Quando
conseguimos dominar os nossos impulsos frente ao apenas diferente, e mesmo o contrário,
adentramos numa bendita estrada, cujo percurso nos habilita em algum momento a agirmos
como pessoas generosas.
E o percurso
é longo, já que existem etapas a ser vencidas. São paradas obrigatórias, aonde
vamos nos despindo de inúmeros sentimentos com os quais fomos convivendo, como
se os mesmos nos fossem absolutamente naturais.
E não o são,
pois na realidade, fomos colhendo-os, fosse em parte pela convivência num
sistema inadequado, fosse pela genética que imprime sua marca, fosse por ambos,
o que é o mais provável.
Ir
gradativamente retirando estes pesos extras é o mesmo que se sentir, a cada
passo, um ser mais leve, menos amargo, menos briguento em relação ao mundo.
E aí, também
aos poucos, vamos enxergando a irrelevância dos embates sem propósitos, que não
o de impor nossa forma de sentir e vivenciar o mundo.
Da mesma
forma que enxergamos com absoluta nitidez a incapacidade do outro em
compreender os nossos pontos de vista.
Essa
compreensão não se assemelha à arrogância em nos sentirmos melhores ou mais inteligentes,
tão somente, a conscientização de que o outro enxerga o mundo com o seu próprio
olhar, que abriga todo um histórico pessoal e cultural que precisamos
respeitar.
E é, neste exato momento do exercício da
convivência, que percebemos que estamos no caminho de nos tornarmos generosos
conosco, porque ao respeitarmos o outro na sua visão, estaremos,
automaticamente, respeitando a nós mesmos, pois nos colocamos como aprendizes, pois,
há sempre um espaço venturoso entre nós e os outros, para um contínuo
arrebanhar de ensinamentos mútuos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário