segunda-feira, 26 de julho de 2010

FILOSOFIA ? PARTE I

Filosofia?
Por que não?
A desconsideração permanece sempre mais forte nos ambientes menos esclarecidos ou, digamos, mais tumultuados, encontrando,contudo, uma gama de criaturas que, mesmo não compreendendo o verne da questão, dedica uma atenção cautelosa que se estende até o limite no qual se sente à vontade para pesquisar sem se comprometer ou se expor.
Em nosso país, as pessoas, em sua maioria, tem reservas pessoais que em não admitirem estar compreendendo isto ou aquilo, disfarçando as suas dúvidas e, assim, assimilando de acordo com a sua visão absolutamente voltada ao seu universo vivencial, sem qualquer amplitude que certamente oferece alternativas interessantes, que aguçam a criatividade que normalmente direciona a criatura a experimentar novas opções, não sem antes avaliá-las.
Mas avaliá-las como, se não houve novos aprendizados e a criatura se engessou dentro de um espaço que lhe parece seguro?
Viver é seguir em frente, experimentando, optando, mas acima de tudo usando suas experiências como parâmetros delineadores que são os indicadores sensitivos, cujas sensações não permitem erros, oferecendo assim uma enorme segurança à criatura.
Quanto mais atenta ela estiver às reações absolutamente naturais que surgem em seu corpo físico, mais e mais consciente ela se tornará em relação à sua mente, não restando espaço para equívocos desnecessários.
A filosofia do autoconhecimento é muito mais que um aprendizado, porque na medida em que a criatura vai desvendando o seu interior se descobrindo, também vai descartando por absoluta necessidade as inadequações com as quais habituou-se a conviver, passando a sentir um alívio consciente como se desamarrasse apertados nós que finalmente vão libertando-a, consequentemente deixando-a mais lúcida, menos preconceituosa e mais cuidadosa na avaliação dos conhecimentos e opções que surgirem.
Em um grau mais evoluído, a criatura torna-se capaz de se antecipar a certos acontecimentos, prevendo-os e até manipulando-os por antecedência, ficando assim em uma posição vantajosa.
Naturalmente, este é um estágio em que a mesma já se encontra em um patamar de controle pessoal em que nada será capaz de distraí-la, desviá-la ou enganá-la quanto a obtenção de seus propósitos.
Estes conhecimentos pessoais em nada se relacionam com determinações de carater bom ou mal, ficando restrito tão somente à capacidade individual de desenvolvimento e aplicação dos sentidos em comunhão com a mente racional e sua vontade volúntária em querer e permanecer integrados em uma permanente parceria que, para a criatura em questão, é sempre adequadamente oportuna.
O estudo da filosofia do autoconhecimento exige daquele que se propõe a conhecê-la uma maior dedicação, pois por todo o tempo estar-se-á tratando do reconhecimento das emoções pessoais, com o agravante da disposição em não camuflá-las sob nenhum pretexto, o que torna a criatura ao mesmo tempo susceptível ao enfrentamento que decorrerá da euforia ao desespero, já que a mesma acostumou-se ou a anular desconsiderando-as ou simplesmente vivenciando-as sem qualquer noção de limites ou entendimentos quanto a geração de sentimentos controversos que vem sentindo por algum ou todo o tempo.
A partir deste entendimento, crer-se então em sua aplicabilidade como orientador quanto a uma vivência interativa nos grupos sociais tornando-se imprescindível a partir da inserção do indivíduo na convivência escolar, desenvolvendo nele o reconhecimento de sua potencialidade sensitiva e direcionando-o à formação de emoções mais adequadamente harmoniosas consigo, com os demais e com o tudo do todo no qual está inserido, que afinal é, acima de tudo, o seu meio ambiente.
Este é um estudo que trata da valorização da vida, podendo ser inserido em qualquer método didático, pois trata-se de vida e liberdade, prerrogativas existenciais muitíssimo abaladas com a frequente violência que norteia a sociedade de um modo geral.
A aplicabilidade desta filosofia em qualquer estágio cronológico das criaturas deverá iniciar-se através de exercícios respiratórios, que deverão ser executados com a criatura de pé, tendo à sua frente um espelho que ela mesma pode segurar.
O objetivo diário deste exercício é não deixá-la esquecer que toda a permanência de sua estrutura física e mental advém do fato concreto e insubstituível do ato de respirar e que através deste mecânico movimento ela introduz a maior expressabilidade de vida em si, como forma de nutrição e também de limpeza, jogando fora em seguida para que outros absorvam.
Esta concientização, portanto, leva a outra, que é o reconhecimento da existência de vida também pulsante em outros elementos com os quais convive sem sequer notá-los sob este aspecto.
Poderá, então, compreender a primeira e a maior interação participativa com a qual conviverá por toda a sua existência e da importância da qualidade que advirá desta interação, passando assim a preocupar-se com um tratamento mais dedicado, pois perceberá que a destruição de qualquer elemento significará também uma redução dos nutrientes que o mantém com a devida qualidade de vida.
Portanto,induzir educando uma criança a conhecer-se antes mesmo dela se dispor a ter comportamentos explícitos de vontade própria em relação ao convívio com outros, é oferecer a ela o sagrado direito de poder sentir-se mais conscientemente e, por conseguinte, poder optar verdadeiramente, mais adiante, pelos amigos, pela carreira, pelo amor, enfim pelo estilo de vida que lhe for mais adequado, tranformando-a em um ser mais sensivelmente racional e amoroso consigo mesmo.
O que se estenderá naturalmente ao meio no qual está inserido.
Concomitantemente a este exercício, mais adiante deve-se levar a criatura a alisar-se em um reconhecimento fisionômico, assim como em forma de brincadeira de reconhecimento, fazê-la através do tato reconhecer o colega em questão, bem como objetos com tamanhos e formas diferentes.
Este exercício desperta na criatura a conscientização das diferenças com as quais deverá conviver por toda a sua vida, aprendendo a dosar o peso de dedos e mãos ao toque do reconhecimento, a fim de mais uma vez conscientiza-la de que estas diferenças possuem tolerâncias também diferentes e que ela deve respeitá-las com o objetivo de não ferí-las.
A introdução de literaturas, assim como de fotos, cartazes ilustrativos, será de grande valia, além da constante teatralização como forma de liberar possíveis posturas de timidez.
OBS:CONTINUAREI NA PRÓXIMA INSPIRAÇÃO

2 comentários:

  1. A filosofia do auto-conhecimento, ainda pouco valorizada na nossa cultura. Este é o caminho para enfrentar melhor a vida, com tudo que nos tráz. Foi esse caminho que possibilitou-me superar o sucídio de minha mãe, verdadeiro tsuname, ou trauma pós-guerra. EM virtude desta tragédia, vi-me obrigada desde a adolescência a voltar-me para dentro de mim, buscando em livros respostas para meus questionamentos. Devo agradecer a Deus tal acontecimento, pois aprendi escolher, analisar, antecipar, e também decidir passar por experiências que se não fosse "livre" não teria tido a coragem necessária para tanto. algumas não boas, porém minhas. Gostei muito do texto, orientador e educativo. Para orientadores, pais e pessoas preocupadas em se melhorar e ajudar na evolução do próximo.
    Obrigada.
    Muita Paz!

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  2. Regina, obrigada por seguir o nosso blog. As suas pesquisas serão muito úteis para fundamentar o nosso trabalho. Somos uma família que estamos aprendendo juntos, desde os menores aos mais velhos, incluindo os amigos!
    Bom trabalho, obrigada por sua doação ao universo. Muitos já estão sendo ajudados com sua energia amorosa!
    Muita Alegria , Paz e Amizade!

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