segunda-feira, 12 de julho de 2010

QUEM BUSCA, ACHA

Pedi, e dar-se-vos-à, buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-à. Porque, aquele que pede,recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-à.
Pois é, pensando neste capítulo do Novo Testamento, escrito por Mateus, discípulo de Jesus, ministrei uma palestra, dias atrás, para um grupo de jovens.
Em meus entendimentos filosóficos, procuro sempre inspirar-me na caminhada terrena do mestre Jesus, procurando por todo o tempo fugir de qualquer conotação religiosa, permanecendo atenta à tão somente ao homem em sua vivência terrena, abstendo-me do cristo salvador.
Procurei correlacionar esta sábia mensagem à violência da qual somos telespectadores nestes últimos dias, que envolve a jovem supostamente assassinada a mando do goleiro Bruno do Clube de Regatas Flamengo.
Preocupo-me por demais com a leviandade constatável nos atuais relacionamentos amorosos, que nada mais representa que a expressabilidade da falta de estrutura familiar em associação à debilidade educacional que vem se desenvolvendo progressivamente através dos últimos cinquenta anos, assim como o excesso de visibilidade promovida pela mídia em uma exploração altamente lucrativa da miséria emocional humana.
Batei e abrir-se-vos-á, está longe de ser uma justificativa para todo este horror, entretanto, no cotidiano de qualquer época histórica da humanidade, esta foi uma realidade presente, e irrefutável.
Afinal, encontra-se na maioria das vezes exatamente o que se procura, principalmente porque busca-se cegamente, sem que sejam observados e avaliados os sinais que são oferecidos pelas circunstâncias que envolvem o objetivo a ser atingido.
Será que ao invés de buscar o brilho falso de desrregradas
festas e de companhias famosas na perspectiva de vir a pertencer ao mesmo mundo de aparentes facilidades, esta e tantas outras jovens buscassem estudar e trabalhar, se exporiam a tão triste fim?
Provavelmente, os riscos seriam bem menores.
Assim como uma namorada, noiva ou esposa, se ao primeiro sinal de qualquer tipo de violência, desse um fim ao relacionamento, certamente estariam imunes à tantas agressões supostamente amorosas.
A desconsideração oferecida aos evidentes sinais de alerta, resulta em investidas cegas que conduzem a uma gama imensa de sofrimentos, isto guando não leva a um fim desastroso, como o da jovem em questão e de tantas outras anônimas, que engrossam as estatísticas mundiais e que coloca o Brasil entre os primeiros, neste tipo de crime contra a mulher.
Os tempos mudaram, e os valores também, sem que houvesse uma dinâmica adaptativa educacional para que os novos valores fossem assimilados mais coerentemente, sem que
as crianças e os jovens ficassem perdidos entre versões éticas determinadas por um sistema confuso, também em busca de referências mais sustentáveis.
O que se observa é um samba de crioulo doido no seio das famílias e nas salas de aula, prevalecendo à força de alguns poderes pessoais ou de grupo, como atos determinantes que se transformam em parâmetros cruéis que induzem à cópia ou a indiferença, que por sua vez se expressa como banal no íntimo de cada um.
Daí, acha-se normal todo tipo de agressão, seja visual, auditiva, inclusive eleger como ídolos criaturas que até tiveram seus méritos artísticos ou intelectuais, mas que por todo o tempo foram ou são o estereótipo do desequilíbrio pessoal, não servindo de espelho para quem quer que seja.
Não havendo, portanto, nenhum outro parâmetro que induza a, no mínimo, um pensamento avaliativo em relação a um bom senso, tão somente residindo a repressão de quem com valores ditos antigos, simplesmente rejeita e tenta desastrosamente proibir, batendo, assim, de frente com uma realidade sistêmica consistente e inconscientemente banalizada.
Torna-se urgente uma adaptação nos códigos de ética de qualquer natureza, a começar pela família, base emocional, postural e amorosamente sustentável e determinante das condutas humanas.

Um comentário:

  1. Em meio à turbulência deste caso, é a primeira vez que ouço alguém fazer um comentário indicando o caminho para a solução de semelhantes relacionamentos. Obrigada por semelhante conforto!
    Paz e Luz!

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