quinta-feira, 8 de julho de 2010

Valha-me Deus...

No meu caso em particular, não existiu um momento, mas muitos, em que se eu tivesse tido tempo disponível gostaria de ter estudado Direito, até porque acredito que teria me auxiliado muitíssimo não só no andamento de um maior conhecimento aplicativo em minha vida cotidiana, como teria me auxiliado oferecendo subsídios a um maior entendimento na área emocional, que, afinal, sempre foi a minha grande paixão e, de quebra, certamente me teria sido muito útil no exercício do jornalismo.
Pois é, eu não fiz e, portanto, fico quebrando a cabeça sem entender o porquê de determinadas posturas que acompanho de delegados, promotores e Juízes em crimes que, para mim, leiga, são iguais ou pelo menos que infringiram as mesmas leis.
Posso entender que um acusado possa estar mais bem assessorado que outro, mas a lei deveria ser ter um entendimento, respeitando-se, é claro, as atenuantes. Contudo, o que é possível de se ver são ações totalmente contrárias ao racional de leigos como nós, que não conseguem compreender por que o Bruno (goleiro do Flamengo) tem dado as cartas, fugiu, se apresentou, se manteve em silêncio e vai de jatinho para Belo Horizonte.
Gente chique é outra coisa.
Vai que fosse comigo, com você ou com qualquer outro que não estivesse amparado pelas câmeras de TV e que, portanto, representasse Ibope e concomitantemente sendo tratado como manda o figurino jurídico, ou seja, sem qualquer risco de arbitrariedades, ato comum em qualquer delegacia.
O que é possível observar-se é que em se tratando de delitos de gente importante, tudo passa a ser indícios, não é mesmo?
E dá-lhe investigações, exames de tudo que é espécie, tiram do fundo dos armários mofados litros de Luminol e mais isto ou aquilo, copiando rotinas da polícia americana, o que normalmente não ocorre, nem mesmo para prenderem ladrões de galinha, pois falta carro, gasolina, hora extra e o escambal, mas sabe como é, com a imprensa filmando é preciso não perder esta oportunidade de promoção, visualização.
Quem não quer ficar famoso?
Agora, os pobres mortais, tornam-se imediatamente criminosos antes mesmo de serem julgados. Nessa hora, qualquer delegado de plantão se torna promotor e juiz e manda logo pro xilindró, que é lugar de meliante sem dinheiro e sem TV.
Um bom exemplo deste tal entendimento jurídico que começa sendo extremamente diferenciado desde a delegacia até aos Ministros do Supremo é justo esse artigo do Código Penal que trata da Formação de Quadrilha.
Se seu sobrinho, sua mulher, seu amigo, seu caseiro e esposa, todos estivessem envolvidos em um único crime em que por incrível coincidência a vítima fosse sua amante, não for uma formação de quadrilha e se você não estiver envolvido, só posso admitir que você é como o LULA, que nada vê, sabe ou participa e ainda tem uma imunidade celestial, pois faz milhões de pessoas lhe defenderem, jurando em côro que você é inocente, tudo com o amparo jurídico que com certeza receberá tão somente o entendimento de Juízes que baseados e engessados nas leis, cedem às indicações irrefutáveis de saídas jurídicas de espertos e não menos famosos advogados.
Valha-me Deus, ainda bem que eu não fiz Direito...

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