágio de sentimentos a respeito do inconveniente.
Fazemos isso com tudo que incomoda, seja na vida pessoal, no convívio social e principalmente no profissional, afinal, mais do que nunca nos lembramos dos velhos ditados que afirmam categoricamente que: Em boca fechada, não entra mosquito ou o peixe morre pela boca.
Sou o exemplo vivo da burra insistência em contrariar essas afirmativas populares que se tornaram normas comportamentais, não porque são éticas, mas porque atentem a estética das relações e, se por um lado evitam constrangimentos, por outro, aliciam e estimulam todas as distorções que no popular nada mais são que sacanagens que vivenciamos no nosso cotidiano.
Todavia, o pior de tudo é que estimula a criatura humana a insistentemente confundir lealdade com cegueira indutiva e aí, não é preciso muito para enxergarmos exemplos incríveis de babaquices bajuladoras, assim como tantos outros infindáveis exemplos de falsidades e traições históricas.
Ontem, recebi dois vídeos de um novo empreendimento que se instalou, segundo afirmam legalmente na cidade e a única emoção que despertou em mim, foi a grosseria das imagens, já que é publico e notório os objetivos do negócio oferecido, mas por outro lado, talvez o seu proprietário, esteja exatamente agindo dentro das novas normais de mercado, onde tudo é normal e natural e que todo aquele que ousar discordar, será punido pelo menos com uma expressão descoberta nos anais linguísticos e que assim, bem de repente se tornaram palavrinhas fáceis, nas bocas de quem até então, só falava: nós vai, nós qué.
Portanto, enfiemos nossas hipocrisias no saco, pois em tempos bicudos, cada qual, cria sua geração de empregos e renda, de acordo com as necessidades do mercado consumidor.
E aí, lembro da casa da luz vermelha que era ponto de atração turística há cinquenta anos atrás, lá nos rincões do bairro popular do Cargueiro, na minúscula cidade do interior do centro oeste mineiro, que escandalizava as senhoras de respeito e deleitava de prazer seus sérios e ilibados maridos.
Se já não bastassem tantas tarefas que sobrecarregam a nós, maravilhosas criaturas, Vixe, minha nossa senhora!!! Ainda teremos que ficar atentas ao número de vezes que o celular de nossos esposos, ficarem desligados ou fora de área.
Tudo absolutamente normal e natural e viva a liberdade de ser e de fazer!!!



domingo, 1 de setembro de 2019

HOJE,

Talvez por estar começando a mais linda e perfumada estação do ano, estou com a mente acelerada e, enquanto preparo o almoço, pois ainda quero ir à praia, penso nos idosos da nossa cidade e até mesmo da Ilha como um todo, que assim como eu, ainda esperam muito da vida, com a consciência plena de já terem cumprido com as obrigações, fossem familiares, cidadã e profissional e neste aspecto vale ressaltar, na maioria das vezes, duros, pesados e mal remunerados.
Reparo que pouco se fala dos idosos sem o preconceito presente do coitadinho, frágil e dependente disto ou daquilo, como se fossem cartas marcadas pelo demasiado uso de um baralho a serem descartadas a qualquer momento.
Ledo engano, só descoberto quando a pessoa, se percebe envelhecido.
O fato concreto é que não se tem mais a mobilidade física dos 30/40 anos, mas ainda possuímos vontades próprias de nossas reais necessidades, fazemos projetos mentais e usamos a nossa experiência de vida como balizador de nossa ainda ânsia de viver e ser feliz.
E uma delas é o de estarmos antenados as infinitas mudanças sociais, científicas e tecnológicas, pois precisamos continuar interagindo com os mais novos e com as mudanças radicais que o sistema oferece indiscriminadamente. 
Penso que é chegada a hora de as gestões públicas, reconhecerem no mínimo o que representamos na sociedade em termos de amparo a sustentabilidade econômica, e, pararem de nos oferecer passas tempos como se só estivéssemos aptos a fazer tricô ou qualquer outro artesanato, em sua maioria ultrapassados. 
Os idosos do aqui e agora, querem mais, muito mais...
Que tal, ministrar aulas de computação para que possam ter autonomia para gastar suas aposentadorias, programar excursões, conversar com os amigos e descobrir o mundo que se descortina, através de uma simples telinha.
Que tal, fornecer saraus de poesia, música e leitura de textos clássicos e contemporâneos.
Quem sabe, ministrar palestras e encontros onde ouçam e participem de assuntos relativos à saúde, educação e segurança, mais que importantes para que estejam atualizados com os novos hábitos e costumes do mundo e de suas cidades.
Ou, oferecer música, estimulando através dela, o cantar, liberando suas vozes e suas emoções na formação de belos coros para a cidade que, poderia inclusive servir de amostragem de respeito a criatura humana a outros, onde se agregariam passeios e muitas aventuras.
Finalmente, manter inserido nos programas a jamais falta dos devidos medicamentos, assim como a regulação garantida de hospitalização ou consultas médica de baixa/média e alta complexidade, tirando de cada idoso o temor constante de que seus recursos financeiros e de mobilidade, não possam atender as suas mais primárias necessidades, isto sem esquecer daquela cesta básica, que alguns precisam desesperadamente, para que seus estômagos não conheçam a dor da fome.
Penso que estamos precisando rever as premissas de proteção aos idosos, tirando deles o estigma de criaturas sem qualquer maior importância que, qualquer coisa que se ofereça é sempre um favor.
Este texto ofereço a inesquecível Michelle Marques e toda a sua equipe da secretaria de saúde pela excelência dos serviços prestados a nós idosos, mas antes de tudo, cidadãos de nossa Itaparica que de forma inédita, desenvolveu um sistema de amparo aos idosos, repleto de iniciativas práticas, agregadoras e amorosas, incentivadas com a sua presença constante. 
Seu trabalho inovador, jamais dantes visto na sua integralidade, com os recursos minguados, mas com a vontade de acertar enorme, certamente nunca será esquecido por aqueles que acima de qualquer bandeira política, sabem reconhecer o bem recebido e a qualidade de um excelente trabalho prestado as comunidades.
Enquanto eu tiver vida e capacidade de escrever os meus texto, jamais deixarei de lembrar de todo bem genuíno que vi acontecer, nas atitudes amorosas dos meus semelhantes em favor do bem comum.

AQUI PENSANDO...



Falácias acadêmicas, bonitas de se ouvir ou ler, mas que na prática se perdem na desqualificação ou limitações de todas as ordens, daqueles que ministram os projetos.
Uma cidade para crescer, levando o seu povo a desenvolver o senso do pertencimento, precisa receber dos órgãos públicos, políticas sociais agregativas ao coletivo e não apenas para grupos selecionados, assim como concomitantemente, precisa receber meios concretos de subsistência física e emocional.
Exemplo, pois para que haja uma devida compreensão dos puxa-sacos de plantão e cegos no quesito bem comum, as vezes é preciso desenhar.
Uma comunidade precisa de ações como: Colégio, Posto de saúde, creche, projetos agregadores de conhecimento humano e social, assim como orientações in loco de estímulos a auto subsistência, mas ao mesmo tempo, precisa de eficiência nestes serviços ofertados sem interrupção de qualidade, além disso, precisa de mobilidade, afinal, numa cidade, onde o transporte é precário e antiquado, longe de ser chamado de popular, onde a lama, a poeira os esgotos a céu aberto e o mato e o lixo como parceiros do descaso, não estabelecerá jamais um crescimento sustentável.
É claro que é impossível que se estabeleça em todas as localidades em curto espaço de quatro, uma administração tão coesa e eficiente, mas com certeza, se houvesse um direcionamento com foco, certamente, o povo perceberia o passo a passo progressista e acreditaria que a vez dele também chegaria em algum momento daquela gestão e, seria o primeiro a reeleger conscientemente o administrador.
A autoestima, eleva o ser humano a buscar mais para sua vida e o descortina emocionalmente para novas perspectivas de presente e futuro.
Agora, postos de saúde sem quase tudo, escolas mais ou menos, creches reduzidas, cursos e aperfeiçoamentos limitados a poucos, com certeza é melhor que nada, mas o nada, realmente hoje, o povo apedreja, pois o mundo globalizado se por um lado fragiliza, por outro estimula através de milhares de exemplos que se coadunam com as buscas individuais.
Uma cidade bem cuidada nos seus quesitos básicos é e será sempre a casa mais segura de seus habitantes que, estimulados, buscarão sempre o melhor para si mesmos. Isso não é filosofia acadêmica de socialistas sustentados com o erário público, mas realidade constatável em inúmeras cidades deste país e do mundo, onde as falácias que mantém intocáveis os corporativismos, já não encontram lugar para se estalarem e onde a qualidade de vida de seus habitantes é pública e notória.
O intelecto de um ser humano para assimilar seus direitos e deveres, precisa que sua alma, seu estômago e seu coração, também estejam sendo nutridos. Não há estímulo para crianças e adolescentes irem a escola, cursos de aperfeiçoamento e até esportes libertadores, se para tal, diariamente, precisam pisar na lama, fugir dos ratos e cobras, num abandono desumano.
E não me venham falar do passado, pois o mesmo só foi vencido pelo presente, porque quem acredita e tem esperanças, só consegue olhar para a frente.

ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...