O sol até
saiu e me cobriu de esperanças de um sábado e domingo ensolarados, qual nada,
logo as nuvens se fizeram presentes, trazendo com elas uma chuvinha fina, mas
constante, se bem que o sol, sempre insistente, declarou guerra e, num combate
interessante, fez-me lembrar das batalhas humanas de séculos passados, onde
cada flanco, numa postura ética, esperava o lado contrário armar-se e atirar,
para depois, então, também atirar.
Parece até
que não tenho o que fazer, mas será que existe algo mais importante que
observar a vida nas suas peculiaridades?
E nesse vai
e volta tanto de um, quanto de outro, quem mais se beneficia são as plantas, as
flores e principalmente as frutas que, agradecidas, amadurecem mais rápido,
apenas para deixar seus aromas, cores e sabores, bem mais cobiçados pelos pássaros
e por nós também.
Minhas
deliciosas amoras com certeza são disputadas acirradamente por mim e por eles,
no entanto, acredito que sou eu a mais beneficiada, pois além de ingeri-las,
ainda me torno ouvinte dos mais fiéis e belos sons dos pássaros que fazem de
meu jardim seus palcos de cantoria, pelo menos duas vezes a cada dia, e de mim,
sua encantada ouvinte.
E pensar que
em breve, quando o verão chegar, as mangas, as seriguelas e os cajus também
formarão o mais completo festival das delícias em meu quintal.
Só de
pensar, já posso sentir os cheirinhos e as emoções desta tão esperada festa de
cada amanhecer.
E pensando
em tudo isso, não sobra lugar para as tristezas, frustrações e aborrecimentos,
pois faço da vida meu continuado estímulo, minha compensação, minha única
realidade, ficando o tudo mais, tão somente, como adereço, que só eu posso
manipular.
Pela luta do
poder, o sol neste instante se impõe, lutando em permanecer.
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