São cinco da manhã desta sexta-feira do mês de agosto e eu, como sempre, já fiz coisas que até Deus já se cansou, afinal, este é o horário em que todo o universo bendito me contempla com tudo de bom e como não sou boba, trato de aproveitar, enquanto posso.
E como tenho podido ao longo da vida, afinal, como uma cadela perdigueira, farejei e persegui tudo quanto, o meu amor pela vida, aguçou.
As perdas, os enganos, as decepções, serviram-me de estímulos.
Os ganhos, as certezas, as alegrias, mantiveram-me pacientemente serena e esperançosa, afinal, dentre tantos ensinamentos, o maior e mais agregativo, foi compreender que o tempo ideal para que algo acontecesse ou não, em minha vida, certamente, não seria decidido por mim, mas por uma força maior que mais do que eu, sempre foi o conhecedor de minhas reais necessidades.
Há quem precise imaginá-lo de mil formas, no entanto, apenas o sinto no sangue que corre pelas minhas veias e vasos, fazendo pulsar o meu coração e este, garantindo-me uma mente livre e profícua para tão somente, contemplar a vida, fazendo desta, um contínuo inspirador campo de centeio educacional, onde a fartura, o acolhimento e a beleza, deveriam ser a realidade de cada ser vivente, como apenas, uma digna realidade.
Ouço neste instante, noturno de Chopin, sempre presente nas minhas mais importantes decisões, acalentando-me com a certeza de que “tudo, vale a pena, se a alma não for pequena”, Fernando Pessoa).
Beijos da teimosa, cheirosa e apaixonada, vovó Regina.
Regina Carvalho-23.8.2024 Itaparica
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